O resultado do último vestibular, em que o curso de Engenharia Têxtil do campus da UEM de Goioerê teve uma baixa procura, levou a coordenação do curso a discutir algumas propostas para que o curso volte a ter o interesse.
De acordo com a coordenadora de Engenharia Têxtil, professora Márcia Gomes da Silva, a principal mudança em debate é a alteração do turno do curso, que hoje é integral e poderá passar a ser ofertado no período noturno a partir do ano letivo de 2022. “Estamos trabalhando para isso”, aponta a coordenadora. “A mudança de turno”, continua ela, “poderá beneficiar os estudantes que querem cursar a graduação, mas precisam trabalhar para se manter durante o curso”.
Márcia destaca que o núcleo docente está empenhado na reestruturação da grade curricular, necessária para viabilizar a alteração, lembrando que a mudança ainda terá que passar pela aprovação do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da UEM.
Mesmo consolidado, o curso vem demonstrando baixa procura de candidatos nos últimos vestibulares, que se intensificou com a chegada da pandemia pela covid-19. Esta constatação levou gestores, professores e servidores ligados ao Departamento de Engenharia Têxtil a discutirem estratégias e pensarem em ações possíveis para atrair maior número de candidatos para a graduação.
Implantado em 1992 no Câmpus Regional de Goioerê, o curso de Engenharia Têxtil da UEM (Universidade Estadual de Maringá) formou, em 23 turmas, 464 profissionais na área. Muitos deles seguramente estão em plena atividade no mercado de trabalho, desenvolvendo ou coordenando operações nos processos produtivos em diversos segmentos da cadeia têxtil, ou ainda em carreiras acadêmicas.
Alta empregabilidade
Paralelamente, o Departamento pretende intensificar a divulgação do curso, entre as escolas da região, buscando motivar jovens que se encontram na fase da escolha da profissão a incluírem a Engenharia Têxtil como uma possível escolha.
Argumentos não faltam. O diretor do Câmpus Regional de Goioerê, professor Gilson Croscato, lembra que a Engenharia Têxtil da UEM sempre se destacou pela alta taxa de empregabilidade de seus egressos e que esse comportamento continua mesmo durante a pandemia.
“O setor têxtil é, atualmente, o segundo maior gerador do primeiro emprego no Brasil. Além disso, em todo o país existem apenas quatro cursos de Engenharia Têxtil, e o da UEM o mais antigo e tradicional, contribuindo para a excelente empregabilidade dos nossos egressos. A maioria ocupa, hoje, cargos de destaque nas maiores empresas do país e até mesmo no exterior”, ressalta o diretor.
O bom desempenho do curso em vários rankings também serve de incentivo. No ano passado, por exemplo, a Engenharia Têxtil recebeu 4 estrelas (de um máximo de cinco) no Guia da Faculdade 2020, avaliação organizada pelo Grupo Estadão e pela Quero Educação
Com ajuda dos atuais acadêmicos, deve ser intensificada a divulgação do curso também nas mídias sociais. A proposta, segundo a coordenadora, é atingir diferentes públicos, de várias regiões sobre o que a UEM oferece: uma graduação gratuita e de qualidade, com a infraestrutura necessária para a boa formação profissional.
A chefe do Departamento de Engenharia Têxtil, professora Rubya Vieira de Mello Campos, acredita que a grande oferta de cursos de engenharia na modalidade à distância explique, em parte, a queda na procura pela Engenharia Têxtil da UEM. Ela também associa o fato de outras universidades captarem seus alunos por meio do Sisu (Sistema de Seleção Unificada), que utiliza a nota do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), como forma de seleção dos candidatos.
Atualmente, a UEM lança mão da nota do Enem apenas em uma das etapas de seleção dos alunos: na oferta das vagas remanescentes. Segundo a coordenadora, o Departamento de Engenharia Têxtil está intensificando os debates para que a Universidade passe a ampliar a modalidade de acesso pelo sistema Sisu nos cursos onde há baixa procura no vestibular. “A nossa expectativa é que possamos, futuramente, implementar o sistema como uma das formas de seleção de nossos alunos”, afirma.