A mineira Letícia Maia Alvarenga, de 21 anos, desaparecida nos Estados Unidos desde abril deste ano, segundo informações divulgadas pelo pai da jovem, Cleider Castro Alvarenga, aparece em um site de prostituição que oferece o serviço de acompanhante em Austin, capital do Texas.
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Segundo o pai, que mora em Perdões, no Sul de Minas Gerais, a filha, a princípio, estava na cidade de Leander, no mesmo estado do país norte-americano. “Estamos desesperados. Se alguém tiver alguma notícia, nos avise. Peço também que compartilhem com outros grupos e pessoas que possam nos ajudar”, escreveu em publicação no Instagram na última sexta-feira (14/10). Em outra postagem, ele suspeita que Letícia tenha sido vítima de tráfico humano.
Em nota à imprensa nesta segunda-feira (17/10), a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) confirmou que “há registro de desaparecimento de Letícia, e os pais dela foram ouvidos”. Ainda segundo a instituição policial, a Polícia Federal foi consultada e reportou que existe registro de desembarque da jovem no Aeroporto Internacional de Houston em 14 de maio deste ano.
Além de Letícia, Desirrê Freitas, de 26 anos, natural de São Paulo, também está desparecida nos EUA. Diante das incertezas do que aconteceu com as jovens, pais, familiares e amigos travam uma batalha em busca de respostas. Ambas sumiram após envolvimento com a influenciadora digital Kat Torres, popularmente conhecida como Kate a Luz. Os familiares de Desirrê também encontraram fotos da jovem na internet com a oferta de serviços sexuais.
Letícia se mudou para os Estados Unidos para fazer au pair – programa de intercâmbio onde a pessoa faz parte de uma família anfitriã norte-americana, por um ano, cuidando de seus filhos, e recebe em troca acomodação, refeições, remuneração semanal e a oportunidade de viagens e estudos. No entanto, após conhecer Kat, ela cortou laços com os familiares.
Devido à pressão popular nas redes, Kat declarou na sexta-feira (14/10) que tanto Letícia quanto Desirrê estão bem, sendo que elas não falam com suas famílias em decorrência de relacionamentos abusivos. As jovens, posteriormente, gravaram vídeos reforçando as falas de Kat. Letícia, especificamente, chegou a aparecer em uma live com a guru.
Após grande repercussão, a jovem confrontou sua família em vídeos publicados no Instagram e acusou o próprio pai de abuso sexual. “Quando eu era criança fui abusada pelo meu pai. Minha mãe sempre ia para a roça e eu ficava com meu pai. Então, era nesse tempo que tudo acontecia. Ele abusava de mim sexualmente. Minha mãe chegava em casa, eu falava o que aconteceu e ela deixava para lá”, afirmou a jovem, acrescentando que encontrou apoio em Kat para lidar com a situação.
Vale mencionar que as publicações com ataques à família não convenceram a maioria dos internautas. Nos comentários, muitas pessoas acreditam que Letícia foi coagida, de alguma forma, a gravar os vídeos. Em relação às postagens em texto, foi levantada a suspeita de que as mensagens tenham sido escritas por Kat.
Caso Desirrê Freitas
No Twitter, um rapaz que se identifica como Matheus Rego diz que foi colega de escola da jovem e – em conjunto com outros estudantes – se envolveu nas buscas por notícias dela. “Enquanto pesquisamos sobre Kat, descobrimos que Desirrê era uma seguidora fiel da coach. Ela aparecia em comentários, conversando com outros seguidores, também postando em seu Instagram como a Kat fez diferença em sua vida”, iniciou.
Em imagens divulgadas por Matheus, a coach Kat Torres diz que cobra U$ 8 mil para “fazer energia”. Segundo ela, o procedimento serve para que as pessoas consigam visto de trabalho ou permanente e, deste modo, possam ficar nos EUA. “Assim, elas poderão fazer ‘business’ comigo, eu mesma, em pessoa, e elas ficarem milionárias aqui. Eu sei que é um plano de mestre, e ninguém quis ter o estresse de fazer”, disse, destacando que o projeto é comandando por ela, Letícia, Desirrê e “algumas outras duas bruxas”.
Fonte: Correio Braziliense.