Autor do mais longo assalto registrado no Brasil, Gélio Nelsi da Silva,58, foi assassinado a tiros na noite de terça-feira (28) em Campo Verde, ao sair de casa para pegar entrega de pizza. O assalto ocorrido em 1988 – que é considerado o mais longo assalto do país, durando 144 horas – e Gélio passou 12 anos preso na Penitenciária Central do Estado (PCE) e estava em liberdade condicionado desde 2018.
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A Polícia Militar foi chamada para atender a ocorrência às 20h59. No endereço, os militares foram informados que a vítima havia sido socorrida pela equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levado para o hospital Municipal.
A esposa da vítima contou aos policiais que Gélio havia saído até a frente de casa para pegar uma pizza e que logo ouviu dois estampidos e gritos do socorro. Saindo na rua, viu o marido se contorcendo no chão e chamou socorro.
O entregador contou que havia deixado a pizza com o cliente e que estava montado na moto para ir embora quando viu Gélio cair no chão após receber os tiros. Ninguém viu de onde partiram os tiros.
Enquanto os agentes coletavam informações sobre o crime, foram informados de que a vítima havia morrido. Ele foi atingido por dois tiros na barriga.
Gélio passou a usar tornozeleira eletrônica em 22 de fevereiro de 2018 e se mudou para o interior. Ele tinha diversas condenações por assalto e latrocínio que somam 91 anos de prisão, conforme a ação que tramita no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).
O mais famoso crime cometido por Gélio e seu banco foi contra o Banco do Brasil de Goioerê (PR). A quadrilha fez 23 reféns, entre eles um repórter da emissora de TV local, um padre e uma freira ( que depois se descobriu que era falsa), que permaneceram sob a ameaça dos bandidos por uma semana, até que o grupo se rendesse. A freira foi colocada para intermediar a negociação entre a polícia e o criminoso. Eles queriam um veículo para a fuga e levariam parte do dinheiro recolhido.
O assalto terminou quase três semanas depois, no dia 27 de junho. Escondidos no interior do Paraguai, a dupla se viu cercada por policiais brasileiros e soldados daquele país. Após um intenso tiroteio, Sidney Rezende, de 27 anos, foi morto. Seu parceiro no crime, Gélio Nelci da Silva, de 25, foi ferido no rosto e preso.
A partir daquele dia, Gélio entrou e saiu da prisão algumas vezes. Na longa lista de crimes que cometeu, há sequestro, roubo, falsificação de documentos, formação de quadrilha e crimes hediondos. Somadas, as penas o manteriam encarcerado até o ano de 2091. Mas, aos 53 anos, com vários problemas de saúde, Gélio conseguiu uma progressão da pena para regime semiaberto em fevereiro. Atualmente ele morava em Campo Verde, porém era monitorado por uma tornozeleira eletrônica.