Há exatos 45 anos, Curitiba viveu um dos maiores eventos de sua história. Nos dias 5 e 6 de julho de 1980, o Papa João Paulo II, em sua primeira visita ao Brasil, reuniu cerca de 1 milhão de pessoas na capital paranaense, em um momento de fé, emoção e união que jamais se repetiu em tamanho no estado.

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Chegando de Porto Alegre, o Papa beijou o solo paranaense no Aeroporto Afonso Pena e seguiu em Papamóvel para o Estádio Couto Pereira, onde foi recebido por 70 mil pessoas e pela comunidade polonesa, que entregou sal e broa, tradição do país natal do pontífice. O gramado do estádio ainda abrigou uma casa polonesa de 1883, transferida depois para o Bosque do Papa, no Centro Cívico, como símbolo daquela visita.

O ponto alto ocorreu na manhã do dia 6, quando João Paulo II celebrou a Santa Missa em frente ao Palácio Iguaçu, acompanhado por um coral de 400 vozes. O frio curitibano não afastou a multidão, que se estendeu por quase dois quilômetros até a Catedral, compondo o maior público já reunido no Paraná.

“Foi emocionante, um momento único de fé e alegria. Parecia que as pessoas estavam mais felizes”, relembra Merli Garcia, que trabalhou na recepção do Papa como servidora do Palácio Iguaçu. Nilton Cesar Bassi, então com 12 anos, lembra de ter ido com a família à Avenida Marechal Floriano para ver o pontífice passar e da emoção de assistir à missa em meio à multidão.

João Paulo II seguiu depois para Salvador, continuando sua jornada pelo Brasil que passaria por 13 cidades. Canonizado em 2014, ele permanece como símbolo de humanidade, carisma e diálogo, lembrado por ter proporcionado ao Paraná um dos momentos mais marcantes de sua história.