A recusa de um padre em batizar uma boneca do tipo reborn — réplica hiper-realista de bebês — gerou grande repercussão nas redes sociais nesta semana. A solicitação foi feita por uma pessoa que trata o boneco como um filho, prática comum entre pessoas que encontram apoio emocional nesses objetos, como mulheres que enfrentaram perdas gestacionais ou infertilidade.
No entanto, o padre Chrystian Shankar, da Diocese de Divinópolis (MG) negou o pedido, alegando que o batismo é um sacramento da Igreja Católica reservado apenas a pessoas vivas, portadoras de alma. Segundo ele, batizar uma boneca seria desrespeitar a doutrina cristã.
O que acirrou ainda mais a polêmica foi a declaração do padre, que afirmou se tratar de “caso de psiquiatra”. A frase foi considerada ofensiva e capacitista por parte do público, por sugerir que quem se apega emocionalmente aos bebês reborn tem algum tipo de transtorno mental.
O caso ganhou repercussão por diferentes motivos:
-
A crescente sensibilidade social com temas de saúde mental;
-
A empatia com pessoas que usam bebês reborn como forma de apoio emocional;
-
O embate entre os limites da religião e os vínculos afetivos não convencionais.
Nas redes, internautas se dividiram entre os que apoiam a postura do padre, por manter a doutrina católica, e os que criticam a falta de sensibilidade e acolhimento com quem enfrenta dores emocionais profundas.