“Tossia pedaços de pulmão”; “Óleo de vape não sai do meu pulmão”; “O problema é que o cigarro eletrônico forma um vapor, que forma um óleo. Esse óleo atinge os alvéolos pulmonares, forma uma espécie de graxa e impede a troca gasosa de oxigênio com CO2 e teu pulmão entra num colapso. E foi exatamente o que aconteceu comigo”
Os cigarros eletrônicos, também conhecidos como “pods” ou “vapes”, tornaram-se populares entre jovens, mas a ilusão de que essa alternativa seria uma forma “menos danosa” de fumar tem se revelado perigosa. Esses dispositivos, com o suposto objetivo de reduzir os danos do tabagismo, no entanto, agora são alvo de alerta devido aos sérios riscos à saúde.
De acordo com a explicação dos especialistas. O cigarro eletrônico tem mais de duas mil substâncias, várias delas tóxicas e cancerígenas, como: glicerol, propilenoglicol, formaldeído, o acetaldeído, a acroleína e a acetona.
Doenças Respiratórias e Risco de Câncer
A inalação das substâncias contidas nos cigarros eletrônicos provoca irritação nos pulmões e pode desencadear graves doenças respiratórias. Com uma concentração de nicotina em média 57 vezes superior à de um cigarro convencional, esses dispositivos aumentam o risco de dependência e potencializam os danos ao sistema respiratório. Além disso, as inflamações recorrentes nos tecidos do pulmão elevam o risco de desenvolvimento de câncer pulmonar.
Doenças Cardiovasculares: Um Risco para o Coração
As substâncias químicas presentes nos cigarros eletrônicos não afetam apenas o sistema respiratório. Ao alcançarem a corrente sanguínea, essas substâncias podem causar inflamações nos tecidos do coração e nas artérias, aumentando o risco de doenças cardiovasculares. Esse impacto é agravado entre os jovens, cuja capacidade de realizar atividades rotineiras é comprometida por sintomas como falta de ar e cansaço extremo.
O Efeito do Óleo de Vape nos Pulmões: Um Dano Irreversível
Um jovem que adotou o cigarro eletrônico, viu sua saúde se deteriorar rapidamente. Após várias complicações, os exames revelaram uma quantidade de óleo nos brônquios, resquícios do vape que causaram danos irreversíveis aos pulmões. “Os médicos explicaram que o óleo contido nos cigarros eletrônicos não tem como sair do meu pulmão”, conta que enfrenta um quadro respiratório grave e irreversível.
Comparação com o Cigarro Convencional: Um Risco Elevado de Nicotina e Substâncias Tóxicas
Segundo a Associação Médica Brasileira (AMB), a carga de nicotina presente em um único cigarro eletrônico pode equivaler a cerca de 20 cigarros convencionais. A AMB destaca que essa alta concentração não só acelera a dependência, como também aumenta os casos de intoxicação e leva os usuários aos hospitais de forma mais rápida. Além da nicotina, o cigarro eletrônico contém outras substâncias tóxicas que, ao serem inaladas, podem provocar necrose pulmonar, conforme um jovem que sofreu a remoção de parte do pulmão após o diagnóstico de pneumonia e derrame pleural.
Embora a venda de cigarros eletrônicos seja proibida no Brasil, a acessibilidade do produto tem crescido, especialmente entre o público jovem, para quem a novidade vem acompanhada de um mito de segurança.
A gravidade das consequências para a saúde pública é evidente, e a conscientização é a principal ferramenta para impedir que mais jovens adiram ao cigarro eletrônico acreditando que ele representa uma alternativa inofensiva. Como destaca a AMB, é fundamental que os jovens conheçam os danos e perigos dessa prática e optem por caminhos mais seguros e saudáveis para evitar o tabagismo.