Publicidade
Publicidade

Notícias / Goioerê Legado e memória dos pioneiros são celebrados em sessão especial da Câmara de Goioerê: conheça as histórias dos homenageados

terça-feira, 19 agosto de 2025.

Em sessão solene realizada nesta segunda-feira (18), os vereadores de Goioerê destacaram a importância dos pioneiros na construção da identidade do município. As falas ressaltaram gratidão, reconhecimento e o legado deixado por aqueles que ajudaram a transformar Goioerê em uma cidade de progresso, reafirmando o compromisso do Legislativo em preservar a memória e valorizar a história local.

Siga a Tribuna no WhatsApp

A homenagem aos pioneiros foi realizada pela Câmara Municipal de Goioerê, em parceria com a Associação dos Pioneiros. O evento contou com a presença do presidente da entidade, Luiz Tolentino, que integrou a mesa de honra, e do secretário executivo da Prefeitura, José Soares, que representou o prefeito Pedro Coelho, ausente por cumprir agenda em Curitiba.

Ao usar da palavra o presidente da associação, Luiz Tolentino  agradeceu a todos que contribuem para a preservação da memória da cidade: “Quero agradecer à Câmara por abrir as portas para este momento e também destacar o apoio do presidente da Câmara Joaquim, que sempre esteve junto desde o início desta iniciativa. Agradecemos ainda a Secretaria de Cultura que revitalizou a Casa da Memória, um espaço fundamental para preservarmos nossa história.” Luiz ainda reesaltou que: “Ouvir o hino da cidade emociona, porque nos faz lembrar o início, quando Goioerê era apenas um campo aberto e desafiador, desbravado por pessoas corajosas.”

Representando a administração municipal, o secretário-executivo José Soares enfatizou que:  “Esse é um momento ímpar, um reconhecimento àqueles que, ao longo da história, não tiveram medo de sonhar e não desistiram. A administração segue respeitando quem escreveu nossa história e continuará olhando para o futuro com esse mesmo compromisso.”

O presidente da Câmara,  Joaquim da Ambulância destacou a grandeza do encontro: “É um privilégio viver este momento. Goioerê não seria o que é hoje se não fosse o trabalho de cada pioneiro que ajudou a construir nossa cidade.”

Todos os vereadores enalteceram a importância da homenagem. A vereadora Aline Suellen disse que aqiele momento “era uma noite memorável, com rostos que marcaram a minha vida. Me emociona ver cada pioneiro aqui reunido. Que este seja um momento inesquecível.”

O vereador Amarildo Alves reforçou a importância da homenagem: “Uma homenagem mais que merecida a todos que ajudaram a escrever a nossa história.”

Para o vereador Fabiano Barboza, o reconhecimento é um ato de justiça: “Parabenizo todos vocês que fazem parte dessa história. Nada mais justo que essa homenagem em vida.”

A vereadora Ivonete Rocha também fez questão de valorizar os pioneiros: “Vocês fazem parte do que Goioerê é hoje. São a essência da nossa cidade.”

Na mesma linha, o vereador Léo da Auto Escola destacou o privilégio do momento: “É uma honra participar desta noite grandiosa. Nada melhor que ver os pioneiros recebendo em vida esse reconhecimento.”

O vereador Marcelo Gaucho ressaltou a relevância da homenagem: “Uma noite especial, marcada pela presença e história de cada um dos senhores e senhoras aqui presentes.”

Já o vereador Mayk Ramalho lembrou a importância do ato em ano de celebração: “É uma honra realizar esta homenagem justamente no ano em que Goioerê comemora 70 anos. Nossa cidade é um bom lugar para viver graças a cada pioneiro que ajudou a construí-la.”

O vereador Patrik Peloi destacou o legado deixado pelos pioneiros: “Esta é uma noite importante para todos nós. Vocês deixaram um legado que jamais será esquecido.”

CONHEÇA A HSTÓRIA DOS HOMENAGEADOS

Pioneira Ana Santos do Nascimento

Ana Santos Nascimento nasceu em 6 de julho de 1941, na cidade de Caculé, Bahia.
Ainda criança, com menos de 10 anos, deixou o sertão baiano ao lado da família, que buscava melhores condições de vida longe da seca. Assim, chegaram ao estado do Paraná, onde iniciaram uma nova história.

Foi na Capela Santa que Ana conheceu seu futuro esposo, o Sr. Manoel Serafim do Nascimento, que na época trabalhava no transporte de mantimentos para o armazém de Secos e Molhados do Anjão, conhecido como o finado Nicolla. Dona Ana recorda que nem mesmo em Goioerê havia um armazém tão importante para a região.

Sempre esteve ao lado do marido, tanto no trabalho na roça quanto nos afazeres domésticos, enquanto cuidava com carinho e dedicação dos filhos: Maria, José, Miguel e João (já falecido).

Atualmente, Dona Ana participa com entusiasmo do Grupo da Terceira Idade e é reconhecida por sua fé e devoção a Nossa Senhora. É membro atuante da Paróquia Nossa Senhora das Candeias, onde colabora em diversas pastorais — Saúde, Acolhida e Pastoral da Criança — além de prestar serviço voluntário na tradicional Barraca Mineira.

Pioneira: Eunice Barbosa Bertolino

Eunice Barbosa Bertolino nasceu em 28 de março de 1946 e vive na região de Goioerê desde 1962, quando se mudou de Astorga. Foi casada com Constantino Bertolino, com quem teve oito filhos: Ezequiel, Elizeu, Ester, Marta, Davi, Moisés, Raquel e Daniel. É avó de sete netos e bisavó de três bisnetos.

Ao chegar de Astorga, a família foi morar no Caracol, onde Constantino adquiriu um sítio. O terreno foi desmatado e passou a ser cultivado com arroz, feijão e milho, atividade que sustentou a família por 13 anos. Posteriormente, mudaram-se para a cidade de Goioerê. Em 1985, Eunice perdeu o esposo.

Atualmente, ela participa ativamente do Grupo da Terceira Idade e da Igreja Presbiteriana Renovada, onde é presença constante e colaboradora. Eunice afirma estar muito feliz e honrada por ter sido escolhida para receber a homenagem como pioneira.

Pioneira Dóris de Andrade Correa

Dóris de Andrade Correa nasceu em 7 de setembro de 1938, em Imbituva (PR), filha de Manoel Lopes de Andrade e Theonila Silveira de Andrade. Chegou a Goioerê em 1953, aos 15 anos, quando sua família se mudou para o município após seu pai assumir a função de foguista na serraria do senhor Henrique Schimidti.

Ainda muito jovem, tornou-se uma das três primeiras professoras de Goioerê, ao lado de sua irmã Jandira e da professora Jurema, marcando de forma pioneira a história da educação local.

Aos 17 anos, casou-se com Raulino Rodrigues Correa, com quem teve cinco filhos: Ondina, Décio Sérgio, Alcione José, Lenira e Manoel. Além de sua contribuição como educadora, Dona Dóris trabalhou como recepcionista na Rádio Goioerê e como secretária no escritório de advocacia do Dr. Armando Reigota Ferreira.

Sua dedicação à comunidade também se destacou na área social: foi voluntária da Associação de Proteção à Maternidade e à Infância (APMI) e atuou de forma firme e incansável na arrecadação de donativos e recursos para a construção da igreja da Vila Guaíra.

Em 1978, mudou-se para São Paulo, onde permaneceu até a década de 1990, quando retornou ao Paraná, estabelecendo-se na cidade de Ponta Grossa. Lá viveu até 2023. Desde o início de 2024, voltou a residir em Goioerê, acompanhada de seu filho Manoel Correa, reencontrando a cidade que ajudou a construir com seu trabalho, dedicação e participação social.

Pioneira: Dalvilia Carneiro de Castro

Dalvilia Carneiro de Castro, carinhosamente conhecida como Dalvona, é reconhecida por sua simpatia única e pelo carinho que desperta em todos que a conhecem. Atualmente, mora na Vila Guaíra, na rua Carlos Scarpari, 260.

Dona Dalva nasceu em 8 de abril de 1938, na cidade de Porto Amazonas, no Paraná. Chegou a Goioerê em 1977, acompanhando o marido, o falecido René Diniz de Castro. Juntos, tiveram dois filhos: Yara Lúcia Diniz de Castro e Marcos Antônio Carneiro de Castro. É avó de Karina e André Diniz, e bisavó de Emanuele e Geovana.

Quando chegou a Goioerê, a Avenida Mauro Mori ainda não era asfaltada. A família morou ao lado da antiga prefeitura, atualmente conhecida como Casa da Memória.

Dona Dalva dedicou-se à educação e às artes, atuando como professora de pintura no antigo Centro Social Urbano. Além disso, é participante ativa do Grupo da Terceira Idade. Destacou-se também como atleta, representando o município de Goioerê nos Jogos da Terceira Idade em Guaratuba. Junto de sua dupla, Denir, conquistou a primeira medalha de ouro na modalidade de tranca feminina.

Pioneira: Maria Cavalcante da Silva

Maria Cavalcante da Silva nasceu em 20 de maio de 1950, na cidade de Tupã, interior de São Paulo, filha de Pedro Tenório Cavalcante, natural de Bom Conselho (Pernambuco), e de Generosa Lopes, paulista. Com apenas quatro anos, mudou-se com os pais para o promissor município de Goioerê, no noroeste do Paraná, entre 1954 e 1955, época de pioneirismo e desbravamento.

A família estabeleceu-se inicialmente na sede da Fazenda Cruzeiro. A primeira compra feita por eles em Goioerê ocorreu no povoado de Jaracatiá. Mais tarde, passaram a residir em frente à antiga “rede”, onde hoje funciona o Supermercado Paraná. Seu pai, homem de trabalho firme, realizava carretos com um carroção, prestando serviços ao primo José Jesus Cavalcante.

Foi nesse contexto que Maria conheceu Felisberto Luiz da Silva, um dos primeiros entregadores de pães da cidade. O encontro ocorreu em seu bar, onde ela costumava comprar mantimentos. Dessa relação nasceu uma história de amor que culminou no casamento em 1966. Juntos, tiveram 11 filhos, dos quais cinco sobreviveram: Marta, Matilde, Marilza, Marina e José Felisberto Cavalcante da Silva.

A vida de Maria foi marcada por desafios, mas ela sempre se mostrou uma mulher de fibra. Trabalhou na roça, foi merendeira e, posteriormente, vendedora ambulante, comercializando produtos de terras devolutas, como frango caipira, mandioca e batata-doce. No entanto, sua principal marca na memória da comunidade foi como vassoureira, profissão que a tornou conhecida em toda a cidade.

Hoje, aos 75 anos, Maria continua uma mulher à frente de seu tempo, mantendo o mesmo espírito guerreiro que sempre a guiou. Alegre, ativa, de fala cativante e mente desperta, ela é símbolo de uma geração que ajudou a construir Goioerê com coragem, trabalho e amor.

Pioneira: Josefa Guilen Soares

Josefa Guilen Soares nasceu em 2 de novembro de 1941, na cidade de Cambará, Paraná. Casou-se com o pioneiro Aparecido Soares em 1962, união que resultou no nascimento de cinco filhos. A família cresceu e hoje conta com sete netos e três bisnetos.

Os pais de Dona Josefa nasceram na Espanha e vieram para o Brasil em busca de uma nova vida. Após residirem em Cambará, mudaram-se para Sertanópolis, onde trabalharam na lavoura. Foi em Sertanópolis que Josefa conheceu Aparecido Soares, que trabalhou como contador no Bradesco e, em 1966, inaugurou o Escritório de Contabilidade Soares, hoje administrado por sua filha Clélia Soares.

Dona Josefa formou-se no Magistério em Sertanópolis e, em 1972, concluiu o curso de Letras/Pedagogia na Faculdade de Jandaia do Sul, Paraná. Iniciou sua carreira docente em 1963, lecionando no Grupo Escolar Maria Antonieta Scarpari, e aposentou-se em 2000, encerrando um ciclo de quase 40 anos dedicados à educação.

Ativa na comunidade, Dona Josefa é participante assídua da Associação da Terceira Idade de Goioerê, onde pratica exercícios físicos e joga vôlei, mantendo-se engajada e com grande energia ao longo dos anos.

Pioneira: Maria de Jesus Alves Gondin – “Dona Deni”

Maria de Jesus Alves Gondin, conhecida carinhosamente como Dona Deni, nasceu em 23 de julho de 1940, na cidade de Serrita, Pernambuco. Atualmente, aos 85 anos, mantém seu espírito alegre e ativo. É filha de Joaquim Alves Gondin e Antônia Tereza de Jesus.

Casou-se com João Dias da Silva, um dos primeiros tintureiros de Goioerê, com quem teve quatro filhos: Vera, João Carlos, Wilson e Valéria.

Dona Deni e sua família vieram do Nordeste em busca de melhores oportunidades no Sul do Brasil. Inicialmente, passaram cerca de dois anos na cidade de Tupã, em São Paulo, antes de se estabelecerem no Distrito de Jaracatiá. Seu pai, Sr. Joaquim Gondin, atuou como administrador da Fazenda Bom Retiro por um período. Com o desenvolvimento de Goioerê, a família deixou Jaracatiá e abriu a primeira pensão na cidade.

No início da vida em Goioerê, Dona Deni trabalhou na colheita de café e algodão. Posteriormente, atuou no Hospital Goioerê, sob a direção do saudoso Dr. Rosan, e, por fim, tornou-se funcionária pública do município, trabalhando como merendeira até se aposentar, em 2000.

Atualmente, reside com sua filha Valéria. Dona Deni é conhecida pelo seu alto astral, mantendo viva a tradição nordestina em seu dia a dia: adora dançar forró, é uma excelente cozinheira e, nos finais de semana, se diverte jogando baralho com os amigos.

Pioneira: Nadir Vidotto Padovim

Nadir Vidotto Padovim nasceu em 24 de junho de 1955, na cidade de Terra Rica, Paraná. Atualmente, aos 70 anos, mantém vivas as lembranças de sua trajetória como pioneira de Goioerê.

Veio para Goioerê aos 10 anos de idade, acompanhando seus pais, que trabalhavam com olaria e transporte de cargas. De família numerosa, com dez irmãos, seu pai também atuou como taxista na cidade.

Nadir estudou Magistério no Colégio Maria Gonçalves de Almeida e cursou Licenciatura Plena em Ciências na Universidade Estadual de Maringá (UEM). Profissional dedicada, trabalhou por muitos anos na APAE de Goioerê, contribuindo significativamente para a educação e inclusão social no município.

Casou-se com Nevair Padovim, que conheceu nos festivais de calouros realizados no famoso Cinema do Padre, onde ele era apresentador. Do relacionamento nasceram duas filhas: Kelly e Daniele, e atualmente Nadir é avó de cinco netos.

Pioneira: Maria Lúcia dos Santos – “Maria” ou “Bu”

Maria Lúcia dos Santos, conhecida carinhosamente como “Maria” ou “Bu”, nasceu em 24 de fevereiro de 1954, na cidade de Itabaiana, Sergipe. Nordestina de raiz, atualmente tem 71 anos.

Filha de Elizeu José dos Santos e Hermínia Sabina dos Santos, Maria fazia parte de uma família numerosa, com 15 filhos. Em busca de uma vida melhor, seu pai trouxe toda a família para o Paraná, estabelecendo-se em um sítio entre Goioerê e Rancho Alegre D’Oeste.

Crescendo na simplicidade do campo, Maria alimentou na juventude um desejo profundo: tornar-se freira. Como noviça, atuou como cuidadora na Santa Casa da Misericórdia de Goioerê e, posteriormente, residiu em um convento em Campos do Jordão, São Paulo.

Ainda jovem, Maria retornou a Goioerê, dedicando-se integralmente aos familiares, cuidando de pais, irmãos e sobrinhos, já que não teve filhos. Durante sua vida, enfrentou com coragem um câncer e, nos últimos anos, cuidou de seu pai até seu falecimento, aos 99 anos.

Após essa fase, passou a frequentar atividades da terceira idade e a participar de apresentações culturais na Casa da Cultura de Goioerê, onde conheceu seu primeiro e único amor, Clemente Chaves. Aos 71 anos, Maria se casou com Clemente, um relacionamento que ganhou repercussão nacional e rendeu ao casal convites para diversos programas de televisão.

Maria é um exemplo de força e doçura, mantendo viva sua origem nordestina e se orgulhando de ser goioerense.

PIONEIRA: MARIA SILVÉRIO ARAÚJO

Maria Silvério Araújo nasceu em Jaborandi, no estado do Paraná, nas proximidades de Londrina, no dia 09 de outubro de 1938. Atualmente, aos 86 anos, é lembrada como uma das pioneiras de Goioerê.

Chegou ao município em 1950, vinda do vizinho município de Mariluz-PR. Casou-se em Mariluz com o também pioneiro Ademar Ferreira de Araújo, conhecido popularmente como “Baiano”, já falecido e anteriormente homenageado.

O casal veio para Goioerê com o objetivo de trabalhar na lavoura de café, cultivando cerca de 2.000 pés como porcenteiros. Com muito esforço e dedicação, conseguiram adquirir uma pequena área de terra, conhecida como Chácara Nossa Senhora Aparecida, localizada ao lado da antiga Coagel, hoje Coamo, onde permaneceram por mais de 60 anos.

Do casamento, tiveram oito filhos: Marisa, Mário, Ademarci, Joaquim, José, Leonice e Aurelina. Maria sempre trabalhou ao lado do esposo na lavoura, além de desempenhar seu papel como dona de casa, cuidando da criação e educação dos filhos.

PIONEIRO: DARCI CATANI

Darci Catani nasceu em Chapecó, Santa Catarina, no dia 12 de maio de 1951. Atualmente, com 74 anos, é reconhecido como um dos pioneiros de Goioerê.

Sua família mudou-se para o município em busca de melhores oportunidades, quando seu pai assumiu a gerência da Serraria do Senhor Schimidt. Já possuindo experiência na área de madeira, ele viu na região um ramo madeireiro em expansão. Darci veio acompanhado de seus cinco irmãos, todos em busca de crescimento e bem-estar familiar.

Aos 14 anos, Darci começou a trabalhar na Indústria de Bebidas Goioerê Ltda, localizada próxima ao cemitério municipal, de propriedade do Senhor Yaroslau Schimidt. Ao longo da vida profissional, atuou como pintor, bancário na agência do Bradesco, colaborador da Cooperativa Coagel e, por fim, trabalhou na Prefeitura Municipal de Goioerê, onde se aposentou em 2017.

Além de sua carreira, Darci sempre foi um participante ativo da cultura musical de Goioerê. Fez parte das bandas The Bathmans e, em 1971, ajudou a fundar a banda Kapop.

Casou-se em 1974 com Zenaide Catani e juntos tiveram uma filha, Julieta Catani.

Pioneira: Marina Aparecida Furlanetto

Marina Aparecida Furlanetto nasceu em Bariri, no estado de São Paulo, em 20 de setembro de 1938. Atualmente, aos 86 anos, Marina é lembrada por sua dedicação e contribuição à cidade de Goioerê.

Em 1969, mudou-se com a família para Goioerê, onde começaram a atuar no ramo de comércio de secos e molhados. Inicialmente, abriram a Casa Santo Antônio, localizada na Rua São Mateus do Sul, posteriormente transferida para o prédio na esquina da Rua São Mateus do Sul com a Avenida Bento Munhoz da Rocha. Marina e seus pais trabalharam neste estabelecimento por mais de 10 anos.

Em seguida, inauguraram o Armarinho Santo Antônio, onde permaneceram atuando por quase 20 anos.

Marina não se casou nem teve filhos, mas dedicou sua vida ao trabalho no comércio, aos cuidados da casa e ao cuidado dos pais. Atualmente, ela reside na Rua Guimarães Rosa, junto com sua irmã, Maria Lemes Firmino.

PIONEIRO: FELISBERTO LUIZ DA SILVA

José Felisberto Cavalcante da Silva nasceu em 24 de agosto de 1936, na cidade de Coração de Jesus, interior de Minas Gerais. Foi um dos sete filhos de Altina Luiz da Silva, mãe solo, e perdeu a mãe ainda na infância durante um parto — uma perda precoce que marcou profundamente sua trajetória.

Chegou ao Paraná em 1951, mas só fixou residência definitiva em Goioerê após a emancipação do município. Desde então, construiu sua história com trabalho árduo, humildade e perseverança.

Felisberto foi um dos primeiros vendedores de pães da cidade, entregando de casa em casa e também nos sítios da região, chegando a vender até mil pães por dia. Paralelamente, mantinha um bar onde hoje está a loja Irineu Sports. Foi nesse bar que conheceu Maria Cavalcante da Silva, jovem que se tornaria sua esposa em 1966. O casal teve 11 filhos, dos quais cinco sobreviveram: Marta, Matilde, Marilza, Marina e José Felisberto Cavalcante da Silva.

Após alguns anos de casamento, Felisberto vendeu o bar e dedicou-se integralmente à panificação e à revenda de produtos adquiridos com os sitiantes da região, como ovos, frangos e frutas. Em 1969, mudou-se com a família para o bairro Vila Nossa Senhora das Candeias, onde viveu até o início de 1992. Desde então, reside no bairro Jardim Curitiba, onde permanece até hoje.

Além da panificação, trabalhou na roça, na colheita de algodão, milho, corte de cana e, mais tarde, no cultivo de pequenas lavouras em terras devolutas. Plantava de tudo: feijão, mandioca, batata-doce, milho e vassouras. Parte da produção era para consumo da família, e o restante era comercializado. Como produtor de vassouras, ganhou o apelido de “vassoureiro”, somando-se ao já conhecido “padeiro”, pelo longo tempo dedicado à venda de pães.

Sua esposa, Maria Cavalcante, sempre foi sua grande parceira, ajudando na roça e na venda dos produtos, tornando-os referência de qualidade na cidade. Ela também ficou conhecida como “vassoureira”, deixando um legado de trabalho e dignidade.

Hoje, às vésperas de completar 89 anos, José Felisberto segue com saúde e memória invejáveis. Aos domingos, sua casa continua sendo ponto de encontro da família, reunindo filhos, netos e bisnetos em torno da alegria simples e genuína de um homem cuja maior riqueza é a união que construiu.

Pioneiro: Dirceu Vicente Calixto

Dirceu Vicente Calixto nasceu em Santa Mariana, no norte do Paraná, em 22 de dezembro de 1942. Atualmente, aos 82 anos, é lembrado por sua trajetória de dedicação ao trabalho e à comunidade de Goioerê.

Em 1962, seu pai, Armando Vicente Calixto, comprou um sítio na região da Primavera, e toda a família se mudou para lá para trabalhar na agricultura.

Em 1965, Dirceu mudou-se para Goioerê, iniciando sua vida profissional na Casa Vencedora, junto com o senhor Adelino Cardoso. No dia 19 de fevereiro de 1966, casou-se com Antônia Fávaro.

Após concluir o curso de Datilografia, passou a trabalhar no Banco Comercial do Paraná, onde permaneceu por 10 anos. Em meados de 1976, começou a trabalhar com Osvaldo Bampa, assumindo a contabilidade e a gestão da Oficina Mecânica Bampa, função que exerceu por 13 anos.

Em 1987, Dirceu se associou ao irmão Odiney e fundou a empresa Odivel, especializada em funilaria e pintura, permanecendo ativo no negócio até se aposentar, em 2002.

Em 2009, mudou-se para Curitiba, onde residiu por 13 anos. Retornou a Goioerê em 2022, para a mesma residência, onde permanece até os dias atuais.

PIONEIRO: MANOEL BEZERRA DE MENEZES
Conhecido popularmente como Nequinha Menezes, Manoel Bezerra de Menezes nasceu em Bezerro, Pernambuco, no dia 1º de julho de 1948. Atualmente, aos 76 anos, é reconhecido como um dos pioneiros da região de Goioerê.

Sua família veio da localidade de “Pau de Arará”, em Pernambuco, diretamente para o Paraná, fixando-se no Distrito de Jaracatiá em 14 de janeiro de 1962. Inicialmente, trabalharam na colheita do algodão na região da Venda Branca, com a família Dal Bem. Após algum tempo, voltaram a Pernambuco, mas em 1965 retornaram definitivamente à Venda Branca, dedicando-se à lavoura de arroz, feijão, amendoim e algodão.

Em 1979, Manoel fez um curso de corte de cabelo em Cascavel e passou a exercer a profissão na comunidade da Venda Branca, oferecendo cortes gratuitos aos moradores. Até hoje, atua como cabeleireiro, sendo referência na região.

Casado e pai de seis filhos, Manoel também sempre participou ativamente de festivais de calouros. Começou em 1975 no cinema do Padre, em um programa apresentado pelo saudoso Miguel Davi, e orgulha-se de ter conquistado o primeiro lugar no Festival de Música da cidade de Cascavel, durante a inauguração da TV Tarobá.

PIONEIRO: JOAQUIM COSTA
Conhecido popularmente como Quinha, Joaquim Costa nasceu em Guaimbê, Estado de São Paulo, no dia 21 de novembro de 1944. Atualmente, aos 80 anos, é casado com Maria de Lourdes Marucci Costa e pai de quatro filhos.

Veio para a região aos 10 anos de idade, quando sua família chegou por volta de 1955 em busca de uma nova vida. Seu pai, Antônio, acompanhado da esposa e seis filhos pequenos, trabalhou por muitos anos na Fazenda 14, na região de Quarto Centenário, vizinha da família Gasparotto. Mais tarde, a família mudou-se para Goioerê, onde Antônio trabalhou na Imobiliária Ouro Verde, de propriedade do saudoso “Tio Jorge”, vendendo lotes urbanos e rurais em uma época de grande crescimento do município.

Joaquim iniciou sua trajetória profissional em uma pequena fábrica de colchões e, posteriormente, trabalhou no famoso Cinema do Florêncio como projetor de filmes. Sempre ligado à cultura local, participou ativamente de festivais de calouros e teve um programa na Rádio Goioerê, de propriedade do Padre Luigi de Paoli.

Foi também funcionário público da Prefeitura Municipal de Goioerê, começando sua carreira na gestão do Prefeito Alcir Araújo, popularmente conhecido como “Cici”, e aposentando-se na gestão do Prefeito José Paulo Novaes, exercendo a função de eletricista.

Pioneiro: Nevair Padovim

Nevair Padovim nasceu em Amandaba, na região de Araçatuba, Estado de São Paulo, no dia 3 de agosto de 1952.

Chegou a Goioerê com seus pais em 20 de dezembro de 1965, vindo da cidade de Loanda (PR), onde seu pai trabalhava como pequeno agricultor e era proprietário de uma venda de secos e molhados. A família era composta por cinco irmãos. Buscando melhores condições de vida, eles se estabeleceram na cidade que Nevair sempre lembraria como “Goioerê, o melhor lugar do mundo”. Seu pai, Eugênio Padovim, trabalhou por muitos anos como barbeiro.

Nevair estudou no Colégio Maria Antonieta Scarpari, no Ginásio Ribeiro de Campos e no Colégio Maria Gonçalves de Almeida, concluindo o ensino superior em Comércio Exterior pela Uninter.

Profissionalmente, trabalhou na Rádio Goioerê de 1967 a 1983 e, em seguida, na Cooperativa Coagel, onde permaneceu por 26 anos. Também foi um dos apresentadores do inesquecível Programa Show de Calouros, realizado no cinema do Padre.

Em 1974, casou-se com Nadir Vidotto Padovim, tornando-se pai das filhas Kelly e Daniele.

PIONEIRO: CLEMENTE CHAVES DOS SANTOS

Clemente Chaves dos Santos nasceu em 26 de junho de 1940, na cidade de Água Boa, Minas Gerais. É filho de Joaquim Chaves de Andrade e Francilina Alves Ferreira, e um dos nove irmãos de uma numerosa família.

Casou-se com Sebastiana Lopes dos Santos (em memória) em 27 de agosto de 1964. No ano seguinte, em 1965, mudou-se para o município de Goioerê (PR), enquanto sua esposa estava grávida da primeira filha, Reni Aparecida Lopes dos Santos (em memória). Em solo paranaense, o casal teve mais quatro filhos, totalizando cinco: Reni (em memória), Geralda (carinhosamente chamada de Dezinha), Luiz Donizetti, Valdenir (Robertinho) e Regiane (em memória).

Inicialmente, a família estabeleceu-se na região conhecida como Jóia, onde Clemente cultivou hortelã e algodão e atuou como catequista. Durante o trabalho na lavoura de algodão, sofreu uma intoxicação aguda por agrotóxicos, sendo orientado pelos médicos a abandonar definitivamente as atividades rurais.

Diante dessa nova realidade, mudou-se com a família para a cidade de Goioerê. Em condições modestas, viveram em um pequeno casebre de dois cômodos. Sem experiência em outras áreas, Clemente aprendeu a andar de bicicleta para se reinventar como entregador de pães, tornando-se conhecido como padeiro na comunidade.

Atualmente, Clemente é avô de onze netos e bisavô de seis bisnetos, com mais um a caminho. Sua companheira de vida, Sebastiana, com quem compartilhou 57 anos de união, faleceu em 18 de outubro de 2021.

Clemente é autor do livro “Entre Memórias e Vivências: De Água Boa (MG) a Goioerê (PR)”, publicado em 2024 com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura de Goioerê. A obra é uma autobiografia que reúne suas memórias e relatos pessoais.

Aos 84 anos, já na chamada melhor idade, Clemente reencontrou o amor nos bailes da terceira idade, conhecendo Maria Lúcia dos Santos, de 70 anos. Após muita paquera e insistência, casaram-se em 10 de maio de 2025.

O casamento de Clemente e Lúcia ganhou repercussão nas mídias locais e nacionais, sendo destaque no programa Encontro com Patrícia Poeta, da Rede Globo, transmitido em rede nacional, como uma história de amor e recomeço que inspirou todo o Brasil.

PIONEIRO: MAURI CREMA

Mauri Crema nasceu em 31 de dezembro de 1943 e chegou a Goioerê em 16 de março de 1959, aos 16 anos, juntamente com sua família, oriundos de Lins, São Paulo. Seu pai veio contratado para trabalhar como administrador na Fazenda Scarpari.

Após alguns anos, seu pai passou a trabalhar em um armazém de compra de cereais e, posteriormente, na Fazenda Santo Antônio do Pito. Aos 18 anos, Mauri serviu o Exército.

No dia 16 de abril de 1966, casou-se com Lindamir, com quem teve três filhos: Mauri Crema Júnior, Suzilaine Crema de Maio e Carolina Crema. O casal também é avô de três netos.

Mauri trabalhou nas empresas Fugiwara e Cibrazem, além de atuar como caminhoneiro. Em 1974, foi o terceiro funcionário contratado pela antiga Cooperativa COAGEL. Também trabalhou por 15 anos na Kin Brasil.

Em 1999, mudou-se para os Estados Unidos, onde permaneceu por dois anos. Ao retornar, comprou a Fazenda Belo Horizonte, e, apesar de aposentado, continua trabalhando ativamente em suas terras.

PEDRO FALEIROS CANHAN

Pedro Faleiros Canhan nasceu em Birigui, São Paulo, no dia 14 de julho de 1952, e reside em Goioerê desde 1959. Filho de Hortêncio Nascimento Faleiros e Catharina Canhan, é um dos seis irmãos da família, junto com Luciano, Aparecida, Dalva, Anderson e Marlize. Casado com Alice Yaeko Kato Faleiros, Pedro é pai de Valérius, advogado; Marcus Vinícius, empresário; e Alicinha, enfermeira, e avô de sete netos: Gabriela Tami e Enzo Gabriel, filhos de Valérius; Vinícius e Marcelinho, filhos de Marcus Vinícius; e Thiago e Cecília, filhos de Alicinha.

Formado em Direito pela Universidade Paranaense, Pedro possui pós-graduação em Direito do Trabalho, Direito Processual do Trabalho, Direito Civil e Direito Processual Civil, além de especialização em Licenciatura em Disciplinas Profissionalizantes do Ensino de 2º Grau e mestrado em Direito Processual Civil e Cidadania, ambos pela Universidade Paranaense. Iniciou seus estudos na Escola Maria Antonieta e no Ginásio Ribeiro de Campos, concluindo o ensino médio no Colégio Maria Gonçalves de Almeida, onde também lecionou OTC (Organização e Técnica Comercial) por dois anos.

Pedro atuou como funcionário da Receita Estadual por 21 anos e dedicou grande parte de sua vida à educação, lecionando Direito Empresarial na Universidade Paranaense por 20 anos e na Faculdade Grupo Integrado por 8 anos. Além de sua carreira jurídica e acadêmica, é músico autodidata desde a infância e fundador da banda Kapop, contribuindo também para a cultura musical da região.

Apaixonado pelo Santos Futebol Clube, Pedro sempre enfatizou a importância da transmissão de valores e conhecimentos, destacando-se não apenas como profissional e educador, mas também como ser humano dedicado à formação de outras pessoas. Sobre sua trajetória, ele afirma: “A maior satisfação e orgulho que sinto pela minha experiência de vida neste mundo é a certeza de que contribuí para a formação profissional de muitas pessoas, as quais levarão consigo por toda a sua existência meus ensinamentos e exemplo de vida que lhes passei, como ser humano e professor. Cada um deles tem dentro de si um pedaço de mim.”