Publicidade
Publicidade

Notícias / Goioerê Goioerense João Claudio Tozzi está desaparecido desde que participou da invasão em Brasília

sábado, 4 fevereiro de 2023.

O goioerense João Claudio Tozzi, desde que participou dos atos extremistas juntamente com outras milhares de pessoas que no dia 8 de janeiro, quando invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e a sede do STF (Supremo Tribunal Federal), nunca mais foi visto em Goioerê.

CLIQUE E FIQUE BEM INFORMADO

Tozzi chegou a gravar um vídeo no dia da manifestação falando da invasão  e que circulou nos grupos de whatsapp,  e desde então as especulações na cidade era de que estaria entre os presos por atos terroristas contra prédios públicos em Brasília, o que nunca chegou a ser confirmado, já que seu nome nunca apareceu na lista dos presos.

Desde então, a voz corrente em Goioerê é sobre o paradeiro do goioerense  que foi alvo de reportagem do jornalista Dilmércio Dalefe, de Campo Mourão. Com o título “João desapareceu. E pode estar na mira da justiça” a reportagem  publicada neste sábado, 4, no jornal Tribuna do Interior, de Campo Mourão. Leia na integra a matéria de Dilmércio Daleffe:

Por Dilmércio Daleffe, Nós Humanos

“Tomamos. Graças a Deus, tomamos o poder. Tomamos o poder. O povo brasileiro tomou o poder. O povo de bem tomou o poder. Tomamos”. A ilusão traduzida em palavras repetidas foi dita por João Cláudio “Bolsonaro” Tozzi, em 8 de janeiro. Num vídeo que ele mesmo fez, em Brasília, durante a quebradeira generalizada à Praça dos Três Poderes. Com o Congresso Nacional ao fundo, chorava durante as poucas frases. Mas, embora pequenas, elas podem ser grandes o suficiente para o colocar em maus lençóis.

João é somente um, entre centenas de pessoas, que pode estar na mira dos procurados pelo vandalismo. Isso porque, se existe uma lista, a mesma não foi disponibilizada à imprensa. O processo corre em segredo de justiça.

Uma página do Instagram, “Contragolpebrasil”, ilustra a sua façanha naquela tarde. E também pede informações sobre ele. “Denuncie no e-mail do Ministério da Justiça e Segurança Pública”, diz.

João é morador de Goioerê e na cidade sempre foi bastante conhecido. Informações indicam que sua principal atividade, anos antes, foi na construção civil, como pedreiro. No entanto, com o passar do tempo se aventurou nas veias políticas. Foi candidato a vereador em 2012 (PSD) e 2020(PDT), atingindo uma votação nunca maior que 61 votos. Na mais recente, chegou a colocar o nome “Bolsonaro”, numa clara tentativa de pegar carona na onda que surfava o ex-presidente. Mas deu tudo errado. Fez apenas 57 votos.

Desde os atos antidemocráticos em 8 de janeiro, a população de Goioerê não mais o viu. Ele residia ao lado de um dos dois filhos, numa casa alugada na rua Guarapuava, 215. Mas, bastou o episódio acontecer para que a esposa – que havia se separado em 2021 – fosse até o imóvel retirar os pertences. E, sem avisar ao dono da casa, também desapareceu. Ficou a destruição. E a falta do pagamento, de 14 meses de aluguel. “Ele pagou os primeiros aluguéis. Depois disso, nunca mais”, revelou o proprietário.

Segundo ele, o imóvel foi alugado à esposa de João, ainda em 2020. Até 2021 os aluguéis foram honrados. Mesma época em que a companheira decidiu dar adeus ao marido. A partir daí, a conta não mais foi paga. Durante vários meses, o locador insistiu no pagamento. Mas João jamais o honrou. “Pensei num despejo. Mas uma lei da pandemia, pelo Supremo
Tribunal Federal (STF), impedia ações de despejo”, disse. Em 9 de novembro de 2022, ao ser cobrado novamente, João enviou um áudio: “Doutor, até o final de semana dou uma passadinha aí. Tô envolvido no trevo aqui”. O envolvimento no trevo eram os manifestos.

São quase R$8 mil em aluguéis atrasados. Mais R$ 4 mil em contas de água. Além de outros R$5 mil com pintura, vidros quebrados e outros consertos. Quando soube que a casa estava vazia, o locador foi até lá, e o que viu, foram cenas de terror, literalmente. “As paredes estavam pichadas com inscritos de rock and roll e palavras satânicas”, revelou. Num canto havia os dizeres: “Venda sua alma aqui”. No outro, “Satan”. Até um pequeno demônio foi desenhado.

João teve os pais nascidos em Penápolis, interior de São Paulo. Mais adiante, o casal mudou para Goioerê. E foi ali onde João nasceu, em 1964. É o caçula de sete irmãos. Na cidade estudou somente o fundamental. Já na adolescência iniciou na construção civil. Tornou-se um pedreiro. Era o seu ganha pão até pegar gosto pela política. Uma sobrinha informou que o tio é um sujeito destemido, bem humorado, boa gente.

E preocupado com o país. “Ele é muito perseguido aqui por bater de frente com políticos que fazem coisas erradas”, disse. Há tempos, João começou a fazer postagens nas redes sociais sobre “coisas erradas” na cidade. Numa delas chamou o deputado estadual Douglas Fabrício de corrupto. Não prestou. Foi processado. E, mais adiante, condenado por injúria. Teve que apagar as postagens. Além de desembolsar R$2 mil por danos morais. Muito provavelmente, parte da grana do aluguel.

A reportagem esteve em Goioerê, mas não localizou João. Um vizinho da rua Guarapuava revelou que o conhecia. E se dava bem com o mesmo. “Era um bom vizinho. Uma boa pessoa. Mas não sei onde ele está”, disse. Outra moradora dali disse que o conhecia apenas de vista. Nada mais que isso. E também desconhece seu paradeiro. A casa de madeira, onde morava, ainda estampa o seu adesivo de candidato a vereador. E mais um, com a propaganda do “Japonês da Federal”, o seu candidato a deputado. João fez intensa campanha na cidade, angariando cerca de 60 votos ao “amigo”.

João também apresenta uma boa ficha na justiça. São algumas ações cíveis contra ele. A maioria por falta de pagamentos. Ao seu nome também estão ligadas quatro empresas, sendo uma construtora, uma agência de publicidade e uma associação beneficente e radiodifusão.

Para a sobrinha, nem mesmo a família sabe onde João está. Segundo ela, ele deve estar com medo da repercussão do seu vídeo. “Não podemos dizer que ele quebrou alguma coisa em Brasília. Ele estava lá. Mas se quebrou algo, não sabemos”, disse. Ela também informou que, vez em quando, o tio ajudava a empresa da família, fazia músicas e gostava de ouvir rock and roll.

No dia 31 de dezembro, véspera da posse de Lula, João fez o seu penúltimo vídeo nas redes sociais. E disse: “Infelizmente, no jogo, existem os vencedores e perdedores. Perdemos a batalha. Mas não a guerra. Fomos traídos por políticos e generais. Bolsonaro fez tudo o que podia. Mas estava sozinho e não conseguiu. Aquele jogo das quatro linhas da Constituição não funcionou. Este país tem muitos ladrões. Aqui tem muitos políticos que só pensam em roubar. E se esquecem do povo. Perdemos a batalha, mas não a guerra. É hora de nos reagruparmos, principalmente, para saber como iremos agir daqui pra frente. Estou triste. Revoltado. É hora de separar os homens dos meninos”.

Fonte: Tribuna do Interior/Por Dilmércio Daleffe

 

Publicidade
domsegterquaquisexsáb
     12
24252627282930
       
2930     
       
28293031   
       
282930    
       
     12
31      
    123
2526272829  
       
28293031   
       
     12
31      
   1234
2627282930  
       
293031    
       
     12
       
      1
3031     
      1
30      
   1234
262728    
       
  12345
2728     
       
28      
       
      1
       
     12
2425262728  
       
      1
3031     
     12
24252627282930
       
  12345
2728293031  
       
2930     
       
    123
25262728293031
       
    123
18192021222324
25262728   
       
 123456
78910111213
21222324252627
28293031   
       
     12
10111213141516
17181920212223
24252627282930
31      
   1234
567891011
12131415161718
19202122232425
2627282930  
       
1234567
891011121314
15161718192021
22232425262728
293031    
       
     12
3456789
10111213141516
17181920212223
24252627282930
       
  12345
6789101112
13141516171819
20212223242526
2728293031  
       
      1
9101112131415
23242526272829
3031     
    123
252627282930 
       
 123456
14151617181920
21222324252627
28293031   
       
      1
9101112131415
16171819202122
23242526272829
30      
   1234
567891011
       
   1234
12131415161718
19202122232425
262728    
       
293031    
       
    123
11121314151617
       
  12345
13141516171819
27282930   
       
      1
23242526272829
3031     
    123
18192021222324
252627282930 
       
28293031   
       
   1234
567891011
       
     12
3456789
17181920212223