Um grupo de pessoas, formado por seis brasileiros que, segundo a polícia, entregava drogas em toda Londres está sendo julgada por um tribunal da cidade. Entre eles, tem paranaenses, um dos acusados seria da região de Campo Mourão. O grupo utilizava os serviços de courier de ciclistas, linhas de celulares dedicadas e apartamentos alugados do Airbnb como centros de distribuição. Os pedidos eram entregues em até 10 minutos, segundo as autoridades.
A investigação encontrou evidências de que o grupo lucrou cerca de R$ 12,4 milhões (2,5 milhões de libras) com a operação na capital inglesa.
COMO AGIAM
Os ciclistas geralmente partiam de apartamentos alugados do Airbnb, uma tática utilizada para evitar detecção. A gangue começou a ser investigada após a polícia apreender o celular de um dos entregadores em uma operação rotineira de trânsito.
O grupo passou a ser vigiado em uma operação que culminou com a invasão de três centros de armazenamento da gangue e apreensão de R$ 14,8 milhões em drogas, em julho passado. Segundo a polícia, 14 pessoas foram presas no início de agosto de 2018.
Junto com as drogas, também foram encontrados celulares utilizados apenas no comércio ilegal, e um “manual de negócios” de 10 páginas do grupo, com detalhes sobre a conduta dos integrantes da gangue e até pagamento por comissão para quem vendesse mais.
Segundo o jornal inglês Evening Standard, no manual estava especificado que era “crucial que cada entrega demorasse apenas 10 minutos” e que os ciclistas não chamassem atenção para si mesmos, “esperando na porta sem falar alto”.
Nas provas apresentadas aos jurados durante os depoimentos, consta que o grupo era auxiliado por “ex-policiais e um advogado, encarregados de construir uma rede de segurança”.
A estrutura empresarial altamente especializada chamou a atenção dos policiais. O grupo pretendia “se destacar no mercado” e contava com “o profissionalismo dos envolvidos para sempre crescer em renda”.
Souellen Miguez, de 34 anos, foi acusada de alugar os apartamentos e contratar os funcionários, bem como organizar o depósito das drogas.
Carlos Libardi da Silva, 33 anos, e Bernardo Salles, 25 anos, eram “homens de confiança”. Andre Alves, 22, Isabella Braga da Silva, 20, e Shawi Attie, 30, também estão sendo julgados.
Todos os acusados brasileiros negam as cinco acusações de conspirar para fornecer drogas. O julgamento continua e ainda não tem data para terminar.
(Fonte R7)