Publicidade
Publicidade

Notícias / Geral Covid-19: por que a demora na vacina?

quinta-feira, 17 setembro de 2020.

Vacina: uma palavra que concentra esperanças do mundo inteiro. Quando um vírus até então desconhecido gera uma pandemia nas proporções atuais, desenvolver um método de imunizar a população é tarefa para a qual cientistas de diversas áreas voltaram as atenções. Mas a tarefa não é fácil. O processo exige grande investimento e acúmulo de conhecimento, e a falta de vacinas para doenças que há muitos anos perturbam a humanidade, como Aids e Hepatite C, indica o tamanho do desafio.
O comportamento dos agentes patogênicos no corpo humano pode gerar, basicamente, dois tipos de dificuldade na produção de vacinas, como expõe o médico infectologista Alexandre Naime Barbosa, professor da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB/Unesp): “O primeiro é a mutação. Por que é mais factível uma vacina para Sars-cov-2 do que para Hepatite C? Por causa da alta taxa mutacional deste, mais de 90% dos vírus que ele reproduz dentro das células são diferentes do original”.
“A vacina nada mais é do que um método de ensinar o sistema imunológico a produzir uma resposta de defesa baseada em anticorpo ou na resposta imune celular mediada por células T”, continua. “Como se fosse uma imagem que fica gravada na memória. Como os vírus estão em constante mutação, não é possível gerar uma resposta contínua e potente”.


O segundo tipo de dificuldade é o mecanismo de escape da função imune. “É como se fosse a camuflagem do camaleão”, compara o professor, que cita como exemplo o parasita causador da malária e a bactéria que causa a sífilis. “Eles simulam e se misturam com as células do organismo, não há como fazer uma resposta específica. São agentes que se infiltram em nosso exército”.

Doenças negligenciadas e vacinas que fazem falta
O desafio é tão grande que nem a promessa de grande retorno financeiro garantiu, até agora, um resultado positivo. “Não tenho dúvida de que quem desenvolvesse uma vacina para Hepatite C ou HIV já teria faturado muito”, pontua Barbosa, que ressalta que “a falta de investimento se dá para outras doenças, que são doenças negligenciadas. São doenças que existem só em países pobres”.

“Não se pesquisa uma vacina para zika vírus ou chicungunha, que teoricamente seriam mais fáceis”, exemplifica. A Organização Mundial da Saúde mantém lista com 20 doenças tropicais negligenciadas, que afetam populações pobres da Ásia, África e América Latina, como Doença de Chagas, raiva ou dengue – esta última, em particular, de grande impacto no Brasil. Apenas no primeiro semestre de 2020, segundo o Ministério da Saúde, foram notificados mais de 900 mil casos prováveis de dengue no país.

Questionado sobre qual vacina seria mais urgente, fora a do novo coronavírus, o médico é enfático: “sem sombra de dúvida, é a do HIV”. Mais de 40 milhões de pessoas morreram desde que a Aids surgiu nos anos 80, e embora o avanço da medicina favoreça no tratamento, a doença ainda é fatal. “É uma doença comportamental, você tem como evitar, é só por camisinha. Fácil, barato e efetivo. Só que as pessoas não mudam o hábito, então não adianta ficar na ditadura do látex”.

Ele lamenta, ainda, que o número de casos venha aumentando entre jovens do Brasil e de outros países do mundo, e não acredita que essa vacina seja desenvolvida tão cedo. Isso porque se trata de vírus com grande capacidade de mutação e, além disso, com mecanismo de fuga que desliga o sistema imunológico. “No intervalo de 10 anos certamente não haverá vacina para HIV”, prevê Barbosa.

Comunidade mobilizada contra coronavírus
Por ora, especialistas ao redor do mundo se debruçam para encontrar uma solução contra a Covid-19. Jorge Kalil, diretor do Laboratório de Imunologia do InCor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da USP), coordena o projeto brasileiro: “Não há fórmula para fazer vacina. Primeiro a gente descobre uma vacina, depois a gente desenvolve, a última etapa é a fabricação. Isso tudo pressupõe uma aquisição de conhecimento que é muito importante”.

Ele explica que, além da sinergia gerada pela urgência, a solução contra a pandemia pode chegar em tempo recorde pois aproveita estudos baseados em vírus que já estavam em circulação. “A vacina de Oxford, por exemplo, é semelhante à que já estava sendo testada para Ebola e para Mers, que são parentes do Sars-cov-2”.

Publicidade
domsegterquaquisexsáb
282930    
       
     12
31      
    123
2526272829  
       
28293031   
       
     12
31      
   1234
2627282930  
       
293031    
       
     12
       
      1
3031     
      1
30      
   1234
262728    
       
  12345
2728     
       
28      
       
      1
       
     12
2425262728  
       
      1
3031     
     12
24252627282930
       
  12345
2728293031  
       
2930     
       
    123
25262728293031
       
    123
18192021222324
25262728   
       
 123456
78910111213
21222324252627
28293031   
       
     12
10111213141516
17181920212223
24252627282930
31      
   1234
567891011
12131415161718
19202122232425
2627282930  
       
1234567
891011121314
15161718192021
22232425262728
293031    
       
     12
3456789
10111213141516
17181920212223
24252627282930
       
  12345
6789101112
13141516171819
20212223242526
2728293031  
       
      1
9101112131415
23242526272829
3031     
    123
252627282930 
       
 123456
14151617181920
21222324252627
28293031   
       
      1
9101112131415
16171819202122
23242526272829
30      
   1234
567891011
       
   1234
12131415161718
19202122232425
262728    
       
293031    
       
    123
11121314151617
       
  12345
13141516171819
27282930   
       
      1
23242526272829
3031     
    123
18192021222324
252627282930 
       
28293031   
       
   1234
567891011
       
     12
3456789
17181920212223