Kawany Cleve e Rubens Bigueti foram assassinados em agostos de 2020. Seus corpos nunca foram encontrados
Em nova decisão, a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná, negou o recurso da defesa de anulação do julgamento que condenou os réus Suziane Ferreira dos Santos e Alessandro Benatti de Souza Júnior (Mohamed), a 38 de prisão pelo assassinato do casal kawany Cleve e Rubens Bigueti Júnior, em agosto de 2020 em Goioerê. Os corpos do casal nunca foram encontrados.
Além disso, o desembargador também aumentou as penas dos réus para 46 anos e 20 dias de prisão, “através do reconhecimento da exasperação da pena base através da circunstância judicial “culpabilidade”, a ser cumprida em regime inicial fechado, com eventual período a ser detraído pelo Juízo de Execução, pelo cometimento dos crimes de homicídio duplamente qualificado por duas vezes, e ocultação de cadáver por duas vezes, em concurso material de crimes”.
A decisão acontece um ano e seis meses após julgamento que condenou Suziane e Alessandro, em setembro de 2022, e a pena não poderá mais ser convertida, ou seja, eles devem permanecer presos.
RELEMBRE O JURI. Os jurados entenderam que Suziane arquitetou e Mohamed executou a morte de Kawany e Rubens, com as qualificadoras de motivo torpe, que seria a vingança e por terem agido de maneira a dificultar a defesa das vítimas, conforme defendido pelo promotor de Justiça Guilherme Franchi.
A motivação teria sido uma suposta delação à polícia que Kawany teria feito contra Mohamed, por envolvimento no crime de tráfico de drogas.
O terceiro acusado do duplo homicídio, Mauro José Cavalcante Sobrinho, conhecido pela alcunha de Ceará, morreu vítima de um infarto enquanto estava preso na Penitenciária Estadual de Cruzeiro do Oeste (Peco).
DEPOIMENTO DE DEFESA. Durante seu depoimento, Suziane se negou a responder as perguntas do juiz, do Ministério Público e dos assistentes de acusação, respondendo apenas às perguntas de sua advogada, alegando ser inocente e que não teria motivo para assassinar Kawany.
Mohamed também negou sua participação no crime, e assim como Suziane, não respondeu às perguntas do Ministério Público e dos assistentes de acusação, apenas as do juiz e de seu advogado de defesa.
A defesa dos condenados apresentou a tese de negativa de autoria, argumentando que Kawany e Rubens tinham muitos inimigos que poderiam ter atentado contra a vida do casal, frisando que não havia provas nos autos que incriminassem Suziane e Mohamed. Defesa que não convenceu os jurados.
Suziane e Mohamed, que já estavam presos, continuarão em regime fechado. Os dois já possuíam condenação por tráfico de drogas.
RELEMBRE O CASO. Em 3 de agosto de 2020, o casal Kawane Cleve e Rubens Biguetti Junior, foram dados como desaparecidos pela família, que encontrou o filho do casal, de apenas quatro meses, em uma calçada na Rua do Contorno Norte, no Jardim Curitiba, proximidades da residência da mãe de Kawane, em Goioerê (município localizado a 68 quilômetros de Umuarama).
Um dia depois do desaparecimento do casal, o veículo de Rubens foi encontrado incendiado na zona rural de Moreira Sales e as buscas aos corpos foram centralizadas naquela região. As investigações levaram até o trio suspeito que acabou sendo preso.
A polícia chegou a utilizar um trator para escavar o quintal de uma residência no Jardim Arco Iris em Umuarama em busca dos corpos, mas nada foi encontrado.
Fonte: Portal Umuarama News