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Notícias / Polícia Criança que teve oito costelas e braço quebrados pela própria mãe foi reanimada em hospital no litoral de SP: ‘vi ele morto’

quarta-feira, 5 outubro de 2022.

O Conselho Tutelar de São Vicente, no litoral de São Paulo, acionou o Ministério Público por conta do caso do menino de quatro anos que foi brutalmente agredido pela mãe e pelo padrasto. Ele teve oito costelas e um braço fraturados. Após bater nele, a mãe da criança fez um vídeo dizendo que na casa dela “ele não ia bagunçar” (veja o vídeo abaixo). A conselheira, que acompanha o caso, diz que o menino foi reanimado no hospital após as agressões e que o pai da criança deve ficar com o menino.

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A conselheira tutelar Valdelice Alves atendeu a ocorrência no dia 28 de setembro. Ela foi acionada por funcionários do hospital de São Vicente, onde o menino permaneceu internado. A informação era de que uma criança de quatro anos tinha sido espancada e estava gravemente machucada. A conselheira foi até o local e solicitou a presença da polícia, por se tratar de uma agressão.

Segundo apurado pelo g1 nesta terça-feira (4), o menino sofreu agressões quando estava com a mãe e o padrasto. Após o episódio, o homem levou a criança para a casa dos pais dele. O casal, então, levou o menino para o hospital. “A mãe do padrasto falou que o filho dela tinha aparecido na casa da família, com o menino enrolado em um lençol e disse que ele estava muito mal”, conta Valdelice.

A mulher contou à conselheira que abriu o lençol e viu o rosto do menino machucado e o ouvido com sangue. Os pais do padrasto do menino ainda disseram que não tinham muito contato com a mãe da criança e que não sabiam o que havia acontecido.

Reanimado

A conselheira chegou na sala de emergência de pediatria quando a médica estava tentando reanimar a criança. “Ela pediu mais medicação, perguntava para a equipe se ele tinha reagido. Foi um momento de muito pavor. A gente percebeu que o menino estava inconsciente. A gente viu ele morto”, disse ela.

Minutos após o atendimento médico, a conselheira ouviu um choro. “Nessa hora, a gente agradeceu porque ele renasceu. Deu um alívio em todos que estavam ali”, conta.

Agressão

Segundo a conselheira, o menino falou sobre o que tinha acontecido para as enfermeiras. “Ele contou que a mãe bateu nele e depois colocou ele no banho gelado. O menino chegou no hospital com hipotermia, por isso foi preciso essa reanimação”, contou a conselheira. Por conta dos ferimentos, ele foi transferido para a Unidade de Terapia Pediátrica (UTI) da Santa Casa de Santos.

Durante a madrugada, o pai do menino chegou no hospital. Ele disse que recentemente perdeu a esposa para o câncer. Por conta disso, a mãe das crianças disse a ele que ficaria com os filhos, na tentativa de ajudá-lo a passar por esse momento.

Segundo a conselheira, quando o pai foi buscar as crianças, a mãe não estava deixando o pai levá-los. “Nenhum dos dois tinha a guarda definitiva da criança. Então, não tinha como ele pegar. Foi um acordo de boca”, explica ela. Neste período, o filho dele teria sido agredido pela mãe e pelo padrasto.

Um vídeo, obtido pelo g1 e feito pela mãe do menino, mostra ela falando com ele após as agressões (veja o vídeo acima). Ele está sem roupas, encostado na parede e machucado. A mulher diz: “Tá rangindo tu? Tu tá rangindo e virando a cabeça? Dentro da minha casa você não vai fazer bagunça. Você não vai fazer bagunça (sic)”.

Reencontro com o pai

No hospital, a conselheira acompanhou o encontro do menino com o pai após as agressões. “Foi um momento tão lindo quando esse pai entrou na sala. Ele falava ‘papai me leva para sua casa, eu quero ir embora com você. Deita aqui do meu lado, aqui na cama'”, contou ela.

A conselheira tutelar disse que, diante da reação positiva da criança ao ver o pai, foi tomada a decisão. “Nós aplicamos a medida de responsabilidade da criança para o pai e informamos o Ministério Público de toda a ocorrência”, finaliza ela.

g1 entrou com contato com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), que informou que a delegada da Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher de São Vicente não iria falar sobre o caso, por se tratar de ocorrência envolvendo menor de idade. As investigações seguem sob segredo de Justiça.

A Santa Casa de Santos informou que no dia 29 de setembro deu entrada uma criança com as características mencionadas, mas o hospital não tem autorização para dar mais informações sobre o caso.

Fonte: G1.