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Notícias / Goioerê Dia da Luta das Pessoas com Deficiência: “O que adianta falar de acessibilidade se as autoridades de Goioerê não são acessíveis”

quinta-feira, 24 setembro de 2020.

A Praça da Igreja Matriz é um dos locais com falta de acessibilidade: além dos pavers totalmente desiguais que dificultam o acesso à área interna da praça, as rampas elevadas também são questionados pelos cadeirantes

Na última segunda-feira, 21, foi comemorado o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência, data que tem como objetivo fazer as lideranças discutirem  propostas e políticas públicas que visem integrar essas pessoas na sociedade de forma igualitária.

SEM PRIORIDADE. Em Goioerê, o problema é grave quando o assunto é acessibilidade.  Uma cidade, cujas lideranças não estão com os olhares voltados ao problema.  Entra prefeito e sai prefeito, e nenhum projeto foi apresentado que garanta o direito de ir e vir das pessoas portadoras de deficiências físicas e até mesmo idosos.

Um dos poucos locais que terá acessibilidade é o Ginásio  10 de Agosto, que passou por completa reforma sendo contemplado no projeto a acessibilidade. No entanto, só aconteceu por uma visão do governo estadual, que somente liberou o recurso com a exigência de que no local tivesse obras de acessibilidade.

Da mesma forma, as pavimentações que acontecem com recursos do Governo, que exige toda estrutura, entre elas as rampas de acessibilidade. No entanto, se observávamos a qualidade das rampas, é fácil identificar problemas como inclinação elevada, falta de um nivelamento entre a rua e o início da rampa demonstrando que é um serviço executado por obrigação, não pela consciência de que pessoas precisam daquela melhoria para transitar pelas ruas.

Manoell Florentino, cansado com a falta de acessibilidade em Goioerê, optou por fazer um protesto silencio optando por ficar em casa

Para tentar mostrar as dificuldades das pessoas com deficiência física em Goioerê, a Tribuna conversou com o cadeirante Manoell Florentino, ele que é vigia na Escola Duque de Caxias e já passou por situações vexatórias  pela falta de acessibilidade e atualmente optou por não sair mais de casa, somente quando necessário, em um protesto silencioso.

 

RELATO DE QUEM CONVIVE COMA FALTA DE ACESSIBILIDDE

Com 36 anos, Manoell Florentino nasceu com um desvio na coluna o que o deixou em uma cadeira de rodas. Funcionário público há 10 anos, atuando no cargo de vigia, afirma que ele mesmo já teve preconceito por ser um portador de deficiência, quando criança, e precisou se aceitar para poder lutar por seus direitos.

Manoell é uma pessoa muito crítica para os problemas vividos pelos portadores de deficiência em Goioerê. Atualmente está fazendo um protesto silencioso, pela falta de acessibilidade em Goioerê.

Segundo Manoell,  há cerca de dois anos desistiu de frequentar  a praça da Igreja Matriz e o Calçadão por total falta de condições de andar com a cadeira de rodas.  “É totalmente inacessível, e a gente passa por muitos perigos. Quantas vezes já caí na rua” – recorda.

“O que adianta falar de acessibilidade se as autoridades não são acessíveis”

E quando a pergunta é quais os locais com total ou quase total falta de acessibilidade em Goioerê, Manoell responde rápido: Prefeitura, estádio, ginásios, Calçadão, praça da Igreja Matriz, Praça do Japão, Praça dos Nordestinos.

Há cerca de dois anos, Manoell não passa pelo calçadão, local onde já caiu pela desigualdade da calçada

CONSTRANGIMENTO.  Segundo Manoell, a decisão de não sair mais para passear em Goioerê, é pelas experiências negativas que já passou. Ele relata que sua maior frustração é não ter liberdade na acessibilidade para ir a uma loja e diversos locais.

“Lembro de um final de ano, eu estava andando com meu irmão no calçadão à noite, e na época ele ainda era de menor, fui subir a rampa do calçadão, e devido a rampa ser irregular e alta, não consegui me equilibrar e acabei caindo. Rapidamente juntou muitas pessoas ao meu redor, umas dando risada, outras assustadas e boa parte querendo ajudar, mesmo não sabendo como. Foi constrangedor aquela noite de fim de ano.

“Nos sentimos fantoches para ser usado como modelo de superação”

A calçada da Igreja Matriz tem grandes problemas que dificultam a passagem de cadeirantes

LUTA SOLITÁRIA. Para Manoell Florentino, falta uma união de toda sociedade para entrar nessa luta de acessibilidade. “O que adianta falar de acessibilidade se as autoridades não são acessíveis. Só na eleição que eles dizem que vão fazer algo. Nos quatros anos depois não fazem nada. Somos apenas um voto” –comenta decepcionado com a falta de interesse com assuntos relacionados às pessoas portadoras de deficiência física em Goioerê, concluindo que “Todo mundo deveria se unir em pról dessa causa. A acessibilidade é para todo mundo: deficientes físicos,  idosos, mães que saem na rua com bebê no carrinho e até pessoas que as vezes estão displicentes e pisam em uma pedra solta ou elevação maior e acabam tropeçando”.

SEGURANÇA. Manoell afirma que a acessibilidade não se trata de se ter conforto, e sim de se ter segurança para o ir e vir. “As pessoas são indisponíveis, insensíveis, inseguras e desconfortáveis. Vamos nos unir a quem é o oposto de tudo isso” – desabafa.

LUTA DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA. O Dia Nacional da Luta das Pessoas com Deficiência tem esse objetivo, de trazer à tona discussões como a exposta pelo cadeirante Manoell Florentino, mesma luta da Associação Goioerense de Deficientes Físicos, mas como relata Manoell, acaba sendo um luta solitária, sem o apoio de gestores com uma visão para o tema da acessibilidade.

Que a sociedade organizada de Goioerê possa se sensibilizar e abraçar essa bandeira e se unir a esta luta, mudando a realidade de pessoas que fazem a opção por ficar em casa para não correr o risco do constrangimento de não ter acesso a locais públicos e ficarem expostos aos perigos decorrentes da falta de acessibilidade em Goioerê.

 

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