Como forma de ampliar o policiamento especial no enfrentamento a roubos e crimes violentos, como a tentativa de um assalto a uma empresa de transporte de valores em Guarapuava, na região central, em abril, a Polícia Militar do Paraná (PMPR) concluiu a formação de 16 policiais no Curso de Capacitação de Atirador Designado Policial. São atiradores de alta performance. É a primeira vez que a corporação realiza uma ação do tipo no Estado.
Os policiais formados integram o Batalhão da Polícia de Choque (BPChoque), com atuação em Curitiba e região, e passam a responder como atirador designado, também chamado de policial operador. Ou seja, a partir do conhecimento de tiro e balística, passam a ser responsáveis pela proteção de sua equipe. Têm também a capacidade de realizar um disparo de média distância (até 300 metros) de forma precisa e controlada. Geralmente esses policiais portam um fuzil e estão à frente do time.
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Foram ministradas cerca de 95 horas de aulas no total, com foco no desenvolvimento de habilidades específicas nas áreas de doutrina e emprego do atirador; teoria e prática sobre miras abertas e optrônicas; posições de tiro; balística; armamento; e equipamento do atirador. O curso terminou na sexta-feira (06), na sede do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba.
A intenção da PMPR é ministrar mais três cursos do tipo ainda neste ano, com abertura de vagas para o interior do Estado, formando no mínimo mais 50 atiradores.
REALIDADE – Comandante do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), o tenente-coronel Sérgio Silva ressaltou que o emprego do conceito é uma realidade no cotidiano das polícias de todo o Brasil – formação que se tornou ainda mais necessária em razão da necessidade de proteção às cidades contra crimes a instituições financeiras e transportadoras de valores, como o ataque à Guarapuava.
“Para o Bope estar à frente desta doutrina não é apenas honroso, mas uma responsabilidade. O objetivo principal é criar mais um alicerce nos objetivos da Polícia Militar do Paraná, que são proteger a vida e aplicar a lei”, disse.
“Começamos a planejar esse curso ainda no ano passado, bem antes do que ocorreu em Guarapuava, e a ideia é intensificar as formações”, acrescentou o capitão Paulo Alexandre Rodrigues, subcomandante do Bope.
Para 2º Sargento João Ricardo de Castilho Pereira Neto, com formação em várias escolas de tiro de precisão e um dos instrutores do curso, esse é um conceito oriundo das forças especiais da segurança pública que entrou de vez na realidade policial. “Esse atirador porta um fuzil de assalto e munição comuns e com aparelho óptico adequado. Mas pelo fato de ter alta performance, permite garantir a segurança da equipe e se necessário neutralizar ameaças a outras pessoas”, afirmou.
O 1º tenente Eduardo Kendi Fujioka Gritten, da Rondas Ostensivas de Natureza Especial (Rone), foi um dos alunos do curso. Segundo ele, a formação é um grande avanço no conceito tático das equipes operacionais no combate à criminalidade. “Os bandidos dificultam as estratégias e as respostas policiais, por isso as aulas foram muito importantes. Pudemos avançar nos estudos e colocá-los em prática, realizando disparos precisos e seguros em distâncias de 50, 100 e quase 300 metros”, destacou.