Elias Rocha é londrinense, de 71 anos, e exerce o serviço diaconal desde 2002. O homem veio para Umuarama, inicialmente, para assumir o cargo de ecônomo na diocese. Anteriormente, ele residia em Tapira e foi na mesma cidade que se sentiu chamado a ser diácono. “Eu sempre prestei serviços comunitários para a Igreja e gostava de estar evangelizando. Em 1998, um padre de Tapira me interpelou a ser diácono e eu gostei da ideia, porque gostava de servir. Participei de uma escola diaconal, em Ponta Grossa, e em 2002 comecei a exercer a função na igreja”, conta o diácono, que já teve passagens também na paróquia de Douradina, Xambrê e São José Operário, em Umuarama.
Apesar de ter uma caminhada de mais de dez anos como diácono, Elias não imaginava, até há dois anos atrás, que poderia um dia se tornar padre. Isso porque até 2017 o homem estava casado com Zilda, que veio a falecer. O relacionamento do casal durou 49 anos. Pai de seis filhos, sendo cinco biológicos e um adotivo, a vida de Elias sofreu mudanças após a morte da esposa. O diácono continuou exercendo sua função na igreja e a comunidade cada vez mais apreciava seu trabalho.
Após reivindicações dos fiéis para que se tornasse padre, Elias, que também é avô de dez netos, começou a pensar na possibilidade. “Eu não queria casar novamente e, ao mesmo tempo, precisava me preencher de sentimentos bons. Então me senti chamado a servir a comunidade da forma como ela gostaria que eu trabalhasse. Foi então que aceitei a ideia de ir atrás para me tornar presbítero”, ressalta Elias.
Apoio da família. Depois de sentir o desejo de integrar a equipe de padres da diocese de Umuarama, Elias decidiu contar a família sobre sua decisão. “Foi tranquilo. Tive um grande apoio dos meus filhos e então decidi abraçar a ideia de vez. A minha única preocupação foi com o meu filho adotivo, que tem 12 anos e possui uma espécie de deficiência. Mas, conversando com os irmãos dele, percebi que a família me ajudaria a cuidar do menino”.
Após a decisão, o homem informou o bispo, que acatou a escolha e encaminhou a proposta para o Conselho Presbiterial da Diocese, que também aceitou que Elias fosse ordenado como padre. De acordo com o padre Luiz Cezar, o fato de ter filhos e já ter sido casado não impede que Elias possa se tornar padre. “A Igreja define que um homem viúvo, que possua filhos independentes e que já tenha um curso superior juntamente com uma formação em Teologia, pode se tornar padre. No caso de Elias, a comunidade mesmo que fez o pedido ao homem e como ele já praticou o diaconato permanente há mais de dez anos, tudo se encaminhou para que não houvesse proibições, porque ele tinha os requisitos necessários para exercer a função. Foi uma demanda dos próprios fiéis”, afirma o padre.
Ordenação. A ordenação presbiterial de Elias acontece juntamente com a do diácono Marcos Paulo Uliana. A missa será celebrada amanhã, 28, às 9 horas, na Paróquia Catedral do Divino Espírito Santo. A previsão é de que a primeira celebração eucarística presidida por Elias seja no próximo sábado, 4 de maio, às 19h30 na mesma igreja.
Colaboração: OBemdito