O Ministério da Educação (MEC) estuda substituir o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no formato atual por provas aplicadas nos três anos do ensino médio regular, que, juntas, comporiam a nota do estudante para disputar vagas no ensino superior. A ideia é começar a aplicação para alunos do 1° ano já em 2021 e ampliar de forma gradual.
O cronograma inicialmente traçado prevê a incorporação das turmas de 2º ano em 2022 e as de 3º ano em 2023, quando todo o ciclo regular do ensino médio estaria sendo atendido. Escolas públicas e privadas passariam pelo exame seriado.
As áreas técnicas do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) foram chamadas a analisar a viabilidade da proposta. As mudanças seriam feitas paralelamente aos planos de introduzir de forma gradual o Enem digital, anunciado no ano passado pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub.
A ideia do governo é incorporar as provas do “Enem seriado” ao Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), que hoje testa o rendimento dos estudantes do 5º e 9º do ensino fundamental e do 3º do médio. É com base nesses dados — combinados com taxas de aprovação, repetência e abandono — que se calcula o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
A inspiração para a mudança é o Programa de Avaliação Seriada (PAS) da Universidade de Brasília (UnB). O PAS é realizado ao longo dos três anos do ensino médio regular para selecionar candidatos para metade das vagas ofertada pela instituição em seus cursos.
Técnicos do Inep, no entanto, apontam, de forma reservada, que a medida é de difícil implantação, dada a complexidade de preparar uma avaliação tão grande como o Saeb atual em um formato ampliado, além dos custos envolvidos. Dados do Censo Escolar mais recentes apontam 26,9 milhões de matrículas no ensino fundamental e 7,5 milhões no médio na redes pública e privada.