Defensores públicos do Paraná classificaram como de ‘extrema gravidade’ um ato em um desfile cívico em Piraí do Sul que retratou crianças negras como escravizadas. Diante do caso, a Defensoria Pública do estado também anunciou a abertura de um procedimento de investigação nesta terça-feira (20).
A medida vai apurar se há necessidade ou não de ajuizar uma ação civil pública contra os órgãos responsáveis pelo ato. Para isso, serão cobradas explicações da prefeitura.
O procedimento foi solicitado pelo Núcleo da Cidadania e Direitos Humanos (NUCIDH) e pelo Núcleo da Infância e Juventude (NUDIJ) da DPE.
Na segunda (19), o Ministério Público do Paraná também já havia iniciado uma apuração sobre o ocorrido.
Por nota, a Prefeitura de Piraí do Sul afirmou que o desfile buscava resgatar valores como civismo e desenvolver o sentimento de pertencimento em toda a população.
Destacou, ainda, que as escolas têm autonomia para manifestações e que a apresentação em questão abordava “momentos históricos de grande relevância como: descobrimento, contato com indígenas, escravidão, Independência, Lei Áurea e a consequente abolição da escravatura”.
Na avaliação do município, “em momento algum o ato ficou caracterizado como ofensa aos negros nem se destinou a qualquer desrespeito à dignidade da pessoa humana”.
A prefeitura disse ainda que, considerando o contexto do momento do desfile e das ações cotidianas da escola, repudia qualquer menção ao racismo ou outra forma de preconceito.
O desfile
O desfile cívico foi realizado no último fim de semana e fez parte das comemorações dos 200 anos da Independência do Brasil.
Vídeos compartilhados nas redes sociais oficiais da Prefeitura de Piraí do Sul mostraram o trecho do desfile. Porém, mais tarde, o conteúdo foi removido e apenas outras partes do evento continuavam disponíveis.
O evento foi na Avenida Bernardo Barbosa Milléo e contou com a participação de estudantes de escolas municipais e estaduais, autoridades, autoridades religiosas, associações, entre outros.
Fonte: G1.