Prestes a iniciarem o plantio da safra 2020/2021, as regiões Oeste e Sudoeste do Paraná apresentam previsões favoráveis para o bom desempenho das lavouras. A semeadura tende a começar na segunda quinzena de setembro, quando há expectativa de curtos períodos de chuva até novembro.
A análise meteorológica é do engenheiro agrônomo e agrometeorologista, Marco Antonio dos Santos, sócio-proprietário da empresa Rural Clima, que participou de mais uma live transmitida pelo Canal Oficial da Copacol pelo Youtube. “A agricultura é uma indústria a céu aberto exposta as condições climáticas. Apesar de não conseguirmos interferir nestas condições, é importante conhecermos o cenário em que estaremos expostos para planejarmos a nossa produção e implantarmos técnicas para reduzir riscos que o ambiente nos impõe”, afirma Tiago Madalosso, engenheiro agrônomo e gerente técnico do CPA (Centro de Pesquisas Agrícolas) da Copacol.
A live teve como proposta levar conhecimento aos cooperados sobre tendências climáticas do próximo ciclo produtivo, por meio de análises na nossa região e também em outras áreas produtivas ao redor do mundo.
Nos Estados Unidos a seca intensa registrada afetou a produtividade da soja e do milho: isso causou efeito nas comodities, gerando recordes em preços dos grãos no Brasil. Santos apontou durante a transmissão que parte das lavouras norte-americanas apresenta condições ruins ou péssimas – a seca tende a continuar na região, com isso a estimativa de produção caiu de 388,6 milhões de toneladas de milho para 376 milhões de toneladas; em relação a soja a produção deve baixar de 120,3 milhões para 118,6. Os norte-americanos tiveram redução de área plantada, mas a produtividade ainda é considerada bastante significativa.
LA NINÃ. O fenômeno natural que reduz as temperaturas do Oceano Pacífico está descartado neste ano, segundo Souza. “Ainda há uma porção grande de água quente anulando o resfriamento do Pacífico”, explica o agrometeorologista. O La Ninã provoca uma série de reações climáticas ao redor do mundo, como excesso de chuva em períodos de plantio no Brasil.
As temperaturas mínimas devem continuar mais baixas que o normal. Porém, tal alteração climática tende a influenciar no aparecimento de doenças e exigir maior cuidado do produtor. “A germinação das sementes ocorre de uma maneira diferenciada. O produtor deve investir em sementes de boa qualidade, de alto vigor, para um bom desenvolvimento da planta. Como teremos grande incidência de ventos e o ambiente na região será mais úmido, o risco de doenças como ferrugem e mancha é maior, visto que o Paraguai já está plantando a safra de soja – quando ela florescer deve trazer à região tais doenças” – afirma Souza.
Com a semeadura da soja até fim de outubro, o milho deve ser plantado até 25 de setembro. A orientação é seguir a risca as orientações técnicas. “O produtor deve fazer o manejo na hora certa, usar boas sementes, boas tecnologias. A soja no Brasil tem tudo para chegar a 134 milhões de toneladas – acima do recorde anterior, de 124 milhões de toneladas”, diz o agrometeorologista.