Com o Plenário da Câmara lotado, o José Antônio Pereira, foi condecorado na noite de quinta-feira, 25, com a maior honraria concedida a um cidadão, com o Título de Cidadão Honorário de Goioerê, homenagem concedida pela Câmara de Vereadores através da indicação dos vereadores Fabiano Barboza e Fabio Plaza com apoio dos demais vereadores.
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O prefeito Betinho Lima participou da solenidade quando afirmou que o Diácono Zé Antônio “é um merecedor do título por ser um homem que só faz o bem. Você é uma estrela abençoada que está no meio de nós” – afirmou. Presença também de lideranças religiosas em especial dos grupos da Igreja Nossa Senhora das Candeias e familiares.
Ao usar da palavra, o vereador Fabiano Barboza disse que essa homenagem nasceu no coração dele pela pessoa que o Zé Antônio representa em sua vida e na vida da comunidade. “Lembro quando Zé Antônio me perguntou se eu tinha forças para lutar pela minha recuperação e eu disse que não, então ele respondeu – ‘então usa a minha até encontrar a sua’ – relatou emocionado.
Também o vereador Fábio Plaza falou da presença do Diácono Zé Antônio em sua vida inclusive quando teve que tomar a decisão se disputaria a eleição assim como sua atuação dentro da Igreja e sua contribuição para a comunidade.
Muito emocionado, e tendo que conter as lágrimas ao longo de seu discurso de agradecimento, o Diácono José Antônio Pereira, disse que relutou em aceitar a homenagem por não se considerar merecedor, mas que depois de muito refletir entendeu que o Título era uma consequência de uma construção ao longo de sua vida, pautada em ações simples mas realizadas com amor dando sempre o seu melhor.
A solenidade contou com alguns momentos marcantes, como a entrada dos netos com um quadro dos pais, nas Bodas de Ouro do casal, ambos já falecidos, mas como citou Zé Antônio, são responsáveis por seu caráter e pela sua conduta de vida. Os irmãos também fizeram uma homenagem assim como, o amigo José Carlos Velasco falou em nome de todos os grupos da Igreja Nossa Senhora das Candeias.
BIOGRAFIA DO HOMENAGEADO
Zé Bandeira, José da Oriente, Zé da Luzia ou Diácono José Antônio, são diversas alcunhas sobre a mesma pessoa. Trata-se de José Antônio Pereira, goioerense da Água do 10, filho de Antônio Pereira e Nazareth de Lima Pereira, nascido em 6 de agosto de 1962, atualmente com 58 anos e casado com Luzia Gonçalves de Alencar Pereira. Fruto de seu casamento, é pai de Michele e Júnior, que lhe proporcionaram também o título de avô e xodó dos netos, Maria Eduarda, Mariana, Pedro e Vitor.
Criado no sítio com os pais e os irmãos sempre teve a responsabilidade de trabalhar e estudar. Ajudava em casa e tinha plena confiança nas palavras do seu finado pai, chamado por ele até de sábio e ídolo, por toda sua experiência de vida. Mesmo com tudo simples valoriza e faz questão de destacar que aproveitou cada segundo da sua infância, muitas vezes divertindo-se com os irmãos até em poças formadas pela chuva. Segundo o próprio José, toda sua história moldou seu caráter.
O mais velho de cinco irmãos, nascido em casa de barro e em mãos de parteira, que ele carinhosamente trata como avó. Teve uma criação muito rígida, mas ao mesmo tempo cheia de proteção e zelo, principalmente quando todas as noites rezava o terço com os pais e a família.
Sua mãe, D. Nazareth, foi também sua primeira professora na primeira e segunda série. Estudou também nas Escolas Maria Antonieta Scarpari, Ribeiro de Campos, Premem 1 e Premem 2, ficando durante a semana na casa de parentes na cidade e andando 8km para ver os pais apenas aos finais de semana no sítio. Sua trajetória de estudante destaca-se a partir do ano de 1974. Segundo o José, neste ano, em que sua família se mudou para a cidade e ele voltou a estar em aconchego dos pais, deslanchou na escola, tudo por conta do convívio diário com seus exemplos.
No período em que residia na casa de seu tio, chegou a ajudar na quitanda da família como forma de agradecer pela hospedagem, mas seu primeiro trabalho, e que teve fundamental direcionamento e indicação de seu pai, foi em 1975. Trabalho este que perdurou por 40 anos, passando de auxiliar ajudante, curador, datilógrafo, atendente, auxiliar de relojoeiro, relojoeiro e ourives. As duas últimas, profissões que ele carrega até hoje.
No quesito profissão, destacam-se aqui três pessoas de grande valor na trajetória do nosso homenageado, S. Antônio e Sérgio, ambos da Relojoaria e também S. Davi Bento, que lhe ensinou a arrumar relógios.
Sempre acostumado a ajudar em casa e com o salário todo controlado pelo pai, José Antônio pediu autorização em casa para que com seu primeiro dinheiro recebido, pudesse comprar uma televisão “preto e branco” para alegrar os dias da família. Pouco tempo depois, recebeu autorização de seu pai para comprar um carro, uma Brasília verde, que esteve com ele por muito tempo.
Quando tinha seus 18 anos, conheceu sua então namorada, Luzia, que na época também trabalhava no mesmo local. Em 1981, com cerca de 20 anos casou-se dando início oficialmente à sua família.
José é uma pessoa que sempre quer entregar mais do que as pessoas pedem. Foi assim que aproveitou seu aspecto curioso para aprender a limpar despertador, arrumar relógios e lapidar ouro, descobrindo-se assim na profissão que exerce até hoje. Durante 40 anos praticou sua experiência na Relojoaria Oriente, com boa parte desse período arrendando um espaço dentro do mesmo prédio. Hoje, aposentado, é proprietário de sua Empresa, fundada em 2016 e totalmente gerida pela sua família.
Criado em berço Mariano, grupo da Igreja Católica dos votos de Maria. Seu pai era congregado e começou no grupo já como Secretário. Durante os anos participou de diversas pastorais e movimentos da Igreja Católica, inclusive do JUC – Jovens unidos em Cristo.
A convite do Padre Ivan, Pároco da Igreja Nossa Senhora das Candeias na época, aceitou, juntamente com sua família, a missão de estudar para tornar-se Diácono Permanente da Igreja Católica. Sendo ordenado oficialmente em novembro de 2015. Atualmente, além da missão como Diácono, também é uma das lideranças e apoiadores do Movimento Christima, para a recuperação de dependentes químicos na nossa cidade.
No Movimento Mariano, foi Presidente da Federação de Campo Mourão e um dos idealizadores do Encontro de Casais Marianos, que é famoso nacionalmente pela sua sistemática. Ao se tornar Diácono, foi condecorado pelo Movimento Nacional Mariano com a Fita Azul com debrum dourado, de uso exclusivo aos congregados que deixaram seu estado Laical ao receberem as Ordens Sacras e/ou emitiram a profissão religiosa: Freiras, Frades, Monges, Diáconos, Padres e Bispos.
Pelo destaque nas funções paroquianas, foi convidado pelo Padre Ivan e Sr. Luiz Kamide a compor uma romaria até a Europa para conhecer locais marcantes para a Igreja Católica.
Sua aproximação com a Igreja é tão grande que Cursou ensino Superior na Unicesumar e formou-se no Curso de Teologia, defendendo a Tese: CONGREGAÇÃO MARIANA: UMA ANÁLISE HISTÓRICA SOBRE 455 ANOS DE DEVOÇÃO E EVANGELIZAÇÃO.
Para o Diácono, exercer esse papel é única e exclusivamente servir as pessoas. Poder transmitir palavras leves e de aconchego em todos os momentos. De acordo com as palavras do próprio José: “é uma honra poder servir”.
O título de Diácono permanente para a Igreja católica é uma função exercida com apoio de toda sua família, pois muitas vezes ele se ausenta para ajudar quem mais precisa. É estar sempre de prontidão.
Sem vaidade, companheiro para a esposa, referência para os para os filhos, parceiro para os netos, amigo para todos e um exemplo para a comunidade. Esse é José Antônio Pereira, o Diácono José Antônio, ou, simplesmente, Zé.