Com um extenso território continental, o Brasil possui uma ampla diversidade de práticas do agronegócio, aprimoradas com as experiências aplicadas em cada região, respeitando as características de solo e de clima.
O Pará, por exemplo, é um grande produtor de frutas, progredindo anualmente no plantio de grãos. Orgulho nacional, o café é predominante nas áreas rurais de Minas Gerais, que também integra os estados que colhem soja e milho. Já o Paraná tem como característica a diversificação proporcionada pela avicultura, piscicultura, suinocultura e bovinocultura de leite – resultado de uma busca pela valorização dos produtos agrícolas.
É preciso concordar que a união concentra importantes experiências. O simples compartilhamento dessas práticas aplicadas no agronegócio em cada estado interfere em avanços significativos para o campo. Por isso, o cooperativismo incentiva o intercâmbio de profissionais em todo o Brasil.
Cafelândia, Oeste do Paraná, se torna um polo de conhecimento agro: a Copacol abre as portas para outras cooperativas para apresentar métodos de trabalho aprimorados em quase seis décadas. A Cooxupé, Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé, Minas Gerais, veio ao interior paranaense aprimorar o conhecimento sobre o recebimento e comercialização de grãos. Já a Coopernorte, maior cooperativa de grãos do Pará, aprofundou as experiências em logística, contratação, armazenagem e venda de produtos: experiência proporcionada pela OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) do estado paraense. “Viemos buscar na fonte essas experiências que são importantes ao cooperativismo paraense: conhecer as boas práticas desenvolvidas pelas cooperativas, entender o que deu certo e o que precisou ser adaptado para implementarmos as nossas realidades. Levamos muito conhecimento na bagagem para assim acelerar o desenvolvimento do agronegócio em nosso estado de uma maneira mais rápida e eficaz”, afirma Diego Andrade, gerente de Desenvolvimento de Cooperativas do Sescoop (Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo) do Pará.
De Minas Gerais, a comitiva da Cooxupé visitou o CPA (Centro de Pesquisa Agrícola) para entender como ocorre todo o processo de pesquisa, produção e comercialização de sementes e insumos: setor que eles pretendem aprimorar no estado mineiro. “Nossa cooperativa é voltada ao café. É prazeroso estar aqui na Copacol aprender ainda mais, trocar conhecimento, pela pujança do cooperativismo na região paranaense. É uma oportunidade para a nossa equipe em busca de melhores resultados”, afirma Carlos Augusto Rodrigues de Melo, presidente da Cooxupé.
Os profissionais da Copacol receberam as comitivas, compartilhando os métodos implantados. O diretor vice-presidente, James Fernando de Morais, recepcionou as comitivas que estão passando em nosso estado. “Tivemos a satisfação de receber duas cooperativas com estruturas distintas: a Cooxupé, com 90 anos, e a Coopernorte, com onze anos, que vieram até a Copacol em busca de conhecimento e experiência. Apresentamos a estratégia da nossa cooperativa, organização do quadro social, estrutura administrativa e processos. Essa é uma oportunidade para todos aprendermos e consolidamos o cooperativismo no Brasil”, afirma Morais.Cooxupé
A Cooxupé possui mais de 17 mil cooperados (97% pequenos produtores que vivem da agricultura familiar), recebendo café produzido em mais de 300 municípios de sua área de ação, localizada no Sul de Minas, Cerrado Mineiro, Matas de Minas e Vale do Rio Pardo (no estado de São Paulo). Pensando na diversificação de seus negócios, a Cooxupé também possui projetos como torrefação própria, auxílio na produção e comercialização de milho, fábrica de rações, laboratórios para análise do solo, geoprocessamento, entre outros investimentos.
Coopernorte
Com apenas onze anos de existência, a Coopernorte já se tornou uma referência na produção agrícola paraense e é reconhecida como a maior do estado. A sede fica em Paragominas, Minas Gerais, e conta com 100 cooperados, que produzem basicamente soja, milho e sorgo. A cooperativa que já mantém estrutura para o processamento de milho tem como desafio expandir as atividades por meio do beneficiamento de arroz, feijão, além de implantar piscicultura e suinocultura.