A morte de uma enfermeira em Curitiba por complicações decorrentes da Covid-19, nesta sexta-feira (24), revoltou a categoria. O sindicato da categoria acusa falhas na contratação pela Prefeitura de Curitiba e deficiências no treinamento de enfermeiros que vão para a linha de frente do combate à doença na Capital.
Jussara dos Reis, a vítima, tinha 28 anos e era novata na profissão – seu emprego no Hospital Vitória, na Cidade Industrial de Curitiba, era o seu primeiro. Ela estava internada nesse mesmo hospital quando morreu.
“A menina nunca teve treinamento. Nossos cursos têm sido bem fracos. Na primeira vez que vai trabalhar, jogaram numa linha de frente. Em outras contratações, conta o tempo de experiência”, acusou Raquel Padilha, presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Enfermagem de Curitiba (Sismec). “É uma coisa gravíssima. Estão expondo esses profissionais que ainda nem começaram a trabalhar”.
Raquel Padilha não descarta que a categoria se mobilize e faça um protesto. “A princípio a categoria está discutindo os encaminhamentos e se organizando”, afirmou a presidente do Sismec. “Ela era uma de muitos que estão trabalhando”. A sindicalista ainda afirmou que a Prefeitura disse que há apenas 25 profissionais afastados devido à Covid-19. “É uma mentira deslavada”, rebateu.
A morte de Jussara dos Reis foi lamentada pela Prefeitura. “A gente perdeu uma profissional de saúde jovem, era um dos primeiros empregos dela e infelizmente o contágio aconteceu. A gente lamenta profundamente a perda da profissional que estava na linha de frente da batalha”, disse a secretária municipal da Saúde, Márcia Huçulak, durante live transmitida pelas redes sociais. Segundo a secretária, Jussara não relatou ter uma comorbidade durante a contratação.
Jussara foi a 11ª morte entre profissionais de enfermagem que foram vítimas da Covid-19 na Grande Curitiba. (Bem Paraná)