Os 17 casamentos agendados entre março e agosto, cujos noivos haviam contratado a empresa de eventos de Aline Angeli, foram adiados por conta da pandemia de Coronavírus. Os de março, abril e maio foram remanejados para outubro, novembro dezembro. Já os noivos de junho, julho e agosto, só conseguiram datas para o próximo ano. “Serão seis meses sem eventos, como se esse período não existisse”, lamenta Aline, que há 13 anos atua no ramo de eventos sociais e empresariais.
Um dos clientes dela que teve o sonho adiado foi o casal André Lucas Ciola e Vanilda Duminelli. O casamento deles estava marcado para o dia 25 abril, mas pouco mais de um mês da data, a pandemia obrigou o cancelamento. “Estava tudo certo, com fornecedores contratados. Tivemos que rever tudo e avisar todos os convidados”, conta André.
A nova data para o enlace, mantendo os mesmos contratos com fornecedores, será 24 de outubro. Porém, nesse dia eles já não vão conseguir o Santuário Nossa Senhora Aparecida (que estava certo para 25 de abril) nem o salão de festas da Arcam, que Andre conseguiria a baixo custo por ser funcionário da Coamo. “Agora estamos em busca da igreja e um salão para mais de 200 convidados”, explica.
“No começo a gente fica sem chão, porque de repente muda tudo, tem que começar tudo de novo. Mas agora já estamos conformados, porque não há o que fazer”, relata o noivo, ao acrescentar que alguns convidados já haviam até dado os presentes.
Segundo ele, por enquanto o casal não teve prejuízos. “Os fornecedores foram bem compreensivos e mantiveram os preços. Alguns exigiram parte do pagamento agora, outros não exigiram nada. Esperamos que até outubro isso tudo tenha passado”, enfatiza o casal, que namora há mais de sete anos e há cerca de três anos começou a planejar o casamento. Atualmente, ambos moram com os pais.
No caso da empresa da Aline, além de ter que garantir o serviço para as novas datas, não consegue novos clientes por conta da insegurança do momento. “Com os adiamentos para datas futuras que estavam livres, não conseguiremos fechar novos contratos. Isso vai reverter em mais uns seis meses sem a possibilidade de novos eventos”, analisa Aline, que nesse período arranjou um trabalho em Maringá para se manter.
“Lancei promoções pra tentar fechar contratos e cheguei a conversar com os clientes que tiveram o casamento adiado para adiantar uma parte do pagamento”, conta, ao comemorar o fato de não ter nenhum contrato cancelado.
Um dos casais clientes dela que estava com o casamento agendado para o mês de outubro, já decidiu adiar para outubro do próximo ano. “Eles também foram prejudicados no trabalho deles por conta da pandemia e temendo não conseguir honrar os compromissos financeiros resolveram adiar o sonho por um ano”, completa. (Tribuna do Interior)