No final da tarde de ontem, quarta-feira, 8, a Prefeitura de Goioerê, após emitir o Boletim Epidemiológico com 133 casos positivos de covid-19, com um aumento de 15 casos em 24 horas, anunciou que intensificou a fiscalização no combate e enfrentamento ao Coronavírus nesta semana.
O Administração não foi específica na forma como se dará este aumento na fiscalização, citando as medidas adotadas no final do mês de junho quando convocou 15 servidores concursados lotados nas Secretarias de Educação e Esportes, para auxiliar os 4 fiscais da Prefeitura. O que a sociedade vem cobrando realmente uma intensificação da fiscalização que não tem conseguido reduzir o número de populares que insistem em sair às ruas sem a máscara e quando usa, a grande maioria, está usando de forma irregular.
Outra fiscalização cobrada pela população é em relação as pessoas que foram confirmadas com o covid e pessoas suspeitas que deveriam ficar em isolamento, mas que estão descumprindo o isolamento e saindo de casa. Em relação a esta fiscalização, a Administração não citou nada no comunicado.
CONTRATAÇÃO EMERGENCIAL. O anúncio do aumento da fiscalização vem de encontro a ansiedade de empresários e população. No entanto, requer um número bem maior de fiscais nas ruas, com coletes identificando que a ação é de combate ao covid. Para isso, a Administração poderia, se tivesse interesse, realizar a contratação de fiscais, o que poderia ser feito de forma emergencial como a situação requer já que decretou Goioerê como estado de calamidade.
A administração não informou em seu comunicado, se a fiscalização continua sendo realizada pelos 4 fiscais da Prefeitura, que estão se revezando em 4 equipes diárias, cada equipe formada por duas pessoas, montadas com o apoio dos 15 servidores convocados para atuarem como fiscais. Trabalho que segundo um servidor, é o mesmo que “secar gelo”.
Ou seja, por mais que os fiscais estejam na rua fiscalizando, não conseguem resultados efetivos. Segundo o servidor, com o afrouxamento das medidas restritivas do comércio noturno, o número de pessoas consumindo bebidas aumentou e os fiscais não tem o que fazer e nem dar uma resposta às muitas denúncias que recebem de pessoas em bares.
A fiscalização, até o anúncio ontem, estava acontecendo com equipes trabalhando em dois turnos: das 10:00 às 16:00 horas, e das 16:00 às 22:00 horas. Cada turno trabalha com duas equipes e cada equipe com dois fiscais nas ruas visitando o comércio, orientando populares quanto ao uso das máscaras e atendendo denúncias.
No comunicado emitido pela Administração, as equipes de fiscalização “estão atuando intensivamente em todos os bairros da cidade, na zona rural e no distrito de Jaracatiá, coibindo festas, reuniões e aglomerações, bem como realizando campanhas, blitz e operações específicas”.
A pergunta é: como 4 equipes divididas em dois turnos, conseguem fiscalizar intensivamente em todos os bairros da cidade, na zona rural e no distrito de Jaracatiá e ainda realizar campanhas, blitz e operações?
Se conseguem, não fazem a contento. Do contrário os moradores de Jaracatiá não reclamariam tanto de que não ocorre fiscalização naquele distrito assim como na zona rural, onde as denúncias de churrascos são muitas. Das duas uma: se vão, passam tão rápido para atender toda cidade que nem mesmo os moradores conseguem ver a atuação, ou não estão diariamente realizando todas as ações por não darem conta do serviço.
Outra informação repassada pela Administração no comunicado é que “a grande maioria da comunidade goioerense está respeitando e cumprindo as medidas de enfrentamento ao Coronavírus” – afirmação que preocupa, uma vez que é visível que não é a maioria das pessoas que está cumprindo as medidas.
Segundo os fiscais, a população sai às ruas com máscaras, no entanto, não usam corretamente. Eles afirmam que essas pessoas não podem ser multadas, pois estão de posse da máscara obedecendo o Decreto, mas usando de forma incorreta, sem qualquer efeito protetivo.
COBRAM INSALUBRIDADE. Se por um lado as cobranças para que os fiscais intensifiquem as ações de combate ao covid-19 são muitas, de outro, os fiscais também estão cobrando uma atenção maior e querem a insalubridade pelo período que estiverem trabalhando nas ações do covid.
Os fiscais querem a mesma atenção que tiveram os profissionais da saúde que, pelos riscos que correm ao trabalhar no enfrentamento ao covid, estão recebendo a insalubridade do covid-19. Os fiscais da Prefeitura tem cobrado da administração com razão, já que são eles que estão nas ruas em contato direto com a população no enfrentamento do coronavírus.