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Maureen Wood foi estuprada pela primeira vez por seu irmão mais velho em seu nono aniversário. Um ano depois, seu padrasto descobriu os abusos e ela se sentiu aliviada, pois acreditava que ele a protegeria e o pesadelo iria acabar. No entanto, a longa história de violência sexual estava só começando.
“Lembro-me de cada detalhe daquele dia. Estávamos lá fora, brigando de água e, enquanto eu me secava no banheiro, meu irmão John, que chamávamos de Jock, entrou e começou a me tocar. Eu não entendia o que ele estava fazendo, mas sabia que parecia errado e era horrível, conta Maureen.
Aos 10 anos, o padrasto também começou a abusar dela e sua última esperança era a mãe. Mas mais uma vez, Maureen descobriu que estava enganada e sua própria genitora se envolveu nos estupros.
“Eles costumavam me fazer dormir na cama deles, entre eles, e se revezavam para abusar de mim. Minha mãe ajudou a me preparar para quando meu padrasto me estuprasse. Parecia o fim do mundo. Com todos eles contra mim, eu não tinha para onde me voltar”, diz Maureen.”
“Minha família ameaçou se eu contasse a alguém. Foi difícil porque, para o mundo exterior, meus pais eram pessoas respeitáveis. Eles trabalhavam em um clube social local e eram gerentes no salão maçônico também. Eles eram conhecidos e queridos. Eu tentei fugir e uma vez fiquei fora por dois dias. Mas a polícia me encontrou e me levou para casa.”
Maureen manteve seu terrível abuso na infância em segredo por três décadas antes de contar à polícia as coisas horríveis pelas quais havia passado. O seu silêncio escondeu, inclusive, um filho que ela deu à luz aos 13 anos como resultado dos estupros cometidos pelo irmão. No entanto, foi a exumação do corpo da criança, que trouxe justiça para a vida de Maurren.
“Meu filho bebê, Christopher, foi vital para o caso da promotoria. A polícia me avisou que seria improvável que eles obtivessem uma amostra de DNA viável de seu corpo – mas quando ele foi exumado, seu corpo estava intacto e a amostra estava perfeita”, contou a mulher que escreveu o livro ‘Um segredo de família’, onde relata os abusos.
“O abuso parou enquanto eu estava grávida. Pela primeira vez na minha vida, eu me lembrava, não estava sendo abusada e era como um pequeno pedaço do céu. Recebi a ordem de contar às pessoas que fui estuprada por um estranho, mas eu sabia, com certeza, que o pai do meu bebê era meu irmão”, lembra sobre a criança nascida em 1984 que morreu um mês depois”.
Em outubro de 2011, a justiça do Reino Unido condenou o padrasto de Maurren, John Wood, então com 68 anos, a 16 anos de prisão. Seu irmão, John Donnelly, de 46 anos, foi condenado a dois anos de prisão após admitir estupro, incesto e agressão indecente. E a mãe, também chamada Maureen Wood, então com 65 anos, foi considerada culpada de quatro acusações de auxílio e cumplicidade no estupro. Ela foi presa em outubro de 2011 por nove anos e morreu na prisão.
“O abuso de minha mãe foi, e ainda é, a coisa mais difícil de processar. Como mãe, você nutre e protege seu filho, mas ela me destruiu. Minha mãe e meu padrasto nunca se desculparam. Mas meu irmão se declarou culpado e me disse que sentia muito”, completa Maureen”.
Os abusos continuaram até os 16 anos, quando Maureen conseguiu sair de casa. (RicMais)