As medidas de restrição em vigor no Paraná desde a semana passada podem ser estendidas e até ampliadas por conta dos números da Covid-19, que não diminuíram o esperado; ao contrário, mantiveram o viés de alta, com lotação de unidades de UTI em vários hospitais e municípios perto do colapso.
Nesta quinta-feira (4), a ocupação de leitos exclusivos de UTI para Covid-19 pelo SUS atingiu a marca de 96%, segundo o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto. Na macrorregião Oeste, onde a situação é mais grave, a lotação estava em 98%.
Beto afirmou que a fila à espera de um leito hospitar chegou a 811 pacientes, o que significa um aumento de 16% em 48 horas, já que na terça a fila tinha 699 pessoas. Diante do quadro, ele sinalizou que o governo do Paraná vai avaliar entre hoje e amanhã se o decreto estadual com medidas restritivas será ampliado ou prorrogado.
“Nós temos muitas atividades consideradas essenciais que estão abertas. Talvez nesse momento mais duro fosse o caso que nem elas ficassem abertas. Precisamos que a taxa de isolamento aumente”, afirmou.
“Precisamos de pouco movimento, de isolamento domiciliar, diminuição de pessoas nas ruas, para que o vírus circule menos. Caso contrário, nós vamos continuar com pessoas todos os dias sendo atendidas nas UPAs com dificuldades para ir para o hospital”, disse em entrevista ao telejornal da RPC, Bom Dia Paraná.
O decreto número 6.983/2021 entrou em vigor no dia 27 de fevereiro e tem validade até as 5 horas do dia 8 de março, podendo ser prorrogado ou não, a depender do comportamento da pandemia no território paranaense durante o período. O decreto suspendeu o funcionamento dos serviços e atividades não essenciais em todo o Estado e a ampliação na restrição de circulação das pessoas, que passa a ser entre as 20 horas e às 5 horas.
O decreto estadual acabou seguido pela maioria dos municípios paranaenses.
Estrangulamento
Segundo informações da Sesa atualizadas na quarta-feira, dos 13 hospitais com leitos exclusivos para Covid-19 na Grande Curitiba, cinco estavam com as UTIs lotadas. No interior a situação também é dramática.
O problema é nacional. Dezenove estados estavam até ontem na zona de alerta crítica para a ocupação de leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs) destinados a pacientes com Covid-19, o Sistema Único de Saúde (SUS) vive o momento de maior lotação desde o início da pandemia, segundo mostrou a série histórica de mapas divulgada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
No último boletim da Fiocruz, somavam mais de 80% de ocupação nas UTIs: Acre (92%), Amazonas (92%), Bahia (83%), Ceará (93%), Distrito Federal (91%), Goiás (95%) Maranhão (86%), Mato Grosso (89%), Mato Grosso do Sul (88%), Pará ( 82%), Paraná (92%), Pernambuco (93%), Piauí (80%), Rio Grande do Norte (91%), Rio Grande do Sul (88%), Rondônia (97%), Roraima (82%), Santa Catarina (99%) e Tocantins (86%).