A Usina Governador Pedro Viriato Parigot de Souza (GPS) completou 50 anos nesta terça-feira (26). O presidente da Copel, Daniel Pimentel Slaviero, e o diretor-geral da Copel Geração e Transmissão, Moacir Carlos Bertol, visitaram a usina para comemorar a data com a equipe responsável pela planta e anunciaram um investimento de R$ 100 milhões para uma nova etapa de modernização do empreendimento.
Com quatro unidades geradores que somam 260 megawatts de potência, está localizada no município de Antonina, no Litoral, e pode produzir energia para atender ao consumo de até 750 mil pessoas. Apesar de cinquentenária, a GPS está em plena forma. No ano 2000 houve uma ampla modernização e ela passou a ser operada a distância a partir do Centro de Operação de Geração e Transmissão da Copel, em Curitiba.
“Como gestão atual da Copel, temos enorme responsabilidade não só para respeitar essas cinco décadas de história, mas principalmente para projetar o futuro. Por isso, neste ano de 2021, em que a usina completa 50 anos, aprovamos o maior plano de modernização de sua história. Serão R$ 100 milhões que servirão para modernizar todas as unidades geradoras, tornando-as mais modernas e eficientes”, anunciou o presidente.
A hidrelétrica é um dos grandes feitos das equipes de engenharia da Copel e teve um papel importante no desenvolvimento do Estado. “E tem um significado muito especial para minha família. Fico feliz em ter a honra de ser presidente da Copel neste momento, porque foi durante o governo do meu avô, Paulo Pimentel, que ela foi construída e inaugurada. Uma obra que trouxe tantos benefícios para o Litoral do Paraná, para o Estado e para o sistema elétrico como um todo”, lembrou Slaviero.
JOIA SUBTERRÂNEA – Encravada na Serra do Mar paranaense, GPS é a maior central geradora subterrânea do sul do Brasil. A configuração única e o projeto ousado para a época já atraíram a atenção de milhares de visitantes, grupos de estudantes e pesquisadores, inclusive de fora do Brasil.
A hidrelétrica é alimentada pelo represamento das águas do Rio Capivari – que integra a bacia do Rio Ribeira. A construção da barragem de terra compactada permitiu a formação de um reservatório de 16,3 km quadrados, localizado à margem da rodovia BR-116, no trecho Curitiba – São Paulo, a 50 km da capital paranaense.
Depois de movimentar as turbinas, a água do Rio Capivari é lançada no Rio Cachoeira. E é por essa configuração que o empreendimento foi originalmente batizado com o nome de Usina Capivari-Cachoeira.
O segredo de engenharia dessa usina é o desnível entre o reservatório e as turbinas. A quantidade de água utilizada é pequena, mas a velocidade proporcionada pelos 750 metros de queda pode chegar a 426 km/hora gerando uma grande pressão sobre as conchas das turbinas Pelton.
Para gerar energia, a água atravessa um túnel de adução de 15 km escavado no coração da Serra do Mar, passa pela chaminé de equilíbrio que reduz a pressão nos túneis, e chega ao conduto forçado que tem mais 1.080 metros e leva a água até as turbinas, instaladas na base da montanha. Ali, três grandes cavernas foram escavadas e abrigam a sala de máquinas, sala dos transformadores e sala de válvulas.
Uma galeria de 1.100 m de comprimento e 6,4 m de diâmetro permite o acesso a essas cavernas. Ao longo de seu percurso, apoiados em prateleiras especiais, estendem-se os cabos de alta tensão, isolados a óleo, que conduzem a energia até uma subestação em 230 kV, situada a céu aberto nas encostas da serra. Instalados nesse local, dois transformadores reduzem a tensão para 138, 34,5 e 13,8 kV, a fim de transmitir energia ao Litoral do Estado e atender às necessidades da usina e região.
“É um marco da vitória da engenharia, do desenvolvimento, da tecnologia da Copel e do Estado do Paraná”, afirmou o diretor-geral da Copel Geração e Transmissão, Moacir Bertol. “Uma obra extremamente importante e muito inovadora para a época, que colocou a Copel no rol das grandes empresas de geração hidrelétrica brasileiras.”
CONCESSÃO – Em 2015, a Copel venceu o leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e garantiu o direito de continuar operando a Usina Hidrelétrica Governador Parigot de Souza (GPS), em Antonina, por mais 30 anos. Parigot de Souza foi construída pela Copel na década de 60 e teve seu primeiro contrato renovado em 1995 por 20 anos. A renovação expirou em julho de 2015 e, por isso, a concessão foi a leilão. “Agora, com a nova outorga, a modernização das unidades geradoras visa a preparar a usina para as próximas décadas, melhorando ainda mais sua eficiência”, afirmou Bertol.
REPASSE DE RECURSOS – A energia gerada por GPS rende também recursos para os municípios. Desde junho de 1993, a usina já injetou cerca de R$ 111 milhões nos cofres públicos. O pagamento refere-se à compensação financeira pelo uso de recursos hídricos para fins de geração de energia. Segundo as regras atuais da Aneel, o repasse equivale a 7% do valor da energia produzida pela usina multiplicado pela Tarifa Atualizada de Referência.
Além disso, a integração da Usina GPS à paisagem é também um atrativo turístico da região. Ao redor dela, centenas de hectares de árvores nativas e matas ciliares foram recuperadas e são preservadas pela Copel, protegendo a biodiversidade regional.
A escola que foi erguida na época da construção da usina para atender os filhos dos trabalhadores abriu as portas à comunidade, ajudou a formar toda uma geração de paranaenses e ainda hoje está em funcionamento, sob administração do Estado.