A obesidade é reconhecida atualmente pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma doença crônica multifatorial, associada a inflamação sistêmica de baixo grau e diretamente relacionada ao aumento do risco de diabetes tipo 2, hipertensão arterial, dislipidemias, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer.
No Brasil, dados mais recentes apontam que mais da metade da população adulta apresenta excesso de peso, sendo este um dos maiores desafios de saúde pública contemporâneos.
Nos últimos anos, os agonistas do receptor de GLP-1, popularmente conhecidos como “canetinhas”, têm ganhado destaque no tratamento da obesidade. Essas medicações atuam no eixo intestino-cérebro, promovendo maior saciedade, redução da ingestão calórica e melhora no controle glicêmico. Ensaios clínicos randomizados de grande impacto, como o STEP e o SUSTAIN, demonstraram não apenas a eficácia na redução de peso, mas também benefícios cardiometabólicos relevantes, reforçando o papel terapêutico desses fármacos em pacientes com obesidade.
Contudo, é fundamental destacar que o uso racional e ético dessas medicações deve ser prioridade. A prescrição deve ser realizada dentro de critérios clínicos bem estabelecidos, considerando o histórico do paciente, a presença de comorbidades e sempre em associação a intervenções no estilo de vida. O uso indiscriminado, motivado exclusivamente por fins estéticos e sem acompanhamento multidisciplinar adequado, traz riscos à saúde, além de desvirtuar a real finalidade de uma ferramenta terapêutica tão importante.
O desafio que se impõe, portanto, não está apenas em reconhecer a utilidade dos agonistas de GLP-1, mas em garantir que seu uso seja pautado pela ciência, pela ética e pela responsabilidade médica e nutricional. O tratamento da obesidade deve sempre ser compreendido em sua complexidade, envolvendo alimentação equilibrada, atividade física regular, suporte psicológico e, quando necessário, o suporte farmacológico adequado.
As “canetinhas” representam um avanço no manejo da obesidade, mas não devem ser vistas como solução isolada ou imediata. A responsabilidade dos profissionais de saúde é assegurar que cada prescrição seja feita em benefício real do paciente, preservando a saúde acima da estética.
Nutricionista e Coach de Emagrecimento / Graduada em Educação Física Bacharelado
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