O boletim semanal divulgado nesta terça-feira (21) pela Secretaria de Estado da Saúde registra 7.618 casos confirmados de dengue no Paraná – 1.550 a mais do que na publicação anterior (6.068 casos), um aumento de 25,54%. Os números referem-se ao acumulado desde agosto de 2019. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o crescimento chega a 4.846%. Foram 154 confirmações em 2018.
De acordo com o secretário estadual da Saúde, Beto Preto, o Paraná está combatendo a doença com o envolvimento dos órgãos e secretarias do Governo, por meio do Comitê Intersetorial de Controle da Dengue, que desenvolve ações em todos os municípios.
“São atividades de orientações sobre as medidas preventivas para a dengue e de remoção técnica dos criadouros do mosquito transmissor da doença. Sabemos que a eliminação dos criadouros é a forma mais eficaz de reduzir os casos de dengue e contamos com a participação da população neste combate. A dengue mata e cerca de 80% dos focos estão nos domicílios”, destacou o secretário.
Ainda segundo o balanço oficial, são 24 municípios em situação de epidemia, dois a mais do que a semana passada: Bandeirantes (região Norte) e Ivaiporã (Vale do Ivaí). Os outros municípios que já haviam atingido este patamar são Braganey, Juranda, Nova Cantu, Peabiru, Quinta do Sol, Douradina, Diamante do Norte, Guairaçá, Inajá, Paraíso do Norte, Paranavaí, Santa Isabel do Ivaí, Tamboara, Ângulo, Colorado, Doutor Camargo, Floraí, Paranacity. Uniflor, Florestópolis, Sertaneja, Guairá.
Outros 27 municípios estão em situação de alertar para a dengue e, juntos, somam 990 casos autóctones, quando a pessoa não contraiu a doença na cidade onde vive.
Apresentam casos de dengue grave, com pacientes em tratamento, Paranaguá, Foz do Iguaçu, Nova Cantu, Quinta do Sol, Cianorte, Colorado, Santa Fé, Florestópolis, Ibiporã, Londrina, Porecatu, Cornélio Procópio e Sertaneja.
As cidades com maior número de casos confirmados são Inajá (577); Nova Cantu (569); Paranavaí (549) e Quinta do Sol (440).
GABINETES DE CRISE – Nesta quarta-feira (22), o Comitê Intersetorial da Dengue promove videoconferência sobre a instalação e o funcionamento de gabinetes para situação de emergência. Será na sede da secretaria, com transmissão para as 22 Regionais de Saúde Estado, que convidaram prefeitos e representantes de órgãos públicos e da sociedade civil para o encontro. O capitão Romero Nunes Filho, chefe da Divisão de Gestão de Desastres da Defesa Civil estadual, vai abordar o tema, com informações sobre quando e como os municípios devem decretar situação de emergência.
ALCANCE – A importância do envolvimento da população na eliminação dos criadouros do mosquito da dengue foi um dos temas da palestra do secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, nesta terça-feira (21), na sede do Senac, em Curitiba. Em videoconferência para mais de 30 unidades, cujo alcance foi de cerca de 10 mil pessoas, alunos de cursos técnicos de saúde da entidade e colaboradores receberam orientações sobre os perigos da doença e formas de prevenção.
“Temos que falar com as pessoas em todos os lugares e ocasiões sobre o problema da dengue. É muito importante que a gente consiga eliminar os focos e, por isso, a participação e o engajamento de todos os paranaenses é essencial neste momento”, disse Beto Preto.
O secretário ressaltou a missão do Estado de mobilizar todos os setores da sociedade. “Estamos falando de uma doença que podemos prevenir. É na mobilização técnica, de campo, com um olhar diferenciado sobre possíveis focos. Precisamos esmiuçar qualquer local onde pode ter água parada”, ressaltou.
TRABALHO DE CAMPO – Além de chamar a atenção sobre o preocupante cenário de epidemia em 24 municípios paranaenses, Beto Preto destacou ainda os mutirões em localidades mais críticas têm ajudado a diminuir os índices de infestação. “Temos atuado fortemente, com equipes do Estado, dos municípios, e isso tem reduzido os focos em algumas cidades. Temos que continuar com os arrastões, porque somente assim teremos resultados positivos nesta verdadeira guerra”, afirmou.
As características e hábitos do mosquito da dengue também foram apresentados no encontro, como a capacidade de autonomia de deslocamento de até cinco quilômetros, a possibilidade de reprodução em água suja e voo em silêncio. “O mosquito tem um jeito muito próprio e por isso mesmo temos que saber exatamente como ele se comporta. Inclusive é resiste a produtos químicos. Por isso, a melhor forma de combate é a eliminação de criadouros”, ressaltou a coordenadora de Vigilância Ambiental da Secretaria de Estado da Saúde, Ivana Belmonte.