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Notícias / Geral Conheça a agricultora de Maringá que se transformou na Rainha da Soja

segunda-feira, 15 maio de 2023.

Foto: Arquivo pessoal / Reprodução: GMC Online

Em um mundo ainda dominado por lideranças masculinas, Cecília Barros de Mello Falavigna, 79 anos, de Maringá, é uma inspiração para todas as mulheres que gostam da agricultura. Conhecida no Agronegócio do Brasil inteiro como ‘Rainha da Soja’, a agricultora que já está na lista da Forbes, como uma das mulheres mais influentes do setor, continua sendo homenageada por sua trajetória. Na 49 edição da Expoingá não foi diferente.

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“Eu perdi o meu marido e dei continuidade em tudo que ele fazia, fui crescendo cada vez mais, e hoje estamos bem graças a Deus, com o trabalho, com a vivência, com a experiência e tecnologia. Não parei um minuto e segui com muita dedicação e carinho no agronegócio”, afirma.

A agricultora e mãe de três filhos explica ao GMC Online que é preciso buscar o conhecimento para não ficar para trás, ou seja, é fundamental acompanhar as novas tendências, buscar tecnologias e inovação, somadas as orientações dos técnicos.

“A Cecília de hoje tem muito mais experiência, passou por várias dificuldades, mas foi muito corajosa, eu me orgulho de estar na Expoingá e receber essas homenagens”, diz.

Coragem, determinação e simpatia são das qualidades que se tornam evidentes em pouco tempo de conversa com a empresária, que se destaca na fila das mulheres que estão à frente dos negócios, tomando decisões e assumindo posições no agronegócio. Cecília afirma que todo o trabalho não é em vão e que o legado precisar ser passado para frente. Para ela, ver que todo o trabalho valeu a pena é muito compensador.

“A idade vai chegando e temos que deixar alguém no lugar, meu filho, Paulo Cesar de Mello Falavigna é que está dando continuidade, mas eu nunca deixo de estar atualizando. Tudo que se faz na fazenda eu estou por dentro. Nós trabalhamos juntos, mas é ele que está à frente de tudo agora”, ressalta.

A ‘virada de chave’

Após o falecimento do marido, Cecília deixou de ser professora de uma escola particular em Maringá para assumir as duas propriedades – em Floraí e Mamborê, onde cultivava, além da soja, pecuária e trigo. Com o tempo, centralizou as propriedades em Floraí e optou pelo cultivo da soja, milho e laranja.

“Minha vida mudou muito depois de um drama pessoal. Após lutar por dois anos contra um câncer no estômago, meu marido, João, perdeu a batalha e morreu em 23 de março de 1997. E foi a partir desse dia que tive de me reinventar. Professora e dona de casa, mãe de três filhos, me vi perdida, sem chão, era meu marido que administrava as propriedades rurais. Recebi diversos conselhos. Uns diziam para arrendar as terras; outros, para vendê-las. Até que resolvi arregaçar as mangas e assumir as duas fazendas, que ficam no município de Floraí, no Paraná”, relata.

Desafios na vida pessoal e profissional

No entanto, para assumir os negócios, Cecília precisou estudar a aprender sementes, solos, alqueire de terra. “Meu primeiro passo foi conversar com os empregados e pedir o apoio deles. No princípio, ficaram receosos. Mal falavam comigo. Afinal, nunca tinham tido de lidar com uma mulher. Com o tempo, porém, consegui a confiança, e eles estão comigo até hoje. O segundo passo foi procurar a cooperativa da região, a Cocamar. Aproveitava tudo o que a entidade me proporcionava, de cursos a palestras, mesmo não sabendo perguntar — porque, se você não tem conhecimento do assunto, não sabe nem qual é sua dúvida”, explica.

Entretanto, nem tudo são flores. Na agricultura, ela teve duas grandes dificuldades no início dessa nova fase de vida. A primeira foi enfrentar o preconceito por ser mulher, e ainda viúva, num ambiente dominado por homens. Mas, à medida que se empunhava, conquistava o respeito. A segunda foi em relação aos três filhos. “Ana Cláudia, a mais velha, era recém-formada em arquitetura, mas ainda não estava casada; a do meio, Mara Sandra, é portadora de síndrome de Down, e eu não podia deixá-la com qualquer pessoa; o caçula, Paulo César, era adolescente, e o sonho de Cecília era proporcionar a ele uma faculdade. Perdi a conta de quantas vezes chorei de saudade deles, mas eu tinha de buscar o pão de cada dia. Passei momentos de solidão, sem ter com quem dividir dúvidas e angústias”, relembra.

O primeiro desafio da então nova agricultora aconteceu logo na safra de estreia. Era época de plantar milho, mas o maquinário estava sucateado, não tinha como semear. “Procurei a concessionária e comprei meu primeiro trator. Fiquei muito feliz. Nunca atrasei uma prestação. Passava madrugadas fazendo cálculos de quanto a soja me renderia para pagar as dívidas. O mercado oscila demais, a cotação do grão varia de um dia para o outro”, diz.

Foto: Ricardo Freitas/GMC Online

Rainha da Soja

Mãe, guerreira, professora, agricultora, Cecília ultrapassou seus obstáculos e mostrou que é possível vencer as dificuldades quando tem determinação. Em três safras, 2015, 2016 e 2018, foi premiada no Paraná por conseguir a maior produtividade da região. Por mais que buscasse o melhor manejo, a professora estreante na agricultura nunca imaginaria que seria a “rainha da soja”. “Foi o reconhecimento por toda a minha luta. Encontrei barreiras, porém em nenhum momento pensei em desistir. Nem quando levei o maior tombo. Era uma quarta-feira, a soja estava amarelinha, e iríamos iniciar a colheita no dia seguinte, até que o telefone tocou e veio a notícia arrasadora: uma chuva de granizo acabara com toda a plantação. Passei mal, chorei, mas um dia depois ergui a cabeça e estava lá colhendo o pouco que havia sobrado” ressalta.

Nesses 23 anos à frente das fazendas, a Rainha da soja afirma que se sente realizada e hoje começa a dividir as responsabilidades com o filho, que conseguiu se formar em direito e trabalha com a mãe. “Tenho certeza de que fiz o meu melhor ao expandir o que o João deixou. Meu desejo é que minha soja continue alimentando as pessoas pelos quatro cantos deste mundo”, diz.

Fonte: GMC Online

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