O Instituto Água e Terra (IAT) recebeu solicitação para ajudar no atendimento a um filhote de onça-parda, encontrado sem a mãe e em situação de risco, na margem do Rio Chopim, no município de São Jorge do Oeste, na semana passada. Por ter pouco tempo de vida, a orientação foi encaminhá-lo ao zoológico de Cascavel, após cumprido o período de verificação da presença da mãe próximo ao local, que foi descartada.
Depois de encontrar um novo lar para o filhote, o IAT trabalha na emissão da autorização de transporte do animal, que deve acontecer nesta semana. De acordo com a chefe do Setor de Fauna do instituto, a bióloga Paula Vidolin, a decisão de encaminhar o animal a um cativeiro deve-se à idade que ele apresenta.
“Trata-se de um filhote, extremamente novo, que não teve o tempo necessário de aprendizagem junto à mãe, como caçar e sobreviver sozinho. Por conta disso, ele não terá condições de retorno para seu habitat natural, mas sabemos que ele receberá todo o cuidado necessário no zoológico”, afirma.
O filhote foi encontrado nos arredores da Usina Hidrelétrica Paranhos. A empresa Energias Renováveis Mazp, proprietária da usina, se colocou à disposição para dar apoio e garantir o bem-estar do animal no transporte até a cidade de Cascavel. A distância é de aproximadamente 165 quilômetros.
ONÇA-PARDA. O filhote é uma fêmea, cuja espécie consta na lista vermelha da fauna ameaçada no Paraná, como vulnerável. Ela foi resgatada por Jair Nogueira, um dos proprietários da usina.
O animal recebeu os primeiros atendimentos dos biólogos Vanderlei Ferreira de Araújo e Amanda Flor Ulbinski, funcionários da Rio Chopim Energia, gestora do monitoramento ambiental do local.
O filhote foi deixado em um cercado para tentar atrair a mãe com sua vocalização e odor, mas a tentativa não teve êxito. Os biólogos, então, entraram em contato com o IAT para obter suporte.
“Nós fizemos o monitoramento e os primeiros cuidados e conseguimos achar esse cativeiro com a ajuda do IAT. Ela emitiu sons, mas a onça mãe infelizmente não foi encontrada”, disse o biólogo Vanderlei Ferreira de Araújo.