Compras do Estado de produtos da agricultura familiar foi ampliada. Cooperativas agropecuárias mantêm a produção, supermercados e Ceasas funcionam normalmente. Medidas são voltadas às famílias em vulnerabilidade social.
Apoio ao setor produtivo para resolver possíveis entraves logísticos e o planejamento de ações práticas para o suprimento das famílias em situação de vulnerabilidade social. Estas têm sido as linhas de ação do Governo do Estado para garantir o abastecimento de alimentos durante o período de isolamento por causa da pandemia do coronavírus.
Com previsão de colher uma das maiores safras da história, todos os níveis de produção estão operando no Paraná, desde a colheita até o escoamento, passando também pelas agroindústrias e pela distribuição dos alimentos.
“O Paraná é um grande produtor de alimentos, e o setor todo trabalha para garantir a comida na mesa da população. Os paranaenses podem ficar tranquilos que não há previsão de desabastecimento nos supermercados”, afirma o governador Carlos Massa Ratinho Junior.
Na agricultura familiar, o foco está em manter a renda das famílias do campo. Na semana passada, Ratinho Junior anunciou a ampliação da compra direta de alimentos de pequenos produtores que fornecem para a merenda escolar. Os produtos estão sendo distribuídos para famílias dos estudantes da rede estadual que são cadastradas no Bolsa Família ou estão em situação de vulnerabilidade social. Com a medida, mais 3 mil agricultores familiares começam a vender sua produção ao Estado, passando de 22 mil para 25 mil fornecedores.
“O governo trabalha em rede com os agentes do setor agropecuário, como cooperativas e agroindústrias, e monitora diariamente a situação para que o abastecimento continue funcionando. Não temos tido grandes problemas”, afirma o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.
“Por outro lado, trabalhamos com diferentes cenários para planejar ações mais fortes, caso haja necessidade de garantir o suprimento das famílias, em especial daquelas em situação de vulnerabilidade”, explica.
PRODUÇÃO. Responsáveis por 60% da produção paranaense, as cooperativas agroindustriais também optaram por priorizar o abastecimento. “Não podemos conceber que não haja abastecimento pleno neste momento”, afirma o presidente da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), José Roberto Ricken.
Com grande participação na produção de grãos e de proteína animal, e com atuação desde o plantio até o processamento dos alimentos, as cooperativas reforçaram as medidas de proteção e segurança dos trabalhadores para não interromper o trabalho.
“Estamos sintonizados com o governo e vamos seguir à risca todas as determinações da Organização Mundial da Saúde, do Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado da Saúde para preservar, proteger e viabilizar o trabalho”, diz Ricken.
“É uma cadeia que não pode ser interrompida, tudo precisa ser feito no tempo certo”, explica o presidente da Ocepar. “O funcionamento normal evita a escassez e mantém o preço no comércio. Estamos em todos os municípios, com uma rede de armazenamento e distribuição e respondemos por uma parcela significativa dos alimentos disponíveis nos mercados”, ressalta.
CEASAS. Mesmo com um fluxo de vendas menor por causa do fechamento temporário de restaurantes e outros serviços, as cinco unidades da Ceasa no Paraná mantêm em ritmo normal a comercialização de hortigranjeiros e o atendimento aos compradores nos mercados atacadistas. São comercializados diariamente uma média 5 mil toneladas de alimentos.
Segundo a diretoria da empresa, não há risco de desabastecimento de frutas, legumes e verduras. Devido à boa oferta das regiões produtoras, os chamados Cinturões Verdes, os preços se mantêm estáveis neste período, com a chegada de produtos também de outras regiões do país, principalmente de frutas.
“Houve uma queda na comercialização, mas mantemos o abastecimento. Supermercados, quitandas e feiras-livres em vários municípios continuam atendendo normalmente”, explica o diretor-presidente da Ceasa, Éder Eduardo Bublitz.
SUPERMERCADOS. Considerado serviço essencial, o setor supermercadista continua funcionando e mantém a comercialização neste período. A Associação Paranaense de Supermercados (Apras) garante que não há riscos de desabastecimento, mas pede cautela aos consumidores para que não estoquem produtos em casa, o que pode resultar em prateleiras vazias e preços mais altos.
Para evitar essa prática, a entidade firmou um acordo com o Procon e a Secretaria de Estado da Justiça, Família e Trabalho para limitar a venda de alguns produtos quando necessário. A venda de leite ficou limitada a 12 unidades por cliente, de papel higiênico a dois fardos, independente da quantidade de rolos, e de álcool 70% a cinco unidades por pessoa.
A medida está prevista no Código de Defesa do Consumidor e cada comerciante pode estender a limitação de produtos de acordo com a disponibilidade de seu estoque.