O Ministério Público estadual pede que a deputada federal Flordelis e mais oito réus sejam levados a juri popular no caso da morte do marido da deputada, o pastor Anderson do Carmo.
O pedido está nas alegações finais no processo relativo à denúncia contra a deputada e outros dez réus acusados pelo homicídio. O pedido para júri popular não foi feito para todos os réus do caso.
Seis audiências do julgamento do caso já foram feitas, quando foram ouvidas cerca de trinta testemunhas e realizados os interrogatórios dos acusados. Flordelis virou ré em agosto.
O MPRJ pediu para que sejam levados a júri popular, pelo homicídio triplamente qualificado do Pastor Anderson do Carmo, ocorrido em 16 de junho de 2019.
Na manifestação final do MPRJ, o promotor de Justiça Carlos Gustavo Coelho de Andrade, titular da Promotoria de Justiça junto à 3ª Vara Criminal de Niterói – Tribunal do Júri, pediu, ainda, que Flordelis, Simone, Marzy e André sejam julgadas pelo Tribunal do Júri pela tentativa de homicídio da vítima por envenenamento, que teria sido levada a cabo entre maio de 2018 e junho de 2019.
O MP também pede, ainda, que Flordelis e seus filhos Adriano dos Santos Rodrigues e Flávio dos Santos Rodrigues, além de Marcos Siqueira Costa e sua esposa Andrea Santos Maia, sejam levados a júri popular em razão de crimes de uso de documento falso, bem como que Flordelis, Simone, Marzy, André, Rayane, Flávio, Adriano, Marcos e Andrea respondam por crime de associação criminosa armada.
Na manifestação, o MPRJ pediu, ainda, a impronúncia dos réus Lucas e Carlos Ubiraci, considerando que as imputações contra eles por crime doloso contra a vida não estavam maduras para serem encaminhadas a julgamento perante o Tribunal do Júri – ao contrário das provas exaustivas demonstradas nas mais de 21 mil páginas dos autos com relação aos outros denunciados.
A manifestação relata a complexidade do caso, onde 11 réus são acusados de crimes de tentativa de homicídio, homicídio, associação criminosa e uso de documento falso. Segundo a denúncia, Flordelis foi responsável por arquitetar o homicídio, arregimentar e convencer o executor direto e demais acusados a participarem do crime sob a simulação de ter ocorrido um latrocínio.
A deputada também teria financiado, segundo o MP, a compra da arma e avisou da chegada da vítima no local em que foi executada, segundo a denúncia. O motivo do crime, de acordo com as investigações, seria o fato de a vítima manter rigoroso controle das finanças familiares e administrar os conflitos de forma rígida, não permitindo tratamento privilegiado das pessoas mais próximas a Flordelis, em detrimento de outros membros da numerosa família.
As condutas dos demais denunciados são descritas em diferentes etapas como no planejamento, incentivo e convencimento para a execução do crime, assim como em tentativas de homicídios anteriores ao fato consumado, pela administração de veneno na comida e bebida da vítima, ao menos seis vezes, sem sucesso, segundo apontaram as investigações.