Por Anderson Pelói:
No último fim de semana, encarei novamente o desafio de subir o majestoso Pico Paraná. Depois de subir tantas vezes, resolvi escrever algumas palavras sobre como é subir o Gigante “PP.”
Cada subida é única, e essa não foi diferente: exigente, intensa e, como sempre, transformadora.Começamos a jornada no sábado, com as mochilas carregadas não apenas de equipamentos, mas também de expectativas. A trilha, como sempre, não perdoa: raízes escorregadias, subidas íngremes, muitas pedras, barro e os temidos grampos!
Mas ali, em cada desafio, há uma certeza: estamos vivos e em movimento.Nosso destino no primeiro dia era o acampamento A2. Chegamos a tarde, com o corpo cansado, mas o espírito leve. Ali, montamos acampamento, fizemos aquele rango e nos preparamos para o momento mais aguardado: a subida ao cume na madrugada.
Às 5h de domingo, a serra ainda escura, deixamos o acampamento e seguimos rumo ao ponto mais alto do sul do Brasil. A trilha noturna é sempre desafiadora também, é uma subida exigente. Porém, é um momento de conexão profunda com a natureza e consigo mesmo.E então, depois de vencer os desafios finais lá estávamos: no cume do Pico Paraná. No alto dos seus 1.877 metros, assistimos ao nascer do sol. Um mar de nuvens abaixo dos nossos pés e o sol surgindo bem vermelho, nos lembrando o porquê de tudo valer a pena. Este momento durou pouco em função da quantidade de nuvens, mas não deixou de ser um espetáculo!
Mas o dia 13 de julho guardava algo ainda mais especial. Era a data em que se comemorava 84 anos da primeira conquista ao cume do Pico Paraná, feita em 1941. Estar ali, exatamente naquele dia, foi como homenagear os pioneiros da montanha, reconhecendo a história e a coragem que abriram caminho para todos nós.
Depois do nascer do sol, voltamos ao A2, desmontamos acampamento e iniciamos a longa descida até a base. As pernas já pediam descanso, mas a sensação de estar no topo do sul do Brasil nos deixávamos ainda mais entusiasmados, mesmo tendo que enfrentar os temidos grampos, que sempre fazem o coração acelerar ao se deparar com a altura que descemos.
Mais do que uma trilha, mais do que uma montanha, eu costumo dizer que o Pico Paraná é um templo. Cada subida é um reencontro com Deus e suas maravilhas. Ele é perfeito em cada detalhe, caprichou em tudo o que criou. Além disso, estar em contato com a natureza, com os amigos e, principalmente, com nós mesmos, nos faz querer logo estar de volta.
Até breve Pico Paraná!
Eu fui com a galera da Eleva Aventuras. Agência de Aventuras de Marechal Cêndido Rondon, especialistas em roteiros de aventura.