A mulher que morreu em Goiás após ter uma reação alérgica grave a tinta de cabelo havia recebido de médicos o alerta de que não poderia pintar os fios, contou uma amiga à reportagem. A auxiliar administrativa Karine de Oliveira Souza, de 34 anos, teve morte cerebral confirmada três dias depois do procedimento.
A Santa Casa de Catalão, onde a mulher morreu após ficar internada, a 260 quilômetros de Goiânia, liberou nesta segunda-feira (15) o corpo dela para o Instituto Médico Legal (IML). Ela ficou internada na unidade de terapia intensiva (UTI) do hospital, em estado gravíssimo. “Aconteceu essa fatalidade, e a gente tenta encontrar um culpado para isso, mas não tem. Ela foi responsável por ter feito isso porque ela sabia que poderia acontecer de novo”, afirmou a auxiliar administrativa Thais da Costa Tomé, de 30, amiga de Karine havia nove anos.
De acordo com Thais, Karine era muito preocupada com a autoimagem. “Era muito vaidosa. Para ela, os fios brancos eram a morte”, afirma, reforçando que o desejo da mulher era manter os cabelos pretos. Thais conta que Karine era asmática e começou a apresentar a alergia há cerca de quatro anos. “Ela pintava o cabelo, ficava melando a cabeça”, diz. Na época, segundo a amiga, a mulher recebeu de um dermatologista a recomendação para não fazer mais o procedimento. Ficou seis meses sem pôr tinta nos fios e só melhorou depois de tomar medicamentos.