A defesa de Terezinha de Jesus Guinaia, suspeita de participar da morte da neta Eduarda Shigematsu, encontrada morta em Rolândia, negou a acusação e disse que a cliente não sabia que a neta já estava morta quando registrou Boletim de Ocorrência sobre o desaparecimento. O advogado Mauro Valdevino disse, nesta sexta-feira, 3, que Terezinha era manipulada e sente medo do filho.
“A dona Terezinha não tem participação nenhuma na morte da Eduarda. Ela procurou pela neta incessantemente, só ficou sabendo do crime no domingo, quando o filho foi preso. Ricardo é um psicopata, extremamente agressivo, com suas atitudes mantinha tanto a criança quanto a avó em uma situação de pressão”, disse.
Eduarda Shigematsu desapareceu no dia 24 de abril, e a avó registrou o desaparecimento no dia seguinte. O corpo da menina foi encontrado na tarde de domingo, 28, nos fundos de uma casa que estava no nome do pai dela, Ricardo Seidi, depois de uma denúncia anônima.
O pai foi preso após confessar à Polícia Civil que ocultou o corpo da filha. Disse que tomou a atitude após encontrar a menina enforcada em casa. Mas, o laudo do Instituto Médico-Legal (IML) apontou que Eduarda foi esganada.
Segundo a polícia, a avó Terezinha de Jesus Guinaia, foi presa temporariamente, por 30 dias, por auxiliar o filho no homicídio e na ocultação do cadáver da neta.
O advogado Mauro nega e afirma que a avó passou o dia trabalhando, vendendo verduras.
“Quando Eduarda voltou para a casa, por volta do meio-dia, Terezinha não estava na residência, estava no seu local de trabalho. O pai estava na casa. Algum tempo depois, ela chega na casa, por volta das 13h, e questiona sobre o paradeiro da menina. Terezinha queria levar a menina para o ponto onde tem o comércio, mas ele [Ricardo] disse que a criança tinha pulado o muro, porque ela já tinha feito isso uma vez, e que saiu de casa por causa de um namoradinho. A avó entra em contato com alguns amigos da Eduarda. Volta para o trabalho e só retorna para casa depois das 18h. Não tem como ela ter participado do crime”, explicou.
A defesa afirma que Terezinha de Jesus Guinaia, depois de chegar em casa e não encontrar a neta, vai até as casas de uma professora e de amigos de Eduarda. Ela procura pela neta até 1h do dia 25. Ainda no dia 24, o advogado afirma que foi o próprio Ricardo que ligou para a Polícia Militar informando sobre o desaparecimento da filha. Na manhã do dia 25 de abril, os dois registram juntos um Boletim de Ocorrência.
“O Ricardo disse em depoimento à Polícia Civil que a mãe sabia do crime, mas não disse o horário. Se ele diz o horário, a informação cai por terra porque a mãe tem álibi”, detalhou o advogado.
O advogado esclareceu que a Justiça passou a guarda de Eduarda para avó porque ela era maltratada pelos pais. A avó passou a cuidar da menina quando a criança tinha 3 anos.
As duas moravam em uma chácara junto com o marido de Terezinha até o fim de 2018. Em novembro, o marido foi morto. Até aquele período, Eduarda não tinha contato com o pai. Depois passaram a morar em um imóvel atrás da casa de Ricardo.
Após a morte de Eduarda Shigematsu, a Polícia Civil apreendeu carros e peças de veículos roubados nessa chácara e em um ferro velho de Ricardo Seidi.
“Ela [Terezinha] não tinha conhecimento das atividades ilícitas do filho. Contou que quando o padrasto de Ricardo morreu em novembro, ele rapidamente pegou uma procuração da mãe e começou a levar os veículos pra lá. O padrasto era um desafeto de Ricardo”, esclareceu.
A defesa de Terezinha de Jesus Guinaia analisa entrar com um pedido de liberdade provisória.
Ricardo Seidi ainda não tem advogado constituído.