O diretor-geral da Assembleia Legislativa do Paraná, Marcello Panizzi, e outras quatro pessoas foram presas na manhã desta quarta-feira (20) em uma ação que apura suposto direcionamento de contrato de credenciamento de empresas para registro de financiamento de veículos no Detran paranaense.
Panizzi foi diretor do Departamento de Trânsito à época do lançamento do edital, em agosto do ano passado, durante o governo de Cida Borghetti (PP).
Segundo investigações do Ministério Público, conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o processo foi manipulado para beneficiar uma das vencedoras do certame. A função era de registrar eletronicamente os contratos de financiamentos de veículos com cláusulas restritivas à venda, como anotações de penhora, ou arrendamento
O contrato perdurou até junho deste ano. Segundo o Gaeco, o pedido de credenciamento ocorreu apenas 24 horas depois da publicação do edital. Por um período, a empresa praticamente monopolizou a atividade junto ao órgão, já que atuou de modo exclusivo por ter sido beneficiada logo no início das contratações.
Um dos indícios de irregularidade surgiu com o preço cobrado pelo serviço, de R$ 350. Antes do credenciamento, os custos giravam em torno de R$ 150. No período em que atuou no Detran, a empresa teria faturado até R$ 80 milhões.
Após deixar o cargo no Detran, em dezembro de 2018, Panizzi foi nomeado diretor-geral da Assembleia do Paraná, em fevereiro deste ano. Em nota, o órgão informou que ele foi exonerado do cargo nesta quarta-feira até que se apurem os fatos.