O Ministério Público do Paraná, por meio dos núcleos de Maringá e Cascavel do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrou a Operação Transporter e cumpriu nesta quarta e quinta-feira, 11 e 12 de junho, dezenas de mandados judiciais em cidades do Paraná e São Paulo. Goioerê e Ubiratã estão entre os alvos da ofensiva que investiga crimes como lavagem de dinheiro, organização criminosa e falsidade ideológica.
Ao todo, foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão domiciliar, 11 mandados de busca pessoal e uma medida de monitoração eletrônica, além da suspensão de dois passaportes. O foco da operação é um suposto esquema milionário envolvendo a abertura e o fechamento de empresas de fachada para movimentações ilícitas, ocultação de patrimônio e compra de criptoativos.
As ordens judiciais foram expedidas pela Vara Criminal de Ubiratã, que tem papel central na apuração. A estimativa é de que os bens bloqueados durante a ação — incluindo imóveis, veículos de luxo, uma aeronave e ativos digitais — somem cerca de R$ 280 milhões.
Durante o cumprimento dos mandados, um dos investigados foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo. Com ele, a polícia apreendeu 732 munições de calibre 9mm, sendo 396 intactas e 336 deflagradas.
Cidades envolvidas
Além de Goioerê e Ubiratã, os mandados foram cumpridos em Foz do Iguaçu, Juranda e Londrina (PR) e em Presidente Prudente, São Carlos e São Paulo (SP). A operação contou com o apoio da Polícia Militar, Polícia Civil de São Paulo e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), já que um dos alvos é advogado.
Esquema milionário
As investigações tiveram início em maio de 2023, após as unidades do Gaeco de Maringá e Cascavel identificarem um crescimento financeiro exponencial de um dos alvos, que se utilizava de aeronave para a realização de sistemáticos voos suspeitos da região Centro-Oeste do Paraná para cidades do Estado de São Paulo. Com o avanço das apurações, foram obtidas evidências de utilização estruturada de empresas de fachada para a comercialização de produtos de origem criminosa, movimentações bancárias atípicas e sistemática aquisição de criptoativos para ocultar o patrimônio adquirido.
Referência – O nome da operação faz referência à rotina de transporte de mercadorias para várias regiões do país, sobretudo o Estado de São Paulo.