A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) afirmou que suspendeu o registro profissional de Jaminus Quedaros de Aquino, suspeito de matar a ex-esposa Suellen Rodrigues a tiros na frente dos filhos dela. O caso aconteceu em Curitiba.
Jaminus é advogado criminalista e ex-policial civil. O crime aconteceu na segunda-feira (31), quando Suellen deixava os filhos em uma escola no Uberaba.
Segundo a polícia, seis dias antes do crime um mandado de prisão tinha sido aberto contra o advogado, mas não chegou a ser cumprido. Leia mais detalhes abaixo.
De acordo com a OAB Paraná, um processo ético disciplinar foi instaurado. A depender do resultado, pode levá-lo à exclusão definitiva dos quadros da Ordem.
“A Suellen adotou todas as medidas que estavam ao seu alcance. Temos conhecimento que inclusiva havia um mandado de prisão expedido poucos dias antes. Ela fugiu do local [que morava] praticamente, se retirou, mudou o seu domicílio, buscou proteger os seus filhos, buscou proteger sua vida e lamentavelmente não foi o suficiente”, afirmou Winter.
O g1 procura a defesa do suspeito.
De acordo com a polícia, até esta quarta-feira (2), Jaminus continuava foragido. Qualquer informação sobre a localização do suspeito pode ser repassada de maneira anônima via 197 ou pelo número (41) 3219-8622.
O crime
Suellen foi morta a tiros na frente da Escola Municipal Professora Donatilla Caron dos Anjos no bairro Uberaba.
Câmeras de segurança registraram que o carro onde estava o assassino estava estacionado em frente à escola. Suellen aparece caminhando com o filho de dez anos e a filha de oito, quando o homem sai do carro correndo em direção a eles.
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Depois de uma discussão de pelo menos 40 segundos, o homem disparou contra a vítima. Suellen morreu no local.
Após a morte da mãe, as crianças foram acolhidas pelo conselho tutelar e depois foram encaminhadas para os avós maternos.
Lei eleitoral dificultou cumprimento do mandado, diz polícia
A RPC teve acesso ao mandado de prisão preventiva contra Jaminus expedido pela Vara Criminal de Prudentópolis no dia 25 de outubro. Suellen morava no município da região central do Paraná e mudou para Curitiba tentando fugir das ameaças do ex-marido.
A prisão de Jaminus foi decretada por ameaça, violência doméstica, e descumprimento de medida protetiva de urgência.
A Polícia Civil disse, em nota, que o cumprimento do mandado contra foi “prejudicado” pela regra eleitoral que proíbe a prisão ou detenção de eleitores – salvo exceções – de 5 dias antes a 48 horas depois das eleições.
As exceções previstas no Código Eleitoral são: flagrante, em virtude de sentença criminal condenatória por crime inafiançável, ou por desrespeito a salvo-conduto.
O calendário eleitoral deste ano estabelece que eleitores não podem ser presos de 25 de outubro às 17h do dia 1º de novembro.
Porte de arma
A Polícia Civil informou na terça-feira (1º) que o suspeito não tinha porte de arma. De acordo com a corporação, Jaminus perdeu o porte de arma por causa de medida protetiva movida contra ele.
A polícia disse que investiga o caso e que laudos complementares vão ajudar a esclarecer os fatos.
Segundo a corporação, a arma utilizada no crime foi recolhida para perícia. O carro usado pelo suspeito foi encontrado em Apucarana, no norte do Paraná.
Fonte: G1 Paraná.