O Governo do Paraná autorizou concurso público para a contratação de 30 médicos veterinários e 50 técnicos agrícolas. Eles serão contratados para auxiliar, sobretudo, no trabalho de vigilância sanitária, com vistas à conquista e manutenção do status de Área Livre de Febre Aftosa sem Vacinação. A expectativa é que, em setembro, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento formalize essa condição e que, em maio de 2021, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) faça o reconhecimento.
O concurso foi anunciado pelo secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, durante audiência pública sobre a questão da vacinação, realizada na Assembleia Legislativa na manhã desta quarta-feira (28). Aproximadamente 1,5 mil produtores rurais do Estado lotaram várias salas da Assembleia Legislativa para acompanhar a audiência.
O evento teve como objetivo esclarecer os benefícios que o novo status trará à pecuária e à economia paranaense e apresentar os desafios que se colocam para garantir mecanismos de defesa da sanidade.
AUMENTAR VIGILÂNCIA. Segundo o secretário, junto com a suspensão da vacina, é preciso aumentar a capacidade técnica de intervenção e de vigilância especialmente nas 33 barreiras montadas no Estado. “Sensível a essa perspectiva, o governador Carlos Massa Ratinho Junior autorizou concurso público para 30 médicos veterinários e mais 50 técnicos agrícolas para reforçar a capacidade pública de ação”, disse Ortigara.
O edital será publicado nos próximos dias. Atualmente, o Estado tem 237 veterinários e 245 técnicos agrícolas.
SÉRIE. A audiência desta quarta-feira, promovida pelo presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Assembleia Legislativa, deputado Antônio Anibelli Neto, foi a última de uma série realizada pelo Estado. “Hoje não existe mais o vírus circulante, portanto o Estado do Paraná fez o seu dever”, afirmou o deputado.
CONSTRUÇÃO COLETIVA. Para Ortigara, a grande presença de pessoas na audiência mostra o acerto da construção coletiva entre o poder público e a iniciativa privada feita ao longo de muitos anos. “Tudo foi construído para chegar neste momento, que o mundo possa reconhecer o Paraná como um Estado diferente, uma zona de produção diferente”, disse. “É abrir a perspectiva para nós acessarmos mercados.” Entre os mercados, estão o japonês, sul-coreano, mexicano, além da ampliação para a União Europeia.
HISTÓRICO. O chefe da Casa Civil, Guto Silva, foi um dos participantes da audiência. “É um dia importante, um dia histórico, uma opção feita pelo Estado, que tem um ganho enorme na produtividade, ganho de preço, ganho na excelência, é um caminho sem volta”, afirmou. “Essa é nossa vocação e, se essa é a vocação, temos que fazer essa escolha para dar mais garantias, mais condições de trabalho, e estamos muito felizes com essa decisão.”
De acordo com Ortigara, a declaração de Estado Livre de Aftosa sem Vacinação trará muitos benefícios, entre eles, a economia para os próprios produtores que não precisarão gastar mais recursos com vacinas. Anualmente, esse valor ultrapassa R$ 30 milhões. Além disso, o Paraná se isola de outros Estados que ainda não se habilitaram a esse status. “É um desafio importante, e a gente deve aproveitar essa oportunidade.”
MELHORIAS. O diretor-presidente da Adapar, Otamir César Martins, reforçou as iniciativas adotadas para atender às exigências do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. “O estímulo à formação de Conselhos de Sanidade Animal, a criação do Fundo de Desenvolvimento da Agropecuária do Estado do Paraná (Fundepec), além da constante realização de capacitações e eventos de educação sanitária são provas do investimento do Paraná na qualidade do serviço de sanidade”, disse.
O diretor-presidente da Emater, Natalino Avance de Souza, referiu-se ao status de livre de febre aftosa sem vacinação como um passaporte para o mundo. “O Paraná é referência em agricultura, praticamos aqui a melhor agricultura do Brasil e queremos também ser referência em sanidade agropecuária”, afirmou.
O evento contou, ainda com a presença de vários deputados, e dos presidentes da Federação da Agricultura do Paraná, Ágide Meneguetti; da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Paraná, Marcos Brambilla; do presidente da Organização das Cooperativas, José Roberto Ricken, e do diretor da Sociedade Rural do Paraná, Moacir Sgarioni.