Depois da mobilização que aconteceu na última sexta-feira, 25, contra o fechamento do Hospital Municipal de Janiópolis, mesta segunda-feira foi a vez da população tomar conta da Câmara Municipal em protesto contra a decisão que vem sendo anunciada pelo prefeito Ismael Dezanoski de desativar a única unidade hospitalar do município.
Os moradores afirmam que vão continuar lutando contra o fechamento do Hospital que teve algumas dependências, entre elas a cozinha, interditada pela Vigilância Sanitária. E, segundo eles, aproveitando da situação o prefeito acena com a possibilidade de fechar o hospital passando a atender das 7:00 às 23:00 horas enquanto que o atendimento após aquele período deverá ser feito através do SAMU, conforme a secretária de Saúde teria colocado em reunião que teve na última semana com funcionários do Hospital. De acordo com as declarações de populares, na reunião na noite de terça-feira na Câmara Municipal, a população se revoltou e não aceita discutir o fechamento do hospital.
FALTOU INTERESSE: Para os populares e funcionários presentes na reunião, faltou empenho e interesse, tanto dos prefeitos anteriores como o atual, assim como dos vereadores, em elaborar projeto de reforma e remodelação daquela unidade de saúde que ao, longo dos anos não foi elaborado nenhum projeto.
“Se houver interesse e boa vontade do prefeito, vereadores e lideranças políticas, com certeza o hospital não será fechado. Mas para isso, é necessário elaborar de um projeto técnico de acordo com as normas da Regional de Saúde. E, cada uma das lideranças políticas trabalhar com seus representantes para buscar apoio dos Governos Estadual e Federal” – afirmou na noite de segunda-feira na Câmara, o ex-vereador “Necão” que por mais de 30 anos foi funcionário do setor de saúde do município.
SEM CONDIÇÕES: Por sua vez o prefeito Ismael Dezanoski afirma de forma categórica que o município não dispõe de condições financeiras para continuar administrando o hospital. Para ele, a única opção será fechá-lo.
FARRA DOS PLANTÕES: Para o vereador José Cláudio do Prado a situação financeira que o Hospital atravessa atualmente, tem muito a ver com o descaso das administrações, denunciando o que classificou de “farras dos plantões” envolvendo custos dos plantões elevados em relação a municípios da região.
Uma situação que segundo ele foi relegada pelas administrações anterior. Ele citou que denunciou o problema na Câmara e que nunca se fez nada para coibir tais abusos, principalmente em relação aos plantões médicos onerando em muito as despesas do hospital.
SOBROU CRÍTICAS: Durante a reunião que foi realizada em um clima tenso, foi questionado o salário do atual prefeito Ismael, de cerca de R$ 20 mil por mês. Um dos mais altos dentre os municípios da região. Assim como salário dos vereadores.
“ Se a Prefeitura está falida, não é possível se gastar tanto com altos salários do prefeito e dos vereadores. Fica a pergunta: o que eles estão fazendo para que a situação de Janiópolis melhore? Resposta: “nada”. Foi a declaração de uma senhora que participou da reunião na Câmara na noite de segunda-feira.
Ficou mais do que claro que a população de Janiópolis não aceita de maneira alguma que o Hospital seja fechado e a população fique desprovida da falta de um hospital.
REUNIÃO DA COMISSÃO: Na noite de ontem, terça, foi realizada a reunião da comissão constituída por segmentos da comunidade para discutir a situação do Hospital Municipal, que teve parte de suas instalações – entre elas a cozinha – interditada.
A proposta é que a Prefeitura contrate um técnico para elaborar um projeto que possa ser executado pela Prefeitura. E com isso, a Vigilância Sanitária de Campo Mourão desinterdite o refeitório e outras dependências e o hospital possa voltar a funcionar.