Oito médicos urologistas do Paraná e Goiás foram alvos de mandados de prisão temporária, nesta quarta-feira (11). Eles são suspeitos de utilizar materiais cirúrgicos irregulares nos procedimentos. Cateteres e outro equipamentos, que deveriam ser descartados após uso único, eram utilizados em até 15 cirurgias.
A Polícia Civil cumpre 12 mandados de busca e apreensão. As ordens judiciais estão sendo cumpridas em Campo Mourão, Ivaiporã e Francisco Beltrão; e no estado de Goiás: em Goiânia e Rio Verde.
Além dos médicos, também são investigadas uma instrumentadora cirúrgica e a secretária de um dos profissionais. As investigações constataram que ambas tinham conhecimento da ilicitude dos procedimentos.
Os alvos da ação devem ser indiciados por associação criminosa, falsidade ideológica de documento particular e adulteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais.
OPERAÇÃO AUTOCLAVE IDENTIFICA MÉDICOS. A ação desta quarta-feira é um desdobramento da Operação “Autoclave”, deflagrada no mês de setembro deste ano, no interior do Paraná. Na ocasião, a polícia desmantelou um grupo criminoso envolvido com a adulteração, através de esterilização ilícita, de materiais descartáveis já utilizados por médicos em cirurgias urológicas. A operação resultou na apreensão de um vasto material reprocessado.
Em continuidade às investigações, a polícia constatou que esses equipamentos cirúrgicos eram vendidos a médicos urologistas do Paraná e Goiás, com claro conhecimento de sua procedência irregular. Os materiais reaproveitados eram utilizados em cirurgias de pacientes particulares, resultando num lucro muito maior aos cirurgiões.