O Sicredi levou o Programa “A União Faz a Vida” para os professores e religiosos do Haiti
Os integrantes da missão realizada pelo Sicredi no Haiti, em 2019, receberam, no último dia 22 de setembro, um reconhecimento do Conselho Mundial das Cooperativas de Crédito (WOCCU) pelo impacto social alcançado no país caribenho. Esta foi a primeira missão internacional do Programa A União Faz a Vida (PUFV), desde que a principal iniciativa de responsabilidade social da instituição financeira cooperativa foi criada, em 1995.
Ao realizar a homenagem, que aconteceu de forma virtual, o vice-presidente do WOCCU, Paul Treinen, ressaltou a importância do cooperativismo de crédito nas comunidades mais carentes do mundo e destacou como o projeto do Sicredi no Haiti reflete, na prática, os princípios do cooperativismo. “O Conselho Mundial das Cooperativas de Crédito vem ajudando muitos países em situação de vulnerabilidade e perceber que, cada vez mais, os nossos associados têm se engajado nestas causas nos traz muito orgulho. Reconhecer essa preocupação do Sicredi com a inclusão e com a diversidade é também a nossa missão. Lembramos sempre que o grande propósito do cooperativismo está baseado em conceitos como ajuda mútua e solidariedade, das pessoas ajudando pessoas”, disse. Durante a viagem, um grupo de colaboradores voluntários do Sicredi levou a metodologia do Programa A União Faz a Vida para os religiosos e professores da Institution Sacré Coeur de Jésus, em Porto Príncipe, capital do país caribenho. A instituição oferece ensino e refeições diárias para mais de 270 crianças de famílias em situação de vulnerabilidade social. Na entidade, os haitianos ainda recebem apoio e acolhimento dentro de valores ligados a solidariedade e colaboração.
“Foi emocionante participar da missão, ainda mais num país tão castigado pelas catástrofes naturais e pelas dificuldades financeiras. Uma das cenas que ficaram marcadas na minha memória foi quando uma mãe limpou o sapato de sua pequena filha, antes de ela entrar na escola. Esse respeito à educação e aos educadores é algo que precisa ser eternizado”, ressaltou Sabrina Conde, assessora pedagógica do Programa e uma das participantes da missão.
Durante a viagem, os voluntários utilizaram os materiais do programa A União Faz a Vida, traduzidos para o francês, e trabalharam na formação dos educadores haitianos, que tiveram acesso a uma nova concepção de educação. A Irmã Maria Zelinda Cardim, que recebeu os integrantes da missão no Haiti e representou a Institution Sacré Coeur de Jésus no evento promovido pelo WOCCU, agradeceu todo o apoio e destacou a importância da ação transformadora por meio da educação. “Foi muito importante para a nossa instituição receber esse suporte e aprender uma nova maneira colaborativa de ensinar”. Para ela, a ajuda é uma demonstração concreta da solidariedade humana, de pessoas ajudando pessoas. “É um caminho certo e seguro para construirmos um Haiti melhor e um mundo mais justo e fraterno”, destacou.
Além da metodologia de ensino baseada na colaboração, no empreendedorismo e na ética, o projeto levou para o Haiti uma técnica de plantio em bags. A iniciativa possibilitou a criação de uma horta na instituição para o cultivo de legumes e hortaliças, que são utilizadas na alimentação dos alunos e da comunidade do entorno da escola. “Cada ação nos remete aos ideais dos pioneiros do cooperativismo, que se dedicaram a uma atuação prática voltada para a transformação de realidades”, observou o voluntário do projeto, Marcello Zanluchi.
Os voluntários do Sicredi ainda reuniram um grupo de mulheres, mães de alunos da escola, para explicarem um pouco mais sobre cooperativismo, visando o início da criação de um comitê formado por mulheres haitianas. A ação contou também com doações de 270 uniformes esportivos para as crianças da instituição. “Temos um grande sentimento de gratidão pelo trabalho desenvolvido, que só foi possível graças à ajuda mútua e ao envolvimento, participação e solidariedade de muitas pessoas”, afirmou a voluntária na missão, Carla Guedes.
As iniciativas tiveram como objetivo o desenvolvimento integral das pessoas. O país caribenho, que possui 11 milhões de habitantes, é considerado um dos mais pobres do mundo. No ranking 2019 do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da Organização das Nações Unidas (ONU), o Haiti ocupou a 169º posição, em um total de 189 países analisados. A intenção é que, com o apoio do Sicredi e de outras entidades, essa realidade possa ser mudada.
“A emoção que sentimos ao receber essa homenagem do WOCCU, num momento tão delicado pelo qual todos nós passamos, é muito difícil de explicar. É algo que preenche a alma e nos motiva a continuarmos desenvolvendo essas ações sociais, promovendo o amor e a solidariedade. Como somos signatários do Pacto Global da ONU, procuramos nos engajar cada vez mais nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Essa ação, por exemplo, atende a diversos indicadores, entre eles o 17, que é o de parcerias em prol das metas globais, o ODS 4, que trata da educação de qualidade, e o décimo Objetivo, que busca a redução da desigualdade”, lembrou o presidente nacional do Sicredi e da Central Sicredi PR/SP/RJ, Manfred Dasenbrock.
No Brasil, o Programa A União faz a Vida já impactou mais de 3 milhões de crianças e adolescentes em 370 municípios, realizando sua primeira incursão fora do país a partir da iniciativa da cooperativa Sicredi Centro Oeste Paulista, que contou com o apoio da Central Sicredi PR/SP/RJ e da Fundação Sicredi.
“Conhecíamos a realidade do Haiti e o trabalho desenvolvido pela Institution Sacré Coeur de Jésus, que faz parte da rede Sagrado Coração, com ampla atuação no Brasil. Por isso, nos mobilizamos para a realização desse projeto transformador. É o primeiro passo de muitos que ainda daremos para ajudar o país caribenho”, disse, emocionado, o presidente da Sicredi Centro Oeste Paulista, Dr. João Alberto Salvi.
PUFV. Principal iniciativa de responsabilidade social do Sicredi, o Programa A União Faz a Vida propõe um modelo de educação ativo e integral de crianças e adolescentes.O projeto atua para despertar a essência do cooperativismo e contribuir para formar uma sociedade mais colaborativa, ética e empreendedora. O sucesso do projeto está aliado ao engajamento de vários atores, como educadores, alunos e gestores das escolas envolvidas.
A metodologia do projeto propõe que, em sala de aula, tudo começa com uma pergunta formulada pelos alunos com auxílio dos professores. Com as questões em mente, os alunos saem da sala de aula para realizar a expedição investigativa. É hora de observar, conhecer a comunidade, interagir e promover a troca de experiências. Em paralelo a esse método exploratório, são desenvolvidos projetos integrados com as disciplinas escolares, despertando nos estudantes um olhar colaborativo para a realidade.