No próximo dia 13 a Procuradoria da Mulher da Assembleia Legislativa do Paraná e Instituto de Direito Eleitoral do Paraná (Iprade) iniciam no interior do Estado o 1º Ciclo de Palestras Mais Mulheres na Política. O primeiro município a receber a iniciativa será Guarapuava.
“Nosso foco principal é estimular a entrada e permanência das paranaenses na política. Hoje, mesmo com 52% do eleitorado brasileiro formado por mulheres, a representatividade feminina em espaços de poder ainda é baixíssima, um dos motivos que incentivou esta parceria e realização do evento”, explicou a procuradora da mulher da Assembleia, deputada estadual Cristina Silvestri (CDN).
O evento em Guarapuava será realizado no Teatro Municipal, às 18:30 horas. Um cronograma com as demais cidades participantes será divulgado em breve.
Esta é a primeira atividade da Procuradoria da Mulher da Assembleia junto ao Iprade, que firmaram parceria institucional no ano passado. Todos os encontros contarão com palestra da advogada e presidente do Iprade, Ana Carolina de Camargo Clève, que vai falar da importância da entrada das mulheres neste espaço e do impacto que elas têm junto ao processo eleitoral.
“A realização do ciclo de palestras ‘Mais Mulheres na Política’ trata-se de uma bela iniciativa porque, a um só tempo, traz luz a tema que está sendo debatido mundialmente (hoje a participação feminina nos espaços de poder é uma preocupação global) e incentiva mulheres a participarem – efetivamente – da arena pública, tanto lançando candidatura, quanto atuando ativamente nas estruturas dos partidos políticos. Enfim, nosso objetivo é encorajar e capacitar para que, nas eleições de 2020, o cenário seja de maior representatividade feminina” – disse Ana Carolina.
Representatividade – A deputada Cristina Silvestri relembra que, até hoje, somente 22 mulheres ocuparam uma das 54 cadeiras do Legislativo Paranaense em mais de 160 anos de história. Nesta legislatura, a bancada feminina é formada apenas por cinco deputadas, em um universo de 54 parlamentares. Na Câmara Federal, a situação é proporcionalmente similar: de 513 deputados federais, apenas 77 são mulheres.
“A representatividade é uma questão importante em todas as áreas, mas na política principalmente. Nós precisamos ocupar mais os espaços de poder para que possamos ter voz nas decisões que envolvem nossos bairros, nossas cidades, nossos Estados e o Brasil como um todo” – reforça a deputada.
Em 2016, nas últimas eleições municipais, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), apenas 31,89% dos brasileiros que se candidataram eram mulheres. A primeira vez que as candidaturas femininas alcançaram 30% do total de candidaturas de um pleito no país foi nas eleições de 2012.
Ainda em relação a 2016, dos 5.568 municípios do país, 1.286 não tiveram nenhuma mulher eleita para o cargo de vereadora. Além disso, apenas em 24 municípios o Brasil as mulheres representam a maioria dos eleitos para o legislativo municipal.