Seis décadas de desenvolvimento regional através do fomento para produtores rurais e empresas. Esse foi o motivo da comemoração que o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) organizou para esta terça-feira (15), em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A data foi marcada por um evento transmitido de forma online no YouTube do BRDE que recebeu o governador Carlos Massa Ratinho Junior e os governadores do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja.
Mais de R$ 200 bilhões em operações de crédito já foram movimentados pelo BRDE desde sua criação, em 1961. Atualmente, o banco tem mais de 33 mil clientes ativos e é o 15º em tamanho de carteira de crédito do Brasil, com R$ 13,5 bilhões. Em 2020, o banco fechou o ano totalizando mais de R$ 3,3 bilhões em crédito para investimentos e capital de giro para empreendedores dos estados contemplados, fortalecendo os segmentos mais afetados pela pandemia de Covid-19.
“É motivo de alegria ver a força desse banco pelo desenvolvimento desses quatro estados que representam uma fatia importante do PIB brasileiro, que têm em comum a vocação do agronegócio. Lá atrás, o BRDE foi criado para levar um trator ou uma máquina para um agricultor que ainda usava enxada. Hoje, ele é parte do sucesso das grandes indústrias de transformação de alimentos do planeta, que passara a ser uma grande base econômica do País”, celebrou Ratinho Junior.
Ele endossou, ainda, a importância da presença do BRDE para o desenvolvimento das cooperativas paranaenses. “Há muito tempo temos um sistema de cooperativas muito forte: das 20 maiores cooperativas do Brasil, 14 estão no Paraná. E hoje não se pensa mais em agronegócio sem pensar em tecnologia. O BRDE é muito importante porque, entendendo tanto de agricultura como de tecnologia, ele conhece a alma de quem quer crédito hoje”, relatou.
Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, lembrou que a instituição também tem um papel importante no auxílio a empreendedores que enfrentam situações econômicas instáveis, como na crise iniciada pela pandemia.
“Celebramos que, por 60 anos, diante de cenários econômicos incertos, pandemia e tantas outras adversidades, este banco não só resiste às dificuldades dos tempos como é um apoio importante para o enfrentamento dessas dificuldades nos estados. O BRDE tem sido, ao longo da pandemia, um parceiro importante para o capital de giro, e vai ser sem dúvida parceiro fundamental na retomada econômica pós-Covid”, disse.
A presidente do BRDE, Leany Barreiro de Sousa Lemos, endossou que o objetivo do banco é apoiar o empreendedorismo nos estados, impulsionando suas vocações. “Estamos aqui para celebrar a força de uma ideia que venceu, que se concretizou como esse agente financeiro que de fato impacta na vida das pessoas, na melhora da riqueza, da renda, na criação de empregos e na qualidade de vida”, comemorou.
PLANEJAMENTO – O governador Ratinho Junior também lembrou do início da história da instituição, que foi fundada pelos três governadores do Sul do País, criando uma cultura de planejamento e investimento nos estados participantes que perdura até hoje.
“O BRDE foi um banco criado em cima de planejamento por iniciativa de três grandes atores políticos – os governadores Leonel Brizola, do Rio Grande do Sul, Celso Ramos, de Santa Catarina, e Ney Braga, do Paraná –, que já tinham uma visão de planejamento a médio e longo prazo. Criaram o BRDE para injetar desenvolvimento econômico e social nesses estados”, lembrou Ratinho Junior. Hoje em dia o Mato Grosso do Sul também é importante para a instituição.
Eduardo Leite acrescentou que essa iniciativa prova que é somando forças para além das divisas que os estados se tornam mais fortes. “Há 60 anos, três governos resolveram somar seus recursos para amplificar a possibilidade de obter bons resultados. Além de olhar para fora de seus territórios, eles olharam para além de seu próprio tempo e desenharam seu legado”, pontuou.
O governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, reforçou que o BRDE cumpre um papel estratégico de desenvolvimento regional. “Se somos o que somos hoje devemos à parceria, integração, visão estratégica de financiamento, facilidade do crédito que chega rápido ao produtor. Isso criou um eixo de desenvolvimento fundamental”, afirmou.
Parte de uma nova agenda conjunta, que envolve o BRDE, foi pactuada nesta terça-feira. O Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul) aprovou a proposta de um plano de desenvolvimento integrado do grupo até 2040. O objetivo é criar um diagnóstico regional que identifique as agendas que cada governo deve promover para melhorar a qualidade de vida e potencializar o desenvolvimento econômico da região.
A ideia é que, a longo prazo, o plano transforme a união dos quatro estados em uma “OCDE brasileira” – referência à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, instituição internacional que reúne 38 países em prol do crescimento de suas economias locais.