Com 29.779 operações contratadas e R$ 315,8 milhões em recursos liberados de janeiro a novembro, para apoiar empreendimentos informais, MEis e empresas de micro e pequeno porte, o ano de 2020 entra para a história como o melhor em volume recursos contratados e de empreendedores atendidos nos 21 anos da Fomento Paraná.
“Foi um ano de grandes desafios e muitas transformações para a Fomento Paraná”, afirma o economista Heraldo Neves, diretor-presidente da instituição financeira do Estado. “Batemos todos os nossos recordes, consumimos pela primeira vez os limites de crédito oferecidos pelo BNDES, criamos novas linhas de crédito, novos fundos de aval, ampliamos o rol de parceiros e aprimoramos nossas plataformas de processamento de crédito”, detalha.
De acordo com o diretor, a urgência provocada pela incerteza diante da pandemia, com milhares de estabelecimentos com as portas fechadas, provocou uma enorme corrida ao crédito. “Naquele momento de incerteza, muitas instituições financeiras pisaram no freio, enquanto a Fomento Paraná, convocada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior, se colocou como uma alternativa, mesmo diante de todas as limitações de estrutura e volume de recursos”, lembra. “E não foi fácil. Nossa equipe analisou mais 60 mil propostas desde 27 de março. É mais de dez vezes o número de contratos firmados em 2019. Muita gente ficou pelo caminho, os quase 30 mil aprovados nos enchem orgulho.”
PARANÁ RECUPERA – O destaque do ano foi a linha Paraná Recupera, criada com recursos do Fundo de Desenvolvimento Econômico – FDE, reforçados por aportes do Tesouro Estadual. Os empréstimos de até R$ 6 mil, parcelados em três vezes, com juros reduzidos e análise de crédito facilitada, apenas com aval do empreendedor ou sócio, prazo de carência de até um ano e até 24 meses para pagar, tiveram 23.283 operações aprovadas somando R$ 120,2 milhões liberados.
Uma variação dessa linha foi criada para atender transportadores escolares e do segmento de turismo, que foram muito afetados pela paralisação das atividades. A linha Paraná Recupera – Transportes já teve 943 beneficiados, que receberam R$ 8,1 milhões até novembro.
REDUÇÃO DE JUROS E RENEGOCIAÇÃO – A linha Paraná Recupera também inspirou municípios a criar legislações e destinar recursos orçamentários para facilitar ainda mais a vida dos empreendedores locais oferecendo a oportunidade de reduzir as taxas de juros dos empréstimos. Foz do Iguaçu, com o Programa Foz Juro Zero, Guarapuava e Ponta Grossa criaram mecanismos semelhantes em parceria com a Fomento Paraná e conseguiram beneficiar milhares de empreendedores proporcionando acesso a recursos que evitaram que muitos deles fechassem as portas definitivamente.
Além de reduzir juros, equalizando taxas inclusive para as linhas de capital de giro, e de ofertar novas linhas de crédito, a Fomento Paraná também possibilitou a renegociação de contratos ativos com possibilidade de suspensão de pagamentos, por prazos entre 90 e 180 dias. Até novembro foram beneficiados 3.665 empreendedores de todos os portes atendidos pela instituição. Os valores dos contratos renegociados somam mais de R$ 138 milhões.
“Conseguimos aliviar o caixa das empresas para que pudessem enfrentar a crise e, também, fazer com que diversos clientes que estavam negativados ficassem com o nome limpo nos birôs de crédito, de modo que pudessem retomar seu relacionamento com o mercado em condições saudáveis”, explica o diretor Jurídico, Nildo Lübke.
“Esses recursos que deixamos de receber ficaram em circulação na economia, permitindo a realização de novos negócios e com isso muitos empregos foram mantidos, como apontam os dados do Caged, mostrando que o Paraná tem mantido a geração de empregos.”
MUNICÍPIOS – A Fomento Paraná também dedicou uma atenção especial aos municípios durante a pandemia. A instituição ofereceu oportunidade de moratória de até 270 dias, por conta do programa Paraná Recupera. Foram suspensas as cobranças em 587 contratos, que beneficiaram 141 municípios inicialmente, permitindo que pelo menos R$ 150 milhões deixassem de ser recolhidos momentaneamente pelas prefeituras para que fossem aplicados em ações sanitárias de prevenção ao avanço da Covid-19.
Paralelamente a Fomento Paraná contratou de janeiro a novembro R$ 265,5 milhões em novos financiamentos para projetos de desenvolvimento urbano e obras nos municípios referentes a 109 contratos de 80 municípios.
O diretor de Operações do Setor Público, Wellington Dalmaz, destaca entre os recursos contratados pela Fomento Paraná em 2020 uma parceria que envolveu a Copel, o Paranacidade, órgão da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbanos e Obras Públicas e a Green Building Council Brasil (GBC Brasil).
“É um programa fabuloso que vai permitir que 246 edificações públicas do Paraná possam passar a produzir sua própria energia elétrica, a partir do próximo ano, aproveitando-se de fontes renováveis como a energia fotovoltaica”, explica Dalmaz. “O projeto é pioneiro no país e o segundo maior do mundo em abrangência. Prevê a instalação de painéis fotovoltaicos em 208 escolas municipais e em outros prédios públicos de sete municípios paranaenses.”
AGENTES E CORRESPONDENTES – Parte importante do trabalho que a Fomento Paraná realiza para apoiar e estimular o empreendedorismo no Estado é a formalização de parcerias para ampliar a oferta e facilitar o acesso ao crédito de baixo custo. A instituição encerra o ano com presença em 244 municípios onde há agentes de crédito ativos e 94 municípios com correspondentes de crédito, com um total de 270 postos de atendimento.
“A presença do agente de crédito é muito importante, pois eles são nossa referência na ponta, onde não podemos estar presentes e também porque eles conhecem o potencial, as características econômicas e as necessidades da região onde atuam”, explica Renato Maçaneiro, diretor de Mercado. “Esses parceiros também tiveram importância fundamental para nos ajudar a recepcionar e tratar as propostas de crédito que recebemos durante a pandemia, orientando os empreendedores e encaminhando a documentação. Sem, eles nosso alcance e efetividade seriam muito menores.”
Ao longo do ano a Fomento Paraná formou quatro novas turmas entre agentes de crédito e correspondentes, credenciadas por meio de edital específico. São federações e associações comerciais, sindicatos, consultorias financeiras e prefeituras de várias regiões do estado, somando quase 70 novos prepostos.
DIGITALIZAÇÃO – A pandemia também acelerou o desenvolvimento das plataformas tecnológicas da instituição para possibilitar o acesso ao crédito por meio de ferramentas digitais, reduzindo e até eliminando a necessidade de atendimento presencial.
As equipes de Tecnologia da Informação desenvolveram e aprimoraram as plataformas de processamento de operações integrando com a base de dados da Junta Comercial do Paraná. Isso possibilitou o uso automatizado dos dados para as operações para apoiar empreendimentos formalizados, facilitando especialmente o acesso ao microcrédito.
E em linha com a Lei federal 13.999/2020, que criou o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) e alterou a Lei nº 13.636, que trata do Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado (PNMPO), a Fomento Paraná colocou em funcionamento um sistema online que permite captar e processar propostas de operações de microcrédito de todos os municípios e não mais apenas onde possui parcerias formais, com agentes de crédito ou correspondentes ativos.
“Com isso, agora o próprio empreendedor, de qualquer município, desde que tenha algum domínio das ferramentas de internet, pode preencher e anexar a documentação no sistema a partir do nosso portal institucional (www.fomento.pr.gov.br)”, explica a diretora Administrativa e Financeira, Mayara Puchalski.
APOIO AO TURISMO – No âmbito da diversificação de fontes de recursos para financiamentos, a Fomento Paraná foi habilitada pelo Ministério do Turismo e deu início às operações com recursos do Fungetur (Fundo Geral do Turismo). O fundo financia obras e serviços considerados de interesse para o desenvolvimento do turismo nacional em empreendimentos de micro, pequenas e médias empresas de toda a cadeia produtiva do turismo.
Com esses recursos foi criada a linha Fomento Turismo, que está sendo operada principalmente por meio de uma parceria com a Abrasel/PR.
No ato seguinte foi colocado em operação o Fundo de Aval Garantidor das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte do Paraná – FAG/PR, que deve alavancar mais de R$ 86,4 milhões em operações de crédito contratadas pela Fomento paraná e pelo BRDE.
Obrigatoriamente, no mínimo 30% do patrimônio do fundo deve garantir operações para microempresas. O FAG/PR está sendo utilizado inicialmente para dar suporte na forma de garantia para financiamentos contratados pela nova linha Fomento Turismo, que usa recursos do Fungetur.
NOVAS CAPTAÇÕES – Com o volume excedido de operações contratadas para apoiar os pequenos negócios, a Fomento Paraná chegou ao fim do ano com os limites de crédito esgotados junto ao BNDES, maior banco de fomento nacional e maior fornecedor de recursos para investimento no Sistema Nacional de Fomento.
Como alternativa, além dos recursos do Fungetur, que foram alvo de uma ação de divulgação no Litoral e na Costa Oeste em novembro e dezembro, a instituição trabalha em projetos de captação de recursos junto à Caixa Econômica Federal e ao Banco de Desenvolvimento de Américas Latina.
Os recursos devem compor novas linhas de crédito e contribuir com a estruturação de projetos do Governo do Estado voltados à retomada da atividade econômica pós-pandemia, em 2021, como o Banco do Agricultor, que deve colocar a instituição entre os fornecedores de crédito agrícola.