A Comunidade dos Municípios da Região de Campo Mourão (Comcam) está editando um decreto unificado entre municípios da região que visa o corte de gastos para amenizar os reflexos da crise econômica nas prefeituras. A medida foi definida na manhã dessa segunda-feira (22), durante uma reunião entre prefeitos, na sede da entidade, em Campo Mourão.
O decreto será publicado no dia 1º de novembro deste ano. Doze prefeitos que participaram da reunião concordaram com as medidas que serão implantadas nas prefeituras a partir do início do próximo mês, como corte de horas extras, funções gratificadas, economia de energia elétrica, além de demissões de cargos em comissão (se houver necessidade) redução do funcionamento do pátio de máquinas, para diminuir os gastos com óleo diesel, entre outras ações de contenção.
A presidente da Comcam, Angela Kraus (PSDB), prefeita de Farol comentou que prefeituras em todo o Estado também enfrentam as mesmas dificuldades. A Amuvi (Associação dos Municípios do Vale do Ivaí), por exemplo, já tomou estas medidas. Nesta quinta-feira (25), Angela e demais gestores da Comcam participarão de uma reunião na Associação dos Municípios do Paraná (AMP) para tratar do assunto e entregará uma pauta com pedidos de prefeitos da região.
“A receita dos municípios não está acompanhando a despesa. Está chegando o final do ano e nós precisamos entregar as contas em dia. Isso está deixando todos os prefeitos muito preocupados. Por isso vamos reduzir os trabalhos no pátio de máquinas, horas de serviço, cargos em comissão, horas extras e gratificações, entre outras medidas”, falou Angela.
Os prefeitos não descartam a adoção de meio expediente, caso a diminuição dos gastos não seja o suficiente com as medidas adotadas a partir do dia 1º de novembro. “É importante que todos tomem as medidas em conjunto para o movimento ganhar mais força e sensibilizar o Estado e a União. Todos estão sentindo as dificuldades na pele e por isso devemos nos unir”, pediu a presidente da Comcam.
O prefeito de Barbosa Ferraz, Edenilson Miliossi (PPS), vice-presidente da Comcam, disse que as ações em conjunto é a melhor saída para as prefeituras. Ele informou que outras microrregiões também estão adotando várias medidas de cortes. “Chega uma hora que não dá mais para se sustentar”, comentou.
Miliossi frisou que 2018 está sendo um ano atípico a várias prefeituras com relação às contrapartidas para obras. Em seu município específico, ele citou que para várias obras e veículos conquistados, a prefeitura teve de dar uma quantia em recursos de contrapartida. “Além disso, a arrecadação baixou. Nos repasses do FPM tivemos uma perda de R$ 1,5 milhão este ano afetando diretamente a administração”, explicou.
O gestor informou que este ano já colocou mais de R$ 700 mil de recursos livres para custear salários de professores. “Nós estamos sofrendo muito este ano e estamos tentando sobreviver até o fim do ano para manter salários e 13º dos servidores em dia. Porém precisamos agora ter uma redução nas metas dos trabalhos para fechar as contas”, disse.
Prefeitos na reunião
Doze prefeitos participaram da reunião dessa segunda-feira, entre eles Leandro Oliveira (Araruna); Edenilson Miliossi (Barbosa Ferraz); João Claudio Romero (Quinta do Sol); Sueli Silva (Rancho Alegre D’Oeste); Julio Frare (Peabiru); Carlos Caxão (Corumbataí do Sul); Elza Aguiar (Altamira do Paraná); Ricardo Radomski (Mamborê); José Carlos Gomes (Nova Cantu); Antonio Carlos Assis (Iretama); Mauro Slongo (Luiziana); e a presidente da Comcam, Angela Kraus (Farol).