Em um ambiente de grande incerteza geopolítica e de pessimismo sobre os rumos da economia mundial, os cenários para o petróleo são cada vez mais extremos. Após o JPMorgan projetar forte alta da commodity em um cenário de corte de produção russa, o Citi apontou uma perspectiva baixista em uma perspectiva de recessão global.
Para o Citi, o petróleo bruto pode cair para US$ 65 o barril até o final deste ano e ir para US$ 45 até o final de 2023 se ocorrer uma recessão que prejudique a demanda.
Essa perspectiva é baseada na ausência de qualquer intervenção dos produtores da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep +) e um declínio nos investimentos em petróleo, apontaram analistas como Francesco Martoccia e Ed Morse em relatório nesta terça-feira (5). O brent fechou a sessão da véspera a US$ 113,50 o barril.
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A perspectiva do Citi comparou o atual mercado de commodity com as crises da década de 1970. No cenário base, porém, os economistas do banco não esperam que os EUA mergulhem em recessão.
“Para o petróleo, as evidências históricas sugerem que a demanda por petróleo fica negativa apenas nas piores recessões globais”, apontaram. “Mas os preços do petróleo caem em todas as recessões para aproximadamente a cotação que equivale a seu custo marginal.” Este cenário leva em conta um aumento do desemprego, falência de empresas e endividamento das famílias, o que deve afetar a demanda e, consequentemente, as margens do setor.
Cabe destacar que, em relatório recente, o JPMorgan fez uma projeção bastante altista sobre os preços do petróleo. Para os analistas do banco, a cotação pode subir para “estratosféricos” US$ 380 o barril no “cenário mais extremo” da Rússia reduzira produção de petróleo em 5 milhões de barris por dia (bpd) em retaliação a um teto de preço considerado pelo Grupo dos Sete.
Na semana passada, o Grupo das Sete potências econômicas (G7) concordou em analisar impor uma proibição ao transporte de petróleo russo vendido acima de um determinado preço.
O Credit Suisse ressalta que as preocupações com a produção da Opep, além das interrupções no fornecimento da Líbia, da Noruega e da Rússia, continuam a manter os preços do petróleo elevados, apesar dos temores inflacionários e de recessão. A Opep descumpriu a sua meta de produção de junho com a produção da Líbia em baixa. Contudo, destaca em nota, os investidores têm, progressivamente, reduzido a sua exposição altista aos contratos de petróleo.
Por volta das 10h40 (horário de Brasília) desta terça-feira, o brent tinha queda de cerca de 4,5%, a US$ 108,46 o barril, com os temores de recessão voltando a abalar o mercado.
Fonte: InfoMoney