A confirmação pela Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa) de mais 17 casos de variantes do coronavírus (Covid-19), nesta semana, acende a luz de alerta para a região da Comcam. É que dois casos da nova cepa do vírus foram diagnosticados em moradores de Maringá, distante 80 quilômetros de Campo Mourão.
Destes novos casos, 15 foram identificados como sendo da P1, já circulante no Paraná e dois casos da variante B.1.1.7, identificada no Reino Unido. O sequenciamento genômico do vírus foi feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Rio de Janeiro.
Em Maringá houve a confirmação de dois casos da variante B.1.1.7. Uma mulher de 39 anos e seu filho de quatro anos. Eles não precisaram de internamento e estão curados. Sem histórico de viagem, a investigação epidemiológica identificou contato com uma parente proveniente de Londres no final de dezembro do ano passado. Deste contato mais cinco pessoas da família tiveram Covid-19.
Aqui na nossa regional só tivemos um paciente que foi coletado material para investigar. E deu negativo. O critério para coleta de investigação para nova cepa é que o suspeito tenha viajado para região Norte do País”, comentou o chefe da 11ª Regional de Saúde de Campo Mourão, Eurivelton Wagner Siqueira.
Contudo, ele disse que há de se reconhecer que se houve confirmações da nova cepa em Maringá, a região de Campo Mourão deve ficar em alerta. “Com certeza a gente começa a ficar mais preocupado. E o duro nessa situação é a quantidade de exames que estão surgindo agora. O sistema de identificação de cepas não liberou ainda uma quantidade muito grande de exames”, frisou.
Siqueira alertou que o volume de transmissão do vírus está ‘muito mais rápido’ neste momento na região. “Não podemos negar isso. Está muito acelerado e nos preocupa muito. Estamos concentrando todos os esforços para conter isso. Por isso as novas medidas adotadas pelo Governo do Paraná, embora esteja difícil para a população compreender”, ressaltou.
Genômica. O Laboratório Central do Estado (Lacen/PR) participa de projeto com a Fiocruz/RJ para envio de amostras para sequenciamento das cepas do vírus SARS-CoV-2. São encaminhadas mensalmente 40 amostras representativas de todo estado, além de amostras para investigação de possíveis casos de reinfecção, eventos pós-vacina, pessoas procedentes de regiões que contém novas variantes e casos suspeitos de novas variantes.
As amostras são selecionadas pelo GAL (Gerenciador de Ambiente Laboratorial) e devem cumprir os critérios para o envio de amostras: ter carga viral alta, volume mínimo e tempo do envio de amostra para o Lacen/PR (menor que 72 horas). O envio destas amostras e a devolução dos resultados são padronizados, a fim de evitar erros, principalmente de cadastro.
Dos 17 casos confirmados da variação do vírus, 14 são de Curitiba, sendo oito mulheres e seis homens com idades que variam de 21 a 76 anos. Destes, 10 internaram em hospitais e quatro não precisaram de atendimento hospitalar. Cinco evoluíram para cura e nove não foram informados.
Sobre a procedência desses pacientes, verificou-se que: cinco são pacientes que vieram do Amazonas, três residem no município de Curitiba e viajaram para Manaus e dois são contatos de pessoas provenientes também de Manaus. Quatro pacientes foram transferidos de Manaus para Curitiba para tratamento da Covid-19.
Um outro caso da variante P1 é residente do município de Ponta Grossa, mulher, 87 anos, e outros dois casos da variante B.1.1.7 de pessoas residentes do município de Maringá, uma mulher de 39 anos e seu filho de 4 anos. (Por Walter Pereira, Tribuna do Interior)