O sonho de carregar um filho no colo esperado por quase dez anos se tornou realidade para a servidora pública Solana Guimarães nesta quinta-feira (18), na maternidade Octaviano Neves de Belo Horizonte.
O pequeno Dante nasceu às 8h46, com 3 quilos e 600 gramas e 49 centímetros.
A irmã de Solana, Anaterra Guimarães, que gerou o sobrinho para a irmã que não pode ter filhos, passa bem.
“Ele é muito lindo e saudável. Minha irmã está ótima também”, disse a mãe de Dante.
Solana fazia tratamento para engravidar desde 2012. Ela fez nove fertilizações in vitro, engravidou seis vezes, mas nenhuma evoluiu.
“Eu escutava o coraçãozinho. Mas passava uma semana, eu tinha aborto espontâneo. Aconteceu várias vezes”, contou Solana .
Solana e o marido passaram por clínicas de fertilização em Belo Horizonte e em São Paulo. Depois de várias tentativas, uma alteração no útero de Solana foi descoberta pelos médicos.
“Meu problema não tem diagnóstico, é uma incompatibilidade no meu útero. Também fizemos muitos exames para ver se os embriões eram saudáveis e todos eles tiveram problema”, contou ela.
Nesta época, a irmã dela já se oferecia para ser barriga solidária, mas Solana e o marido não concordavam.
“Gravidez mexe muito com a vida da mulher, corpo, rotina. Minha irmã já tinha uma filha e não nos sentíamos à vontade de aceitar que ela gerasse nosso filho. Para não dar trabalho pra ela mesmo”, contou. Mas, em julho de 2020, o casal concordou com o procedimento.
“Eu relutei muito em aceitar que Anaterra fosse minha barriga solidária porque não achava justo que ela se sacrificasse a esse ponto por mim. Na reta final da gravidez, agradeci a Deus todos os dias por ter permitido que vivêssemos essa linda história de amor! Jamais vou conseguir agradecer o suficiente o que ela e sua família fizeram por mim”, contou a mãe de Dante.
Anaterra Guimarães, de 38 anos, que deu à luz ao Dante, contou sobre a satisfação em poder realizar o sonho da irmã. “Me sinto realizada. Eu fiz pela minha irmã, foram muitas perdas que ela teve, sofremos bastante. Estou podendo contribuir com a felicidade dela”.
A engenheira de telecomunicações já tem uma filha de 6 anos. Agora, é também tia de Dante.
Barriga solidária no Brasil. De acordo com a Resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) de número 2.168/2017, a paciente que será barriga solidária deve pertencer à família de um dos parceiros, em parentesco consanguíneo até o quarto grau (mãe, filha, avó, irmã, tia, sobrinha ou prima).
Segundo o CFM, o procedimento é ético desde que não haja transação comercial ou lucrativa.