O Ministério da Educação ( MEC ) anunciou nesta quinta-feira, 11, a meta de criar 108 escolas “cívico-militares” no Brasil até 2023. O plano é instalar um por ano, até 2023, em cada uma das 27 unidades da federação. A ampliação da rede de escolas militares— termo que o MEC está evitando, preferindo “cívico-militar” — foi uma das promessas de campanha do presidente Jair Bolsonaro . Segundo o MEC, serão 108 mil alunos atendidos.
“As escolas cívicos-militares são instituições não militarizadas, mas com uma equipe de militares da reserva no papel de tutores. A meta é aumentar a média no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). O índice é superior nos colégios militares – 6,99 ante 4,94 dos civis”, diz trecho de texto divulgado pela assessoria de comunicação social do MEC.
O secretário de Educação Básica do Ministério da Educação, Jânio Carlos Endo Macedo, disse que as novas escolas serão implantadas em regiões carentes.
— Se não colocar em locais carentes, vai fazer o quê? Vai aumentar a diferença de conhecimento dessa população — disse o secretário.
O anúncio foi feito na manhã desta quarta-feira, durante a divulgação de um compromisso firmado entre o MEC e o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime). O ministro da Educação, Abraham Weintraub, pregou foco na educação infantil, no ensino fundamental e no ensino médio. Tradicionalmente, o Brasil gasta mais na educação superior.
Weintraub disse que quer colocar 1,7 milhão de crianças na creche e ampliar o ensino técnico para 30%. Esssa modalidade atende, hoje, apenas 8% dos alunos do ensino médio. Para isso, falou em aumentar a carga horária do ensino médio. As disciplinas obrigatórias continuarão sendo dadas, mas, no contraturno, o aluno poderá frequentar as áreas nas quais tiver mais interesse.
Em relação às creches, o MEC informou que o Programa Nacional de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para a Rede Escolar Pública de Educação Infantil (Proinfância) terá mudanças para acelerar a conclusão de mais de 4 mil unidades até 2022. Também está previsto aumentar a carga horária do ensino fundamental, estimulando o ensino integral.
O compromisso apresentado nesta quarta-feira também prevê conectar 6,5 mil escolas rurais em todos os estados por meio de banda larga via satélite. Pelo plano, as escolas urbanas também serão contempladas com internet. Outro ponto é o fomento de cursos à distância para os professores da educação básica que não são graduados na área em que lecionam.
Weintraub também criticou a centralização das decisões em Brasília, dizendo que é preciso fazer fluir melhor os recursos para estados e municípios. Mas também pregou respeito ao dinheiro do contribuinte, e afirmou que os repasses seguirão critérios, como a apresentação de bons projetos.
O presidente da Undime, Alessio Costa Lima, presente no evento, disse que a situação não está fácil para os gestores municipais.
— Nos municípios, em especial de menor porte, é um momento delicado. Temos a intenção de fazer, sabemos o que precisa ser feito, mas nem sempre temos as condições — disse Alessio.(Fonte: Oglobo)